Já em casa, enquanto a empresária tomava banho, Mariana começou os preparativos do famoso doce de leite, uma sobremesa geralmente preparada com leite, açúcar e baunilha, cozida em baixa temperatura.
Longe da Argentina e do Brasil, a jovem lembrou de outra forma de fazer doce de leite, e assim, atender o desejo de Ana.
Na panela de pressão, ela colocou uma lata de leite condensado fechada e a cobriu com água, dois dedos acima.
Em seguida, Mariana tampou a panela de pressão um pouco nervosa com os próximos passos, mas levou ao fogo médio confiante de que daria certo.
Quando a panela começou a apitar, Ana que vestia um vestido muito leve e tinha os cabelos molhados, desceu as escadas um pouco rápido, preocupadíssima.
— Mariana? Cadê a Altagracia? — disse na beira da porta, olhando a panela de longe.
— Está tudo bem, Ana. Vai secar esse cabelo, vai ficar doente assim!
— Jamais vou te deixar aqui sozinha com essa panela. Esse negócio parece que vai explodir! — os olhos de Ana revezavam entre sua amada e a panela de pressão.
— Apenas vou deixar cozinhar por 20 minutos, logo vou desligar o fogo e deixar o vapor sair naturalmente. Não precisa de pânico!
— Como não?? — perguntou informada, fechando a cara contra Mariana. — Estamos a ponto de ganhar bebê e você está pensando em explodir nossa cozinha??? — Ana levou a mão ao pé da barriga na última palavra, mais um pontada que dessa vez se estendia até a virilha.
— Ana, pode confiar em mim? Está tudo bem. Já fiz isso outras vezes. Quando a pressão terminar, eu vou abra a tampa e retirar a lata com alguma coisa para não me queimar, vai ficar tudo bem! — respondeu em tranquilidade, de costas para a loira, enquanto lavava a louça.
Sem continuar a discussão, Ana respirou profundamente para conter mais uma pontada. Antes mesmo de secar seu cabelo, a loira foi até seu escritório e buscou seu notebook, passando a trabalhar de dentro do quarto em uma frequência frenética por horas.
— Estava preocupada. Você sumiu. Ficou brava com a questão do doce de leite? Eu te juro que está tudo bem. Eu já tirei da lata….
— Só lembrei de algumas coisas que precisava resolver do trabalho. — continuou digitando sem olhar para a amada.
— São 21h da noite. Você está grávida, na reta final, para ser mais exata. Entende que precisa comer como faziam os maias, incas e os astecas?
Ana apenas levantou o olhar.
— É sério isso? Não gosto que me trate assim, com ordens, recomendações médicas. Pode por um momento parar de cuidar de mim e ouvir o que quero como em relacionamentos normais? — disse em tom alterado, um pouco irritada.
— Cuidar do outro também faz parte de uma relação. — Mariana respondeu baixo, balançando a cabeça em negativa. — Vou deixar seu jantar e sua sobremesa aqui, espero que consiga se alimentar e descansar bem.
— Ma, me desculpa. — ao perceber a feição chateada de Mariana, a loira voltou atrás, fechou seu notebook, e segurou na mão dela. — senta aqui! — Eu estou vendo o quanto tem sido paciente comigo, o quanto tem me ajudado em absolutamente tudo… Sou muito feliz por isso, só estou esgotada. Às vezes, ser eu é muito cansativo. Viver um amor, uma gravidez, um processo judicial, declarações à polícia e mesmo assim cuidar de uma empresa com problemas tem me deixado exausta.
— Está se cobrando muito, deveria parar, descansar e esperar que se recupere para voltar. — sentada na cama, Mariana devolveu o carinho na mão.
— A empresa não tem esse tempo. Um jornal não para, meu amor. Eu preciso estar lá movendo céu e terra para reerguer o império que por anos eu construí.
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Me Salvaste - Maryana
FanfictionAna Servín é a viúva do querido e famoso político mexicano Juan Carlos Aguilar, morto em um acidente de carro após se aborrecer com a notícia de que a mulher espera um bebê. Perseguida pela mídia e por todo o povo do país, a ricaça acabou sequestra...