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"Esse é um vestido tão bonito, querida." Seu padrasto, Ari, elogia você, enxugando o canto da boca com o guardanapo branco rendado antes de dobrá-lo e colocá-lo de volta na lateral do prato. “É bom ver você fazendo tanto esforço para o jantar, em um vestido bonito em vez daqueles jeans e calças de moletom que você sempre usa.”
Você faz uma careta, mas não diz nada, seu garfo empurra sua comida pelo prato enquanto sua mãe sorri em seu assento ao seu lado. Ela estende a mão para dar um tapinha no braço bronzeado de Ari, “Oh, Ari. Sempre o homem tradicional, não é? Sempre preferindo garotas em vestidos.” Ela ri, embora você não ache nada engraçado sobre nada disso, “Embora eu deva concordar com seu pai, querido – é bom ver você se esforçando e você fica tão linda de rosa.”
“Ele não é meu pai.” Você murmura, tentando manter a concentração no purê de batatas no seu prato. Você está completamente ciente de que parece uma criança malcriada de mau humor na mesa de jantar - mas não pode evitar.
Ari levanta a mão para silenciar sua mãe antes que ela comece uma palestra sobre como você não deve ser rude com seu padrasto e como Ari pode muito bem ser seu pai com o quão bem ele cuida de você.
“Bem, é um vestido muito bonito, no entanto. E você é uma garota muito bonita.” Ari diz, a língua rosa correndo sobre os lábios em um movimento tão rápido que você não tem certeza se sua mãe vê - mas você definitivamente viu. "Mas, por favor, pare de brincar com sua comida, baby."
Você fica boquiaberto para ele, incrédulo, antes de se voltar para sua mãe – mas ela está apenas olhando para Ari em total e cega adoração. Você é o único que vê o quão estranho ele está sendo? Desde a maneira como ele olha para você até o tom excessivamente infantil com que ele fala com você? E os nomes de animais de estimação? Os apelidos doces e açucarados que lhe dão dor de dente toda vez que passam por seus lábios perfeitos e carnudos?
Espere o que?
“Por que você não para de me tratar como uma criança?” Você atira de volta, olhando seu padrasto bem em seus olhos azuis claros. Ele pisca, cílios grossos abanando suas maçãs do rosto enquanto sua mãe solta um suspiro melodramático. “Sou uma mulher adulta, Ari. Estou na faculdade. Pare de me tratar como se eu fosse uma espécie de bebê. Se você quer um bebê, é só ter um”.
Há um silêncio constrangedor seguido por uma fungada de desgosto de sua mãe. “Como você ousa falar assim com seu pai? Como você ousa? Depois de tudo que ele fez por você? Deixando-nos mudar para a casa dele, pagando suas mensalidades da faculdade, comprando o que você quiser...
“Eu não pedi nada disso!” Você se levanta, sabendo que precisa sair da situação antes que ela fique mais fora de controle do que já está. Você não queria causar uma cena, mas você está tão cansado de Ari te tratando como se você fosse um bebê. Você também está cansado de sua mãe ser tão cegamente devotada a ele como se ele fosse algum tipo de Deus. Quando na verdade, ele é apenas... Ari.
