Os dias passaram rápido, mas as coisas estavam longe de serem normais.
Mariana não ligou e nem deixou nenhuma mensagem para Ana, o que a deixou totalmente angustiada. Perder a amizade e toda a conexão que estava começando a criar com a filha de Teresa não era uma opção.
As duas passaram por uma semana estranha, conversando pouco, apenas de forma profissional, na empresa.
Porém, nunca deixaram de se olhar, se comunicar com os olhos e transmitir tudo o que a alma transbordava.
Ana infelizmente continuava sentindo os efeitos que os traumas dos últimos meses deixaram em sua mente e em seu coração.
Dias intensos e de muitos pensamentos loucos tumultuavam os corações daquelas duas grandes mulheres.
No escritório, trabalhando na mesma sala, as duas foram profissionais até onde podiam, mas sempre deixaram claro o apreço que sentem uma pela outra.
Em uma tarde conturbada no jornal, Ana sentiu seu coração acelerar com notícias do presídio. 'Narcotraficante perigoso e atual presidiário, Russo tenta prisão domiciliar'.
Abruptamente ela sentiu seu coração bater em uma frequência completamente fora do normal, mas infelizmente, comum nos últimos dias. As mãos dela tremiam e a respiração estava completamente irregular.
De imediato e por instinto, ela leva sua mão até a barriga, buscando proteger Valentina de uma catástrofe que só acontece na cabeça dela.
De toda forma, a bebê sentia o nervoso da mãe e anunciava isso com fortes chutes.
Paralisada com cada letra daquele texto, Ana ficou sem saber como reagir. Uma sensação de desespero e medo profundo corroía seu peito. Ela sentia como se algo muito ruim estivesse prestes a acontecer.
Mariana observou as mãos de Ana balançarem a caneta repetidamente, e os pés dela se movimentarem pra lá e pra cá de forma rápida e constante. De imediato entendeu o que estava acontecendo e levantou-se, indo até ela.
— Ana, o que está sentindo? Olha pra mim! — disse virando a cadeira de Ana contra o computador.
— Nada… eu.. eu to bem! — a voz embargada e trêmula denunciava tudo.
— Toma! — após encher um copo de água na mesa ao lado, ela o entregou para a empresária, que segurou o vidro tremendo muito. — Eu estou aqui com você, confia em mim. — disse segurando a mão livre de Ana.
A loira não conseguia falar nada, apenas sentir o medo correndo por seu sangue e por sua alma aflita e ansiosa.
Agachada, Mariana puxou Ana para um abraço forte, e no mesmo instante a loira sentiu a palpitação aumentar e se afastou bruscamente.
— Me perdoa, por favor. Não quis ser assim, não quis fazer isso. — justificou-se com lágrimas nos olhos.
— Está tudo bem… — Mariana respondeu recuada, sem entender nada. — O que é isso? — reparou na matéria no computador e se levantou para ler. — Entendi o nervosismo.
Ana fechou os olhos durante uma breve pausa para recuperar o fôlego e normalizar a respiração.
— Acha que vão soltá-lo?
— Eu acho que não, e espero que não. Mas você precisa entender que ninguém mais vai te fazer mal. A polícia está te acompanhando por todos os lados, Ana. Você está protegida.
— Não me sinto assim, na realidade me sinto bem só. Você era a única amiga que eu pensava ter, mas se afastou sem explicação alguma!
— Você me afastou também, Ana. Não me deixa chegar perto, me evita.
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Me Salvaste - Maryana
FanficAna Servín é a viúva do querido e famoso político mexicano Juan Carlos Aguilar, morto em um acidente de carro após se aborrecer com a notícia de que a mulher espera um bebê. Perseguida pela mídia e por todo o povo do país, a ricaça acabou sequestra...