SURPREENDENTEMENTE BOM | VegasPete ✔

Parte 4

A quarta vez que aconteceu foi, particularmente, uma das vezes preferida de Vegas.

Tudo começou uma semana antes.

Embora, no início, Vegas realmente tivesse a intenção de se aproximar de Porsche apenas para enfurecer seu primo, algo estranho aconteceu e tornou a situação um pouco diferente.

Vegas não costumava fumar cigarros. Ele não gostava da forma como o cheiro se impregnava em sua roupa. O fazia se sentir sujo pelas próximas horas, mas naquele dia, ele teve que sair da sala de reunião para se distrair.

E, naturalmente, um cigarro acabou entre seus lábios.

Ele escutou o barulho de passos e se xingou mentalmente quando a priemeira coisa que cruzou sua cabeça foi o pensamento de que poderia ser Pete, aquele maldito segurança que quase fez Vegas ter um infarto de tanto ódio. Mas, assim que a pessoa se aproximou dele, Vegas percebeu imediatamente que não era o guarda-costas de Tankhun. Pete usava um perfume suave, quase doce, e tinha cheiro de sabonete. Naquele dia do banheiro, ele cheirava um pouco a suor, mas Vegas não odiou o odor como normalmente faria. Na verdade-

"Você parece distraído hoje." Foi Porsche quem falou primeiro, para sua surpresa.

Vegas não queria ter que fingir hoje. Não estava sendo um dia particularmente bom. Antes de ir para a casa da Família principal, Kan tentou bater em Macau por ter gritado com uma das mulheres que Kan costumava foder, mas por sorte, Vegas estava lá; ele sempre estava. E isso o deixava exausto, porque ele tinha levado um tapa por Macau, e, mais tarde, levaria outro tapa por estar distraído demais na reunião, enquanto Kinn, como sempre, permanecia perfeito.

Talvez tenha sido por esse motivo que Vegas sentiu necessidade de conversar com alguém. Provavelmente não era apropriado fazer isso com Porsche, uma vez que o homem poderia contar sobre suas fraquezas para Kinn, mas Vegas estava tão cansado de manter essa fachada que talvez... talvez alguém o entendesse (mesmo que esse alguém não fosse realmente quem ele queria.)

"Estou cansado." Ele admitiu, torcendo para Porsche não ter escutado a fraqueza na sua voz.

Houve o som de mais alguns passos e então uma mão entrou no bolso da sua camisa preta. Vegas levantou os olhos, encarando o rosto de Porsche, enquanto o outro tirava o isqueiro do seu bolso. "Achei que alguma hora você deveria parar de fingir estar tudo bem."

Vegas franziu as sobrancelhas, mal conseguindo esconder a expressão no seu rosto: era algo semelhante a ter acabado de levar um soco no estômago.

Se alguém idiota como Porsche foi capaz de notar que ele não estava bem, então todo mundo daquela sala provavelmente também notou.

Merda. Sempre cometendo os mesmos erros.

"Eu deveria, provavelmente."

Foi a vez de Porsche mostrar uma expressão surpresa. "Por que você não gosta do seu primo?"

"Porque..." A resposta era óbvia: porque ele é melhor do que eu. Mas era muito humilhante dizer isso em voz alta. Então ele só abaixou o rosto e deixou a fumaça sair dos seus lábios. "Sempre foi assim. Meu pai também odeia tio Korn."

"Eu entendo o porquê ele odeia Khun Korn." Porsche concordou, para sua surpresa. Vegas virou o rosto para olhá-lo, agora vendo algo diferente em seu rosto. De alguma forma, Porsche parecia estar sofrendo também, mas um tipo diferente de dor. Não era a dor da inferioridade como a de Vegas, mas ele parecia terrivelmente cansado. Como Vegas. "Korn é estranho, eu admito. Ele parece sempre estar te olhando como se soubesse tudo aquilo que você deseja saber, mas que nunca vai te contar. E eu odeio isso. Mas Kinn... Kinn tem seus defeitos, porém ele é totalmente diferente do pai."