Parte 3

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A terceira vez, é claro, foi quando Pete começou a segui-lo.

Se Vegas fosse totalmente sincero, ele sabia que isso aconteceria eventualmente.

Kinn queria manter Vegas sob sua mira, e nada melhor do que mandar um dos melhores guarda-costas para vigiá-lo. O problema é que Vegas estava começando a gostar demais desse pequeno joguinho de gato e rato com Pete.

No começo foi irritante. Toda vez que ele saía da casa da segunda família, encontraria um carro estacionado discretamente do outro lado. O problema era que Pete era terrível em perseguir alguém, porque, logo no primeiro dia, Vegas descobriu.

Ele não avisou o pai sobre isso. Apenas traria dor de cabeça. O x da questão, no entanto, era como ele faria para se aproximar de Porsche em uma situação como essa.

Há quase um mês atrás, Porsche bateu em Macau e o chamou de "filho-de-alguma-empregada" bem na frente de Vegas e Kan. Seu pai ficou furioso ao chamarem seu filho assim (embora Vegas quisesse revirar os olhos para aquela falsa preocupação, enquanto abraçava Macau e limpava o sangue na testa do irmão), e entrou em uma discussão com Kinn sobre como os guarda-costas da família principal estavam se tornando indisciplinados.

"Você era capaz de controlar seus empregados antigamente, irmão." Foi o que seu pai falou, com a voz carregada com uma animação mal escondida. Todos naquela sala sabiam que Kan só estava esperando Korn cometer um pequeno deslize para começar uma guerra.

Mas então algo estranho aconteceu: Kinn levantou da sua cadeira e caminhou como um leopardo na direção de Porsche. Vegas percorreu os olhos pela figura de Pete logo atrás de Porsche, mas, naquele dia, ele não prendeu muito sua atenção.

Vegas estava completamente fascinado por Porsche.

Assim como Kinn.

Seu primo levantou uma das mãos e, como se um trovão tivesse atingido o céu, houve um som estalado que percorreu todos os cantos daquela sala.

Porsche tinha acabado de receber um tapa. Provavelmente, o tapa mais forte de toda a sua vida.

Vegas sabia o que Kinn estava fazendo. Era um dos seus talentos, afinal, poder enxergar os sentimentos escondidos no rosto do seu primo.

Kinn não tinha feito isso para punir Porsche, Vegas notou. Na verdade, ele tinha feito isso para protegê-lo.

Fogo se acendeu dentro dele.

Nesse dia ele viu o que Ken quis dizer quando o informou que a situação entre Kinn e Porsche era diferente; estranha. A verdade era que Porsche já tinha Kinn na palma de sua mão há muito tempo.

Seria divertido.

Realmente seria.

Mas havia Pete.

E Pete nunca saía da cabeça de Vegas. Pelo menos, não por tanto tempo.

**

Kinn devia estar fora de si quando achou que seria uma boa ideia mandar alguém como Pete para seguir alguém como Vegas. Aquele Vegas, que sempre estava bem vestido, independente da situação. Aquele Vegas que usava milhares de acessórios nos pulsos, dedos, nas orelhas. Aquele Vegas que-

Ugh, ele estava começando a aprender coisas demais sobre o primo do seu chefe. Aquela era apenas uma missão para impedi-lo de se aproximar de Porsche, mas aqui estava Pete, reparando em como o sol fazia os brincos no lóbulo da orelha de Vegas brilharem. Em como aquela blusa de veludo vermelho combinava com a sua pele. Em como o cabelo dele estava sempre tão arrumado-

SURPREENDENTEMENTE BOM | VegasPete ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora