Adora até então somente observava a cena, calada. Qualquer um que a visse de longe notaria que estava paralisada olhando na direção de ambos que se falavam euforicamente. Poderiam interpretar como ciúmes do noivo com a terceira presença ali, todavia...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Adora estava inquieta. Rolou de um lado para o outro na cama insistentemente até se erguer. Desceu as escadas com cuidado, sempre se atentando ao corrimão e, bebendo água recostada ao balcão, fitava a rua deserta pela noite.
Sentia um calor excruciante, como se estivesse febril, sentia as costas e pés doerem e os sonhos que andava tendo não lhe eram uma boa indicação do que deveria fazer à respeito.
Pelo menos achava assim.
Agora que estava finalizando seu quinto mês gestacional, a grávida começava a realmente sentir coisas estranhas. Sentia com mais frequência as dores nas costas pelo peso maior de seus dois bebês, os chutes eram mais fortes, a ansiedade para conhecê-los também crescia e seu corpo já era quase irreconhecível. Ganhara, fora o peso dos bebês, alguns quilinhos extras, provenientes da fome colossal que sentia e do estresse que era submetida diariamente. Em alguns momentos, se achava absurdamente desagradavel de ver, já no instante seguinte, acreditava ser a mulher mais radiante da Terra e, apreciava antes do banho no espelho grande de seu quarto, se admirar e acariciar sua bela barrigona, conversando com seus filhos que ainda se mantinham de forma incorreta para observação de seus sexos. Acabou por deixar para lá, afinal, Catra e ela amariam os bebês, seja lá como eles fossem.
Catra. A mulher que dormia no quarto ao lado estava fazendo tudo mais leve, sem dúvidas. Havia dito por carta, finalmente, para Kyle sobre as crianças. Já esperava que a sogra o tivesse feito, mas não seria a mesma coisa. Sabia que tinha, há algum pouco tempo atrás, em um ímpeto de coragem, se revelado para a outra mulher na casa... Ainda sim, era sua obrigação também dizer a Kyle sobre aquelas emoções. Não deixou explícito, entretanto, já mencionava sutilmente o quanto estava afetuosa com a mulher e fazia menção discretamente ao relacionamento que mantinham em segredo. Sabia que Kyle entenderia... Ou assim esperava.
Contudo, o silêncio foi o que recebeu em troca. A demora em receber uma afirmativa do outro loiro lhe deixou um pouco chateada, uma vez que esperava uma melhor tratativa por parte de seu antes de tudo, amigo. Com o passar dos dias, apenas aceitou e disse a si mesma que, quando a resposta chegasse, seria isso mesmo. Também refletia muito sobre como seria o seu reencontro com o mesmo. Claramente, não teria mais casamento algum e, por direito, Kyle poderia querer os bebês para si também e gerar algum conflito, pois, Catherine já era intitulada - e com toda razão - a outra mãe dos bebês que carregava. Todo o suporte que precisava, era a morena quem fornecia, tão atenciosa e zelosa, que seus bebês a respondiam melhor que a si própria, a qual os abrigava; sempre que agitados, Catra cantava e acariciava sua barriga, acalmando-os instantaneamente e, consequentemente, Adora. Era uma ligação abençoada, disso ambas tinham consciência.