What the hell...?

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Depois da mensagem do Ashton, meu humor melhora um pouco e consigo ter o resto do dia tranquilo.

Acordo no dia seguinte com disposição e sigo para o restaurante um pouco mais tarde que o habitual. Entro pelos fundos e percebo uma agitação não comum vindo da cozinha.

Franzo as sobrancelhas e passo pelo meu escritório, chegando na cozinha, uma música alta está tocando e o barulho de pessoas rindo é evidente.

A cozinha está um caos completo.

- Mas o que diabos está acontecendo aqui?

Todos me olham e param de fazer suas coisas, só a música pode ser ouvida e o cheiro de um millê crepe queimando enche o ar.

Uma jovem de olhos castanhos, cabelos loiros e covinhas no rosto vem até mim:

- É um enorme prazer conhecê-lo, Sr. Clifford.

Franzo as sobrancelhas para ela:

- Você seria...?

- Skyler Zane, sua nova sub-chef.

Ela estende a mão e sorri calorosamente. Só quem sorri para mim é o Ashton.

Devolvo o cumprimento e pergunto:

- Por que essa música está tocando alto assim? Por que a cozinha está uma baderna? Desse jeito os clientes vão ouvir e se incomodar!

Ela põe o braço em volta dos meus ombros.

"Devolve a intimidade que eu não lhe dei, queridinha"

- Estudos comprovam que as pessoas trabalham melhor com música, e eu tenho certeza de que os clientes não vão se importar em ouvir música de qualidade enquanto comem.

Tiro seu braço dos meus ombros.

- Música de qualidade? Desde quando Pussycat Dolls é música de qualidade?

Ela coça a cabeça e cora um pouco:

- É porque eu meio que gosto...

Reviro os olhos:

- Então trate de rever seus conceitos sobre música de qualidade e antes me pergunte se pode colocar algo para tocar.

Vou até o aparelho de som e o desligo. O meu precioso silêncio volta a reinar por poucos segundos, quando uma onda de murmuração enche o lugar.

- Ei, ei, ei - chamo atenção da cozinha batendo palmas - Não esqueçam que esse restaurante é meu e quem manda aqui sou eu. Não admito murmuração.

As expressões variam, estou prestes a dizer algo, quando os braços voltam a contornar meu ombro.

Coro. Não estou acostumado com esse tipo de toque.

- Não fiquem assim, galera. O Mikesinho aqui está "naqueles dias"

Todos sorriem e voltam a fazer suas tarefas. Me viro para a sub-chefe com um olhar indignado, ela dá de ombros e sorri pra mim antes de voltar a refazer o millê crepe.

Mais uma vez, meu rosto volta a corar e me irrito com aquela situação toda.

Decido falar com o responsável: Ashton.

Atravesso o restaurante rapidamente e alcanço Ashton em um piscar de olhos.

Dou um cutucão em seu ombro e quase o faço derrubar o vinho que ele está servindo:

- Meu escritório. Agora.

Ele sorri abertamente para os clientes e pede licença.

Reviro os olhos.

Between Dishes and Recipes // m.c.Onde histórias criam vida. Descubra agora