II Capítulo - 7 II

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Luz Maria

Quando voltei em mim ele já havia ido embora, eu não chorei, não gritei, eu apenas fiquei ali sentada onde meu pai me levou. Foi um choque ver a minha imagem estampada em seu peito, ele realmente me pegou de surpresa e me deixou de queixo caído.

Nunca, nem em meus sonhos imaginaria isso.

Levantei e fui tomar um banho, mil possibilidades me vieram à mente, eu queria ligar para ele, queria saber o porquê do meu rosto estar ali, mas decidi ficar na minha.

Ninguém tocou no assunto ou me pressionou para que eu falasse algo, como sempre se mantiveram próximos, caso eu precisasse conversar. Me mantive em silencio mesmo na volta para casa que fiz com meu irmão e amigo, meus pais queriam que eu ficasse mais um tempo, mas vida que segue, tenho os meus compromissos e responsabilidades, simplesmente não posso deixá-los de lado.

A semana seria bem agitada entre o meu consultório e a clínica, também tinha algumas reuniões. Era estranho o que estava sentindo, mas não tinha reação, a única coisa era a imagem do seu peito que não saia da minha mente.

Ele havia tatuado o meu rosto e não no era algo pequeno ou que duraria por um tempo, era enorme, pegava o lado inteiro do seu peito esquerdo e costela e aquilo seria eterno em seu corpo, algo sem volta. Lógico que com a tecnologia que temos hoje em dia ele poderia fazer uma mudança ou até mesmo retirá-la de onde está. E que se ele optar em fazer algo assim, que doa até a alma dele.

Raiva é o que sinto no momento.

Eu não sabia como reagir, simples assim!

Na segunda-feira trabalhei e fiz o meu melhor para me manter atenta as minhas responsabilidades o máximo que consegui e com a ajuda da Gabi correu tudo bem.

Eram quase sete horas da noite quando fui para casa, tomei um banho, coloquei um pijama confortável, porque eu só queria me jogar no sofá e me envolver em uma manta quentinha assistindo a um bom filme.

Mas, quando estou do jeitinho que queria, com o controle da TV na mão a procura de algo para assistir, meus amigos invadem a minha casa, eles tinham outros planos para mim, antes mesmo que eu decidisse qual filme iria me acompanhar.

— Chegamos!! – Cupcake passa pela porta de entrada com uma garrafa de vinho em uma mão e algumas sacolas na outra, mentalmente me arrependo de não ter pego as chaves da minha casa com ele.

— Oi meu amor! – Meu irmão beija minha testa quando passa com caixas de pizzas indo para a cozinha, eu me mantenho enrola na minha manta olhando para a TV.

— Dinda linda! – Mais, quando o meu suspiro de vida me entrega uma flor que roubou de algum jardim, a reação que tenho é de jogar a manta para o lado e agarrá-la. Eles estão preocupados comigo.

— Hoje teremos filme, comida e bebida de boa qualidade. – Guto entra abraçado com Lene, que logo se joga no sofá ao meu lado nos abraçando. Gabi e Lucas entram logo atrás deles.

— Que invasão é essa? – Todos me olham.

— Chame a de como quiser "kirida"! – Gabi ironiza e eu mostro a língua.

Passamos um tempo bom rindo das travessuras da nossa pequena, comemos as pizzas e Cupcake e Gabi pareciam querer me embebedar porque mantinham minha taça sempre a borda de bebida.

— Chega, vocês vão me deixar bêbada. – Reclamo e meu irmão tira a taça da minha mão.

— Ela está certa. – Meus amigos olham com cara feia pra Íca.

PERFEITO PARA VOCÊ! LIVRO 2 - Duologia PerfeitosOnde histórias criam vida. Descubra agora