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Tony fez o que pôde para manter sua transferência para o nível mais baixo do complexo em segredo. Ele desligou todas as câmeras de vigilância dentro do alcance da baía de pouso no telhado, a escada no quadrante C e a área de contenção abaixo do solo. Todos os agentes da SHIELD foram banidos da área devido ao que disseram ser um vazamento inesperado de gás de uma das novas invenções de Tony. Tony não ficou nada satisfeito com a facilidade com que acreditaram na mentira.
Três dias se passaram desde que você foi colocado na cela reservada para os mesmos criminosos que você dedicou sua vida a prender. Você colocaria incontáveis homens dentro daquelas paredes enquanto aguardavam a transferência para garantir celas de prisão além das paredes do complexo. Agora, você estava entre eles.
Steve não permitiria que a imagem de linhas de seus olhos ou o brilho em suas feições dentro de seu sorriso cruzasse sua memória. Ele não conseguia pensar nas noites enroladas no banco do jardim com um livro caindo das pontas dos dedos enquanto você roncava levemente em seu ombro. Nada de bom poderia vir de tais imagens – não dentro desses salões. Não depois de você ter ensanguentado os últimos três guardas que tentaram trazer suas refeições, embora você continuasse preso por correntes e algemas.
Não foi você – não inteiramente. Steve sabia disso agora. Ainda assim, o conhecimento não abalou seu coração de sua própria dor.
“Você não precisa ficar de vigia, você sabe.”
Natasha apareceu à direita de Steve, seu ombro encostado na parede do lado de fora de sua cela. Ela o observou com a precisão cuidadosa que o fez se perguntar se ela poderia ler seus pensamentos como se estivessem escritos em marcador sobre sua pele.
“Ela está segura,” Nat continuou, sua voz sombria. “Dreykov não pode alcançá-la aqui.”
“Mas ele tem a mente dela,” Steve pressionou, as palavras em sua língua com gosto de bile. “Ela não está segura até que qualquer substância química que ele implantou em seu cérebro desapareça. Ele está na cabeça dela – controlando-a, usando-a como uma maldita marionete. Ela... Steve abaixou a cabeça, seus dedos cavando firme em sua cintura. “Ela nunca vai se sentir segura novamente, Nat. Você sabe o que isso vai fazer com ela.
Natasha engoliu em seco, seu olhar caindo para o chão. Ela sabia tão bem quanto Steve que esta poderia ser a gota d'água que sufocou a luz à qual você se agarrou tão desesperadamente. Sorrisos brilhantes e risos fáceis em face de uma escuridão tão incapacitante. Apenas Natasha e Steve tinham visto as lascas e rachaduras na máscara, visto as sombras deslizando como serpentes defumadas, embora você trabalhasse incansavelmente para contê-las.
Ter sua mente tirada de você – ser desfeita na mesma coisa que você dedicou sua vida a parar – era impensável.
Bucky entenderia, pensou Steve. O amigo dele pode encontrar algum consolo para ajudá-lo a passar por esse pesadelo, caso o antídoto o alivie do controle da Sala Vermelha. Fraturaria alguma parte do peito de Steve se recuasse e permitisse que seu melhor amigo o guiasse por essa escuridão, mas Steve não seria egoísta com sua alma. Ele se deitaria sobre brasas e permitiria que você andasse sobre suas costas se isso pudesse aliviar seu tormento.
