Parte 2

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A segunda vez que aconteceu, foi depois de um longo período de tempo.

Pete estava completando um ano e seis meses na família Theerapanyakul. Nesses novos seis meses, os dias passavam enrolados, sem muitas ameaças. Foram tempos tranquilos. É claro, só até o Porsche aparecer.

Pete gostava de Porsche. O homem - que mais tarde se tornou seu melhor amigo - trazia energia para casa, no entanto, foi uma surpresa receber um novo guarda-costas tão repentinamente, uma vez que, quando um novo guarda-costas era contratado, supostamente devia haver um processo seletivo, onde todas as habilidades do homem em questão seriam avaliadas. Logo após isso, Phi Chan o apresentaria para o restante da casa e só então seria anunciado um novo guarda-costas oficial na mansão.

Porém ninguém realmente se importou com isso, já que ele tinha sido destinado a proteger Khun Kinn, o que significa que aquele homem deveria ser, no mínimo, competente.

"Sou Porsche." Porsche disse, a primeira vez que eles se viram. Pete estava com a bunda de fora, e levou um susto tão grande ao ouvir uma voz que soltou os halteres nos próprios pés.

A dor surda o fez gritar.

Em um piscar de olhos, ele estava atirado no chão, chorando pelo dedo quebrado e nu, enquanto Porsche, ao seu lado, o olhava assustado.

"O que aconteceu aqui?" Outra voz apareceu. Era Phi Chan. Ele tinha acabado de colocar a cabeça para dentro do cômodo e levantou uma sobrancelha quando viu Pete nu e Porsche em cima dele.

"Phi Chan!" Foi Pete quem gritou. Isso pareceu piorar a dor no pé. "Acho que quebrei um dedo!"

E foi assim que Pete foi parar na enfermaria, no primeiro dia em que conheceu Porsche.

**

Vegas ficou sabendo, é claro. Não de Pete ter quebrado o dedo, mas sim de Porsche. E o que ele ouviu de Ken foi excitante.

"Khun Kinn parece interessado nesse guarda-costas em específico. Porsche nunca recebeu treinamento antes, pelo o que consegui entender. Ele foi selecionado depois de ter salvado Khun Kinn."

"Há algo estranho nisso." Vegas disse, mais para si mesmo do que para Ken.

Aquele homem duas-faces ao seu lado concordou, sorrindo, como se fosse um cachorrinho à espera da sua recompensa. Vegas apreciava sua ajuda, mas ele era apenas a prova de que honestidade era a maior besteira do mundo. Vegas já tinha visto até mesmo Pete sorrir gentilmente para Ken, como se eles fossem quase irmãos de sangue. Como será que Pete reagiria ao descobrir que Ken era um traidor?

Logo todos descobrirão, porque Vegas podia sentir que havia algo interessante prestes a acontecer.

Exatamente como com Tawan, Vegas iria atrás de Porsche. Talvez fosse verdade que todos escolhiam Kinn em primeiro lugar, mas Vegas sabia do próprio poder, e também sabia que Kinn nem sempre era o único a ser escolhido.

Ele sorriu, sentindo fios de animação no seu interior. Tinha esperado por esse dia há muito tempo. Kinn não se importava mais com Tawan, afinal, Tawan era apenas um traidor agora. E todos aqueles outros meninos... todos sabiam que eram casos de uma noite para Kinn.

Quem sabe Porsche fosse a moeda de ouro que mudaria tudo.

Ah, ele não podia esperar.

**

Por sorte aqueles dias estavam tranquilos, então, depois de Porsche carregá-lo até a enfermaria, ele recebeu uma semana de folga e duas muletas para andar.

Por mais estranho que pudesse parecer, foi um alívio ter os dedos esmagados, porque exatamente naquele dia a segunda família aparecia na mansão para resolver alguns assuntos e, pelo o que foi possível escutar de Phi Chan, mais tarde, Khun Kinn e Khun Vegas iriam participar de um leilão.

SURPREENDENTEMENTE BOM | VegasPete ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora