seu cheiro...

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— O que?! Então ela realmente é a Miko?

— Sim, Hiushiro. É ela.

  Hiushiro da um passo em direção a Mikoto, a olhando sem acreditar. Mikoto virou-se em sua direção e o abraçou fortemente.

— Desculpe ter sumido, maninho. — Hiushiro devolveu o abraço, mesmo não gostando de ser tocado por outras pessoas.

— Você está muito diferente, mas que bom que está de volta.

   Tamayou levantou-se de sua cadeira e gentilmente abraçou ambos os dois. Mikoto agarrava as roupas de Hiushiro e Tamayou enquanto chorava.

— Ah, eu sinto muito em incomodar. — Tanjiro se pronunciou, atrapalhando o momento, Hiushiro o fuzilou com os olhos — Mas essa moça ficará bem? — Ele apontava para a mulher que havia sido atacada mais cedo, agora, deitada em uma cama.

— Ela ficará bem. — Tamayou respondeu soltando Mikoto e lhe segurando a mão — Por outro lado o marido dela teve de ficar amarrado no porão. — Tamayou encarava a mulher com tristeza.

— Não é difícil, para você, tratar... ferimentos de humanos?

  Tanjiro recebeu um belo soco na região do toraxis, fazendo-o ficar sem ar pois alguns segundos, vindo de Hiushiro. E um chute na canela vindo de Mikoto.

— E você acha que nós tratamos os humanos segurando a saliva ao cheiro de sangue?! — Hiushiro responde em um tom sério.

— É isso que você imagina não é mesmo?! — Mikoto respondeu fitando‐o nos olhos — O que ia achar se eu pergunta-se se sua irmã não saliva quando sente o cheiro do seu sangue?!

— Me desculpe. — Tanjiro pós a mão sobre o peito com um olhar pesado.

— Parem com isso! Por que vocês sempre recorrem a violência?

  Ambos os dois abaixaram a cabeça em sinal de desculpas.

— Perdoe-me, mãe. — Mikoto respondeu abaixando o corpo rapidamente.

— Eu não cheguei a me apresentar não é? Meu nome é Tamayou e esse rapaz é o Hiushiro. E eu espero que vocês... possam se tornar amigos.

(Meus pais tentando fazer eu ter amizade com o pia que eu queria matar enforcando)

Mikoto pós a mão sobre a boca virando para o lado escondendo o sorriso. Tajiro se virou para Hiushiro, que estava com um olhar furioso.

" isso vai ser bem complicadinho" pensou Tanjiro.

— Eu pago pra ver. — Mikoto falou baixinho, despertando ainda mais a raiva de seu (praticamente) irmão.

— Mas não é difícil. — Tamayou respondeu a pergunta de Tanjiro. — Acredito que seja muito mais fácil pra mim do que para os onis normais. — Ela tocou seu peito com a mão — Isso porque eu modifiquei meu corpo de forma considerável. E também consegui tirar a maldição do Kibutsuji.

— Maldição? A-alterou o corpo?

— Tamayou mudou seu corpo de forma que ela não precise de carne humana. — Disse Mikoto — E sobre a maldição... ela vai explicar melhor.

  Tamayou retirou o avental branco que vestia e se dirigiu a uma porta dupla de madeira entalhada.

— Venham por aqui.

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Eles atravessaram um corredor com velas, em belo jarro de flores, e um quadro com uma paisagem de vulcão. O chão do corredor era decorado com um tapete aveludado.

   Nezuko deitou-se perto de onde todos se sentaram, sentia-se muito confortável no tapete.

— Nezuko! Isso é falta de educação!

— Não se preocupe, por favor. Fiquem a vontade. E Mikoto — Ela a olhou — se você quiser, pode deixar seu amigo fora da caixa. É protegido aqui.

— Amigo? — Tanjiro perguntou.

— Eu vou ver se ele quer sair.

   Enquanto Mikoto deixava a caixa no chão, Tanjiro se concentrou nela. Não havia percebido aquela caixa, mas o cheiro dela... ela com certeza carregava um oni. Mas...

   "Que cheiro... doce. Mas não é enjoativo, é na verdade viciante. É como pêssego. Eu poderia apreciar esse cheiro por todo tempo, é tão... bom."

  Tanjiro respirou bem fundo, a fim de aproveitar mas o cheiro maravilhoso que saia do oni na caixa. Sem perceber, ficava vermelho como uma pimenta ao imaginar o dono do cheiro.

   Dentro da caixa, uma situação parecida era enfrentada.

   "Desde que Mikoto pós os pés na cidade, eu escuto seu coração batendo. O coração desse garoto é tão calmo. Como a água que escorria do riacho perto de casa. É uma batida tão calma, tão gentil que me faz dormir rapidamente."

   Mikoto deu três pequenas batidas no topo da caixa. Ela tremeu e a pequena porta se abriu.

— Não se preocupe, Zenitsu, pode sair.

  Assim que Tanjiro o viu, sentiu seu coração palpitar de uma maneira que nunca tinha sentido. Estava completamente vermelho. "oh céus"  pensou "é mais lindo do que eu imaginava."

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