Estranhamente Mariana não ligou e nem agradeceu Ana naquele dia. E no dia seguinte, esteve mais estranha ainda. Distante, muito distante.
Mas, pessoas têm dias ruins, né? Servín pensou isso, e tentou manter a normalidade, mesmo Mariana afastando-se.
Já em casa, Mariana conversava com a mãe e a avó enquanto faziam o jantar.
— Esta tristeza toda é só porque vamos nos mudar? Você gostava tanto de morar comigo em Tepoztlán… — disse Lúcia.
— É que agora é diferente. Não sou mais uma criança, vó.
— Acho que a diferença é que antes você não conhecia a tal Ana Servín, e agora conhece. Certo? — perguntou com um sorriso intrigante.
— Mamãe, não alimenta essas ideias doidas da Mariana, por favor! — repreendeu Teresa.
— Filha, está mais que claro que a Mariana está muito apegada a essa mulher. Vi as roupinhas que comprou. Duas peças iguais, uma para recém nascido, e outra do tamanho da Regina. Entendi tudo. — reforçou Lúcia.
— Não quero que fiquem discutindo a minha vida. Até porque não tenho outra opção a não ser ir. E sim, deixar a Ana está me deixando muito triste, não sei quem vai apoiá-la e muito menos cuidar dela. Isso me preocupa!
— E essa mulher não tem família? — perguntou Teresa, em tom de ironia. — Sério, filha. Precisa saber o que está acontecendo, eu sinceramente estou confusa!
— Está acontecendo exatamente o que não pode acontecer… — Mariana comentou de cabeça baixa e em tom de voz manso.
— Você se apaixonar pela mulher mais comentada do país. — continuou Lúcia, que foi certeira na ferida.
— Perdi a fome, podem comer.
Mariana se levantou da mesa com os olhos marejados, por alguns instantes ela precisava estar só, embora fosse impossível, Regina e ela compartilhavam o mesmo quarto.
Enquanto a bebê dormia no berço, Mariana se pôs a refletir e conversar sozinha.
— Regis, eu sei que também sente falta dela. Quem não sente? Mas nós vamos embora… não podemos ficar. E eu nem sei como vou fazer para contar a ela que vamos embora. Vai doer, e muito. Em mim e nela. Me desculpa por estar te afastando da Ana, filha. — Mariana desceu a mão pelo corpinho de Regina, que dormia tranquila. – Sei que você ama estar no colo dela, sentindo aquele perfume caro de madame que ela usa. — riu fraco. — Eu também amo. Amo tudo que tem a ver com ela, e isso me assusta.
Na mansão Servín…
— Dona Ana, me desculpa a intromissão, mas aconteceu algo entre a senhora e a senhorita Mariana? Sinto que esta casa está menos alegre sem ela e a bebê. — disse Alta, que chegou ao quarto da loira para deixar uma jarra de água para caso ela sinta sede pela noite.
— Não sei, Alta. A verdade é que não sei. Por algum motivo ela se afastou de mim e isso me fez pensar muito, até no que não queria lembrar.
— Como assim?
— Alta, senta. Me desculpa, mas preciso desabafar e vou te alugar!
— Está tudo bem, Dona Ana. Pode confiar totalmente em mim.
— Sabe, depois daquele domingo em que o Russo quase…. quase… quase abusou de mim… — as palavras saíram arranhando a garganta e a alma — A Mariana fez de tudo para que eu ficasse bem, tranquila e amparada. Funcionou tão bem que apaguei aquela memória da minha cabeça por um tempo. A lembrança do que aconteceu foi apagada da minha memória. Mas desde um certo dia… depois de um acontecimento específico, desde que eu e ela nos beijamos…
![](https://img.wattpad.com/cover/315052527-288-k616609.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Me Salvaste - Maryana
FanfictionAna Servín é a viúva do querido e famoso político mexicano Juan Carlos Aguilar, morto em um acidente de carro após se aborrecer com a notícia de que a mulher espera um bebê. Perseguida pela mídia e por todo o povo do país, a ricaça acabou sequestra...