mamãe...

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Muzan estava caído aos pés de um homem alto, tinha cabelos vermelhos como fogo, e carregava uma katana vermelha.

O olhava com olhos frios, seus brincos de hanafuda tilindavam com o vento daquela noite.

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- Olha só me escuta direito garoto! Me escuta! O ponto é o seguinte: Não me importo com o seu dinheiro! O fato é que não posso aceitar que você não queira comer o meu udon! Isso é imperdoável!

Tanjiro olhava surpreso e desesperado o dono da barraquinha de udon raivoso.

- E você Mikoto! - Ele virou-se para ela fazendo-a ficar rígida e com o olhar firme - Que coisa feia! Deixou o seu udon aqui, depois de todo o tempo que você passou aqui comigo! Você teve coragem de desrespeitar o meu udon?!

Mikoto rapidamente abaixou, se curvando no chão, e Tanjiro a olhou sem intender. Ela então o puxou para o chão, obrigando o garoto a se curvar junto a ela.

- Me desculpe, senhor! Eu prometo que nos comeremos o seu udon desta vez, eu juro! - Ele analisou Miko do pé até a cabeça, então virou-se para Tanjirou.

- E você garoto? Vai comer mesmo?!

- Sim, eu vou sim! - Ele dizia tremendo, levantou-se, ficando rígido assim como Mikoto fez. Ela o imitou em posição de sentido.

- Ótimo! - Ele acenou com a cabeça. - E você também! - Apontou o dedo para a garota que acompanhava o menino de cabelos de fogo - Vai comer a minha comida, tem que tirar esse bambu aí da boca. Mas que porcaria é essa, oh?! - Ela gesticulava ridiculamente, mexia os dedos em frente a garota - E pra comer com os hashis assim, tá entendendo?!

Tanjiro segurou a mão do dono da barraca com grande força e o respondeu com raiva.

- Eu vou querer comer duas tigelas, por favor! - Fez sinal de "dois", com os dedos.

- T-ta, é pra já!

Assim então, preparou duas tigelas e as colocou na frente do Tanjirou que, sem pensar, devorou ambas as tigelas com extrema velocidade, deixando o dono da barraca e Mikoto boquiabertos.

Ele bateu a tigela, agora vazia, com força na mesa e juntou as mãos.

- Obrigado pela comida! - gritou com força. E saiu da perto do homem - estava uma delícia! - Saiu acenando com felicidade.

- Se você entendeu então tá ótimo! É isso aí, volte sempre! - Dizia o dono da barraca, animado.

- Eu já vou indo também, manda um abraço para a sua mãe, ela melhorou da joanete né?

- Melhorou sim, mas continua bebendo e bebendo, desse jeito ela não sara nunca! Aliás, ela perguntou quando a "bonitinha ruiva" vai visitá-la denovo. - Disse dando umas cutuveladas nela.

- Em breve, verei um dia que eu não tenha missões. Tchau! Eu tenho que ir.

Mikoto pegou o udon para viagem, que havia pedido mais cedo, e apressou o paso para ir atrás deles.

- Me desculpe Nezuko, não queria ter te deixado sozinha. - Nezuko olhou e sorriu com os olhos em resposta.

- Ei! Esperem um pouco!

- Han? Ah, você é Mikoto, não é?

- Sim, e você é Tanjirou, não é mesmo? Bom, meu corvo falou que eu tinha que encontrar uma pessoa com haori quadriculado e cabelos vermelhos que me daria as informações para a missão, é você?

- Bem... - Nezuko parou bruscamente, estava olhando fixadamente para uma árvore, parecia estar com raiva. - Hum? O que foi Nezuko? Nezuko?

Ao lado de uma árvore, um "garoto" de cabelos verdes estava parado, o mesmo que estava com a mulher que os ajudou mais cedo. Mas não, ele não era humano, e Mikoto sabia bem disso. Tanjirou se aproximou.

- Você estava esperando a gente?

- Eu tenho ordens para levá-los até ela. E eu preciso que vocês me acompanhem.

- Eu poderia ter seguido o cheiro dela.

- Não conseguiria. - Mikoto falou sorindo de canto - Ela está em um lugar oculto com um feitiço de camuflagem. Você jamais a encontraria.

- Camuflagem...? Como você sabe disso, Mikoto?

- Mikoto... - o garoto a olhou confuso e surpreso.

- Quanto tempo não é, Hiushiro...

Ele voltou a olhar para Tanjirou alguns segundos depois. - Essa menina aí, não é um oni? - Apontou para Nezuko - É uma ignóbil ainda por cima.

- Olha só que fala. - Mikoto falou sarcástica.

"Ignóbil? Ignóbil... isso que dizer... ser feio? Mas quem?"

Olhou para Nezuko, que era para quem ele apontava, e então se tocou.

"A NEZUKO?!"

- VOCÊ PIROU É SEU MALUCO?! OLHA DIREITO PRO' ROSTINHO DELA! FIQUE SABENDO QUE A NEZUKO ERA A BELDADE, EM PESSOA, NA NOSSA CIDADE!

Mikoto tapou a boca e virou seu rosto para o lado, era difícil não rir ao Tanjirou surtando.

- Vamos logo. - Ela disse.

- Tudo bem! Eu vou! - gritou arrastando Nezuko - Mas ela não é ignóbil coisa nenhuma, tá me ouvindo?! Olha pra' ela em um lugar mais iluminado!

Andaram por alguns minutos na rua escura, a noite estava fria e deserta. Mais a frente, pararam em um muro de madeira.

- Há já entendi tudo! E a focinheira dela não é? Talvez seja por causa dessa focinheira! - Ele virou o rosto de Nezuko para si - Eu quero que você dê uma olhada na Nezuko sem essa focinheira, olha aqui! - Ele virou seu rosto, e o rosto de Nezuko com suas mãos, para a parede onde hiushiro havia parado. - O que?

A sua cabeça apareceu por entre o muro - Andem logo! Não tem ninguém aqui.

Mikoto se aproximou e puxou Tanjirou, que estava parado, pela orelha para entrarem de uma vez.

Atraz do muro uma grande mansão, que parecia um pouco antiga, surgia. Estava só com uma luz da frente acesa. Completamente branca e com poucas janelas.

- Tem uma mansão bem atraz do beco sem saída?!

- Essa é menor que a última, mas é perfeita para ela. - Mikoto cruzou os braços e admitiu a casa.

- O que?

- Nada.

- Venham logo. Escutem, tenham cuidado para não ofendê-la de forma alguma!

Ele se aproximou de Tanjiro.

- Sinceramente não me importo nem um pouco como oque vai acontecer com vocês, eu só trouxe vocês aqui por que ela insistiu muito ok?!

- Para com isso, Hiushiro. Ela não vai gostar de saber o que você anda falando.

- T-tem razão... - Novamente ele a olhou confuso.

- Vamos, não estava com presa maninho?

Toc Toc

- Podem entrar.

- Com licença, estou de volta.

Sentada em uma cadeira, usando um jaleco branco, uma bela mulher de cabelos pretos repousava. Logo atraz, a mulher que havia sido atacada mais cedo estava deitada em uma cama.

- Olá mamãe. - Mikoto sorriu para a mulher. Com lágrimas nos olhos.

- Olá minha querida.

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