Parte 7

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Vegas estava fodido. Em todos os sentidos das palavras.

Oh, Deus. Ele nunca deveria ter se aproximado de Pete. Nunca deveria ter começado essa bagunça, nunca deveria ter sequer prestado atenção naquele guarda-costas desinteressante, porque agora tudo o que Vegas podia fazer era pensar nele.

Mesmo com todos os problemas acontecendo, mesmo que Tawan estivesse agindo como uma criança mimada toda vez que ele saía de madrugada para levar comida a Pete, mesmo que Porsche estivesse começando a perturbá-lo por estar próximo demais do seu melhor amigo, nada disso importava, porque, quando Vegas abria a porta daquele quarto hospitalar, o mundo parecia sumir.

Merda, essa sensação era incrível. Ele nunca se sentiu assim antes. Era como se ele fosse enchido com uma sensação quente, que deixava cada fibra do seu corpo formigando de um jeito adorável.

A cada dia que passava, mais ele tinha certeza dos seus sentimentos por Pete. Agora ele entendia aquelas malditas músicas clássicas que tinham sons melódicos e apaixonantes, porque toda vez que ele abria a porta e encontrava o rosto de Pete o olhando com antecipação, era como se o próprio Claude Debussy estivesse tocando Clair de Lune no coração de Vegas.

"Você estava demorando." Pete sempre falava, mesmo que Vegas estivesse atrasado por apenas um minuto. "Achei que algo tinha acontecido." Ele murmurou, desviando o olhar para algo na revista nas mãos. Parecia uma revista de roupas íntimas femininas.

E era exatamente aqui onde o problema nascia: Vegas tinha quase certeza de que Pete era hétero. Quero dizer, embora ele às vezes pegasse o homem lhe roubando alguns olhares, não tinha certeza de que isso era prova o suficiente para Vegas acreditar que alguém como Pete poderia algum dia gostar dele.

Agora ele entendia porque todos da primeira família gostavam do guarda-costas. Era difícil não adorar alguém com aquele sorriso; alguém com aqueles olhos; alguém com aquela personalidade...

Ugh, Vegas estava divagando de novo.

"Você está se recuperando?"

"Você vem aqui todos os dias," Ele levantou os olhos da revista. Vegas se sentiu patético quando teve que morder o interior das bochechas para acalmar o nervosismo ao sentir o olhar de Pete em si. "Não pode ver que eu estou melhorando?"

Essa era outra coisa que Vegas descobriu gostar sobre o homenzinho enquanto fazia essas visitas noturnas para trazê-lo comida: Pete podia ter uma língua afiada. Ele era doce e gentil, mas, quando você se tornava próximo o suficiente, Pete também era capaz de mostrar algumas de suas outras faces. E, como qualquer outro ser humano, ele não era capaz de ser feliz, bondoso, amável e simplesmente perfeito o tempo todo.

Ele não era como Tawan que sempre tentava agradar Vegas. Pete não se importava se seu cabelo estava bagunçado na frente de Vegas, ele não se importava se sua pele estava mais pálida que o comum, não se importava se havia olheiras embaixo dos seus olhos. Ele simplesmente estava confortável sendo ele e saber que Pete se permetia ser natual na frente de Vegas era uma sensação tão boa que ele quase queria venerar o homem como um maldito santo.

Deus, esses pensamentos de idolatria estão indo longe demais.

Vegas franziu o cenho. "Trouxe curry pra você." Ele estendeu a sacola para o homem, atraindo sua atenção da revista. Pete colocou o papel de lado e Vegas finalmente pôde ver o que o mantinha tão concentrado, suspirando de frustração quando viu que era uma mulher de biquíni. "E o caldo de cana que você me pediu também."

Os olhos de Pete brilharam com a informação. Vegas se aproximou, sentado na beirada da cama. Ele observou enquanto o homem abria a garrafa e tomava um grande gole. "Isso é doce. Muito doce."

SURPREENDENTEMENTE BOM | VegasPete ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora