Capítulo 7: Presente perigoso

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— Desculpa, fui indelicada, né? Se não me contou é porque não quis, não sentiu a necessidade. Me perdoa! — Ana tentou contornar a situação. 

— Ei, tá tudo bem! — Mariana pousou sua mão sobre o braço de Ana, a loira estava com os braços cruzados e sentiu seus pelos arrepiarem-se com o toque.

— Tem certeza? Quero que se sinta à vontade.

— Absoluta certeza!

— E se formos para a piscina aquecida da casa? — Ana mudou o assunto.

— Ih… eu acho que aqui estamos bem. — respondeu com um sorriso envergonhado no rosto.

— Você tem medo da água? Não acredito! — riu frouxo.

— Não tem graça não, tá? — Mariana gargalhou.

— A Alta fica com a Regina e nós vamos pra piscina. Tenho algumas roupas de banho lindas e que nunca foram usadas, com certeza irá gostar de alguma.

— Você nem me conhece direito, sabe disso né? Abriu as portas da sua casa assim… 

— Conheço o suficiente para me fazer confiar em ti. — Ana levantou-se da cama e estendeu as duas mãos para Mariana. — Sem me conhecer você me ajudou, e me fez confiar em mim, fora que nos tirou daquela enrascada. Espero não me enganar, mas confio em você. Algo me conecta a você. 

— Uma paz, uma tranquilidade, né? É estranho.

As duas trocaram olhares em um minucioso silêncio. Se olharam firme enquanto seguravam uma na mão da outra, até que de repente Alta aparece no quarto com cara de péssimas notícias. 

— Aconteceu alguma coisa, Alta? — perguntou Ana, aflita pela cara pálida da mulher e logo soltou a mão de Mariana.

— Senhora, chegaram algumas coisas em seu nome.

— Mas eu não pedi nada… bom, só algumas coisas pra bebê, mas só chegam na próxima semana. — estranhou.

— Dona Ana…

Altagracia voltou para trás e pegou a caixa que havia deixado do lado de fora do quarto. Pelo azul marcante, Ana já sabia do que se tratava.

— Mas quem mandou isso, Alta? — disse abrindo a caixa em desespero, deixando Mariana assustada. 

Uma bela coleção de relógios femininos finos e muito caros, é isto que tem na caixa. O problema de tudo é que esta é a loja que Juan Carlos costumava comprar seus acessórios. Para piorar a situação, um bilhete assustador. 

— São compras do Sr. Juan, dona Ana? 

— É… é… Alta, me deixa a sós com isso, por favor. 

A serviçal deixou o local.

— É melhor eu sair também, né? — perguntou Mariana.

— Claro que não. — respondeu baixo, ainda revirando os relógios. 

"Te recebi de uma forma péssima, admito. Quero mudar as coisas e me redimir. A dívida está perdoada, e este é um presente meu para você. Espero que saiba agradecer" - Russo.

Ana leu em voz alta, assustando Mariana que passou a suar frio de tanto nervoso. 

— Como assim? Meu Deus! — exclamou Mariana, nervosa.

Antes que Ana pudesse responder, seu celular tocou, era Cynthia. 

— Cynthia?

— Ana, liga a TV agora, liga!!

— Tá… calma! 

Ana preocupou-se em achar o controle da televisão e ligá-la no canal principal da cidade.

Me Salvaste - MaryanaOnde histórias criam vida. Descubra agora