Parte 9

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Pete escutou um som. Baixo, muito parecido com o ronronar de um gato.

Ele não tinha certeza de onde está, mas parecia um lugar confortável. O tecido que tocava seu corpo era tão macio quanto a pele de um bebê, e ele soltou um gemido preguiçoso ao esfregar mais do corpo contra a cama.

Até perceber ao abrir os olhos: estava sonhando.

Normalmente, Pete era muito bom em descobrir quando estava sonhando. Isso acontecia porque, quando era mais novo, tinha pesadelos com o pai. Às vezes, esses pesadelos começavam como sonhos comuns, até mudarem repentinamente para o pior medo de Pete: um ringue de luta de box. Ele costumava perder essas lutas, e esse era o único aspecto dos seus sonhos que se assemelhava à realidade. Depois, vinham as brigas, e, logo em seguida, as surras e os punhos pesados do seu pai.

Até que um dia, Pete ganhou.

Isso, porém, não mudou o fato de que ele continuava a apanhar nos sonhos. Nem na vida real.

Mas dessa vez foi diferente. Havia algo no ar, como se ele estivesse cheio de partículas de açúcar. A língua de Pete estava doce, e, embora conseguisse sentir, cheirar, provar muito bem, não conseguia ver com clareza. Esse era o único ponto fraco dos sonhos: pareciam um borrão terrível e difícil de reconhecer.

Os toques eram o suficiente para Pete. Ele gostava de alguns prazeres apenas sentindo.

Mas isso não significa que ele não se chocou quando sentiu algo contra seu antebraço. Diferente do edredom e dos lençóis gelados, aquele toque foi morno, como água fervida, porém não ao ponto de machucar. Era apenas morno, e foi muito gostoso.

O guarda-costas soltou um grunhido.

Droga, ele estava tendo esse tipo de sonho justo agora?! Fazia quantos anos desde a última vez em que sonhou com algo erótico.

"Pete..." A voz o surpreendeu. O som veio acompanhado de um leve soprar no seu ouvido direito, logo em seguida, de um pequeno beijo no espaço entre o maxilar e o começo do pescoço, tão lentamente que Pete quase se esqueceu de ter ouvido a voz de Vegas gemendo seu nome.

Normalmente, esses tipos de sonhos tinham as imagens, vozes e toques delicados de suas antigas namoradas. Aquelas garotas do passado foram as únicas a dar a Pete alguma experiência sexual na vida, e por isso, por mais que ele se sentisse um merda depois, ele não conseguia se imaginar transado com ninguém além delas.

Mas aqui estava ele...

"Vegas." O nome do homem escapou pelos seus lábios como um soluço. O braço direito de Pete se movimentou, e, embora ele não pudesse ver onde estava levando as mãos, quando encontrou o cabelo da versão sonhada de Vegas, enroscou os dedos nos fios e os apertou com tanta força que sentiu as unhas entrarem na própria pele. Ele soltou outro gemido quando mais um beijo foi marcado na sua pele, mas dessa vez nas clavículas.

Pete não estava de olhos abertos, mas, se estivesse, teria os revirado de prazer.

"Você é tão bonito." Vegas sussurrou contra a pele de Pete, que pareceu engolir o elogio e levar uma descarga elétrica diretamente para o lugar entre suas coxas. Pete apertou os joelhos, sentindo-se repentinamente tímido.

Pete sentiu o sorriso de Vegas contra a pele do seu peito. Vegas estava descendo cada vez mais...

"Está com vergonha?" Ele perguntou, antes de roçar a ponta da língua no mamilo de Pete, este último que engasgou ao toque úmido. Nunca achei que dormir camiseta seria tão bom, o guarda-costas pensou silenciosamente. "Você é sensível aqui? Interessante."

"Pare de falar..." Ouvir a própria voz num sonho era estranho. Normalmente, Pete só pensava em responder, mas nada saía de sua boca de fato.

A risada de Vegas causou arrepio pelas pernas de Pete, "Eu consigo sentir sua pele contra a minha. Consigo sentir você se arrepiando." Ser desmascarado dessa forma o deixou mais envergonhado ainda. Vegas soltou outra risada, passando a ponta dos dedos pelas coxas de Pete, perigosamente perto da virilha. A resposta do guarda-costas foi erguer a cintura, começando a sentir a excitação deixando sua mente nublada.

SURPREENDENTEMENTE BOM | VegasPete ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora