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Boa Leitura!
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Era uma tarde plena de domingo, em meio ao verão de julho de 1960.
Adora estava serenamente sentada na grama forrada pelo lençol florido branco, levando aos lábios rosados naturalmente pelo alimento gelado, uma colherada de sua sobremesa favorita, sorvete de morango. Sua barriga estava grande como nunca e, a todo instante acreditava que conheceria seus bebês. Há um ano, tal cenário jamais poderia passar por sua mente, na época, limitada... Fazia um ano que tinha tido sua mão pedida em casamento, numa tarde aprazível como aquela.
O vestido que usava tinha um tom de amarelo claro, de alças finas e saia fluída, bastante confortável e leve para o dia quente. Estava logo abaixo da sombra de uma enorme glicínia - uma das muitas que tinha ali -, em frente a um lago, admirando os patos pacificamente nadarem em grupo. Ouvia ao longe gritos infantis brincarem e sorriu ao fantasiar que logo seriam os seus - de ainda desconhecido gênero - bebês a se divertirem no belo Parque de Pluméria. Os pés, agora descalços, sacudiam ao ritmo de "Only You (And You Alone)", no pequeno rádio vermelho e portátil que Catra insistia em sempre levar quando faziam um picnic.
- Only you, and you alone, can thrill me like you do... And fill my heart with love for only you... - A voz melodiosa da amada lhe agraciava os ouvidos ao retornar com o apetrecho que tinha ido buscar no carro a mando da própria loira, a fazendo abrir o par de safiras, sorrindo.
Sentiu os lábios de Catra lhe tocarem os semelhantes, o clássico sabor doce de cereja do seu batom, o perfume de maçã suave lhe extasiando a mente... Sentiu a mão de esmalte bem polido e carmesim ir à sua nuca, num carinho apaixonado em meio ao beijo delicado.
- Você demorou... Achei que tinha desistido de mim. - Brincou a loira.
- Você pediu para trazer sua câmera, que estava no carro... Porém, senhora futura mamãe dos meus filhos com lábios sabor sorvete de morango, eu voltei em casa, porque você não trouxe a câmera em questão... - Gargalhou ao tocar com a ponta do indicador a testa da amada, em uma brincadeira boba.
- Minha nossa, Catherine! Não precisava! - Assustou-se com a devoção da morena - Você leva mesmo tudo que eu te peço à sério, não é...?
- Sim. - Beijou rapidamente a bochecha rosada - Porque eu estou loucamente cega de amores por você e, se me pedisse para morrer por você, meu amor, eu certamente morreria.
Adora corou instantaneamente com a jura de amor de sua mulher. Estavam ali, escondidas o melhor possível, em meio à tanta beleza provida pela mãe Natureza... Ainda sim, Adora só tinha olhos para Catherine quando esta estava em frente a si. Fitando a mais velha com os cabelos presos em um penteado bem feito, seu rosto sempre harmônico e da impecável maquiagem, junto ao conjunto de roupas que iam desde a blusa leve de botões listrada de branco e vermelho posta dentro da calça jeans de cintura alta e curta nas canelas, notava que lhe davam um charme especial. Parecia uma modelo famosa ali, olhando o mesmo lago, pacífica. Mais que depressa, a grávida ajeitou sua Canonflex, rodando o filme e, através do pequeno visor, capturando a beleza daquele momento. A atenção da morena foi chamada e, sorridente, ela voltou-se para a amada, radiante.
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Cherry Liquor
Literatura KobiecaAdora até então somente observava a cena, calada. Qualquer um que a visse de longe notaria que estava paralisada olhando na direção de ambos que se falavam euforicamente. Poderiam interpretar como ciúmes do noivo com a terceira presença ali, todavia...