Capítulo - 16

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Boa leitura e até a próxima semana... Lú & Sheila...

Capítulo 15

Matias

Hoje completa um mês que eu acordei e conheci uma nova realidade, onde eu preciso de alguém para tomar um simples copo de água em minha cozinha. Seria cômico se não fosse trágico, eu tento todos os dias me convencer de que, vai dar tudo certo e que vou voltar a ter, a vida que eu tinha.

Mas, tem momentos que o desespero se torna o vencedor e eu, o fraco da vez, grito, choro, quebrou coisas, e o pior de tudo, magoou quem não deveria. Todos ao meu redor estão pisando em ovos, nunca sabem qual Matias e serei no novo amanhecer.

Quem vai acordar? O homem que está disposto a encarar tudo para se recuperar, ou o revoltado que tem vontade de quebrar tudo e brigar com todos. O rabugento que não quer ninguém por perto, e por fim, o sensível que chora por tudo, desesperador sim, mas, é o que me tornei.

Agora estou em frente ao espelho com minha, chaveirinho, me sinto um boneco enorme em suas mãos, ela já me ajudou no banho, já me vestiu, e agora decide como vai arrumar o meu cabelo, se cobre a minha testa ou não, sei que ela está tentando me distrair. Ela é muito compreensível, engolindo seu gênio forte para não me estapear quando banco um menino malcriado, o que, muito das vezes, está acontecendo constantemente.

Minha vida vai mudar mais do que mudou, vou voltar para São Paulo após sete anos. Tudo porque lá, tem os melhores especialistas para o meu caso. O tratamento será intenso, e os meus familiares podem retornar para casa, já que estão se revezando para que Luz, não tenha que lidar comigo sozinha.

— Eu vejo essa ruga de quem está pensando demais. - volto para a realidade com a voz da minha peste, sussurrando as palavras, perto do meu ouvido.

— Só pensando em como será voltar para São Paulo após sete anos. – falo, somente uma das preocupações que ocupam meus pensamentos.

— Você não me engana, marrento... Tem mais coisas na sua mente, não tente me enganar. - ela sussurra em meu ouvido enquanto suas mãos percorrem meu peito e vai descendo.

— Melhor acelerarmos, todos estão nos esperando. - seguro sua mão antes que chegue ao destino desejado.

— Ok... Vou fingir que não percebi o que, você está fazendo, mas, só hoje. - ela se levanta e sai do banheiro, enquanto eu, permaneço me olhando através do espelho, me sentindo um inútil.

Faz duas semanas que a peste, tenta esquentar as coisas entre nós dois. Eu sempre desvio suas tentativas, não quero me sentir pior que já estou me sentindo, eu a amo e sei o que ela está tentando. Desde o dia que acordei do coma, não sei o que é uma ereção, imagina o quanto é frustrante estar do lado da mulher que eu amo e imagino a sete anos, poder tocá-la e agora poder tocar, por que meu amigão aqui, não vai comparecer?

O Chaveirinho tenta me convencer que é psicológico, que posso ter uma ereção normal, mas, eu não vou pagar para ver, meu medo de não conseguir está me bloqueando, são tantas coisas que estou passando que prefiro não tentar e falhar nisso também.

— Está pronto, meu filho? - olho pelo espelho e vejo meu pai entrando no banheiro, percebo que as linhas de expressão do seu rosto estão mais visíveis e o maior culpado por isso, sou eu.... irônico demais.

— Estou sim, pai. - dou um meio sorriso para que ele não pense demais, caso eu feche o meu semblante.

— Então deixa eu te ajudar a chegar até a sala. - ele vem para empurrar minha cadeira de rodas.

— Pai, você tem um minuto, antes de irmos? - ele para e se apoia na pia, na minha frente.

—Tenho todo o tempo que você precisar, filho. - ele me olha como quando, eu era um menino.

PERFEITO PARA VOCÊ! LIVRO 2 - Duologia PerfeitosOnde histórias criam vida. Descubra agora