Capítulo 24: Atrás das grades

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As duas mulheres permaneceram juntas e acordadas por mais algum tempo.

Mas entre declarações e desabafos, elas adormeceram.

Logo pela manhã, Ana pegou seu óculos na mesinha ao lado da cama, ligou seu notebook e começou a se atualizar sobre todos os e-mails da empresa.

Mariana já havia se levantado da cama. Faz parte da rotina matinal delas que a morena tenha os primeiros cuidados do dia com as filhas.

De volta ao quarto, Mariana desamarrou o roupão e subiu novamente na cama.

Boquiaberta, Ana tentava contornar e moldar a amada através do olhar naquele momento, mas não como a maioria dos fotógrafos fazem através de uma leitura artificial de seus modelos, e sim a enxergando além da pele, da alma e de toda sua existência.

Depois de alguns olhares calorosos, as duas iniciaram uma leve mistura de beijos, investidas sensuais e tesão, começamos.

Em pouco tempo Marina fez aquilo que mais faz na vida a dois: elogiar. Foram diversos elogios à cintura, aos  seios, à  bunda, e a alguns detalhes do corpo de Ana que só ela sabia desvendar.

A boa combinação de luz de uma bela manhã, o olhar sonolento de Mariana e seu corpo nu.

Os olhos de Ana Servín retratavam a mais bela das artes: uma paixão gigantesca, de uma admiração sem tamanho de ver o quanto Mariana esbanjava uma feminilidade forte e sensual, que às vezes passava despercebida na correria do dia.

Delicadamente, Mariana fechou o notebook de Ana e o colocou de lado, puxando a loira para perto e a olhando nos olhos enquanto segurava em suas mãos.

— Ana, nem eu me admirava tanto assim. Me senti seduzida pelo seu olhar penetrante, e quando fui perceber estava completamente solta, livre de barreiras e sem limitações. A nossa noite foi surreal.

— Despir-me para ti ontem foi como me libertar de julgamentos e enxergar apenas as vitórias que eu tinha acumulado depois de tantas batalhas. Reconheci toda beleza e potência que havia dentro de mim, e esse sentimento nunca tinha me acontecido antes.

— Olha, preciso dizer que eu amo você  de todas as formas possíveis, mas assim de óculos é de tirar o fôlego de qualquer um, eu só consigo sorrir ao te olhar. Você me tira do eixo!

— Ma, você é um escândalo de mulher! Nunca me senti tão sortuda na vida. Sempre me vangloriei por conquistas, mas você é a mina sorte. — disse tirando os óculos devagar.

Ana se aproximou dela e desceu suas mãos até a bunda. Sentiu ela encostar sua boca em seu pescoço e distribuir beijos curtos.

— Obrigada por me proporcionar coisas tão incríveis.

Mariana colocou algumas mechas de seu cabelo atrás da orelha devagar e olhou nos olhos da amada aproximando seus lábios dos dela.

Suas mãos estacionaram em cada lado do rosto de Ana e intensificaram aquele beijo.

— Vamos tomar café. — Mariana cortou o clima, e ainda sem roupa, deixou a cama.

Ana a olhou em desaprovação e logo contornou o corpo dela com os olhos.

Já vestidas adequadamente, as duas foram para a cozinha da casa. Ana tomava seu café com Regina ao lado, no cadeirão de alimentação. A garotinha fazia uma bagunça com os alimentos sobre a mesa e enlouquecia a loira.

— Ma ma ma – Regina balbuciou.

— Você ouviu?? — Ana de animou ao ouvir as quase palavras da garotinha.

— Amor… — segurando Valentina nos braços, Mariana riu fraco.

— Isso foi um mamãe… um quase mamãe!

Me Salvaste - MaryanaOnde histórias criam vida. Descubra agora