CAPÍTULO 2

173 27 1
                                    

Já se passaram 2 semanas desde que Tay acordou, o rapaz passa diariamente por checkup e continua sendo monitorado, passou a se alimentar sozinho cada vez mais, já não tem mais a aparência doentia, porém o jovem pouco fala, quase não responde. O hospital continua sem nenhuma informação da identidade do rapaz e o mesmo aparenta não se recordar de nada.

- Bom dia Tay!! - Pete entrou no quarto como fazia diariamente, pois Pete fazia questão de acompanhar o jovem todos os dias, porém nesse dia ele estava acompanhado de outro médico. Tay se sentou na cama, mexendo as pernas sob o lençol inquieto olhando os dois médicos a sua frente.

- Tay, sou o Dr. Yin, sou neurologista, você consegue me dizer oque aconteceu com você? - Perguntou o médico caminhando a até os pés da cama, pegando a prancheta dando uma olhada, o médico sabia bem oque tinha acontecido com o jovem, fora encarregado de cuidar de todos os exames neurológicos do rapaz, mas queria ver como o jovem se lembraria de algo.

- Eu... eu não me lembro - Responde Tay, devagar levando as mãos a cabeça, como se tentar lembrar demanda-se toda energia que tinha, os olhos assustados de Tay encaram os olhos de Pete. O rapaz fecha-os por um instante e balança a cabeça, quando volta a abri-los sussurra. - Porque eu não me lembro?

- Tay, é comum que pessoas que sofreram algum tipo de traumatismo craniano tenham um período de amnésia - Pete começou a dizer, diante do rosto de confusão do rapaz, o Dr. Yin interveio e sentou ao lado do jovem na cama.

- Tay, você sofreu um acidente - Começou o médico, ocultando o fato dele ter pulado da ponte, não queria causar algum tipo de inquietação no rapaz - Você sofreu uma concussão forte na cabeça, mas por sorte não houve sangramento no cérebro, você permaneceu alguns meses desacordado, além da concussão, você teve alguns outros ferimentos, no qual se recuperou bem. - Concluiu o médico.

Tay tentou falar mas tudo oque saiu de sua garganta foi um soluço rouco, por mais que Tay tentasse se lembrar, ele não conseguia, a história que estava ouvindo dos médicos parecia pertencer a outra pessoa, o jovem não conseguia se ver protagonista daquilo. Vendo a confusão no rosto do jovem, Pete caminhou até a mesinha de canto e serviu um pouco de água e entregou para Tay, que bebeu alguns goles e devolvendo o copo para o Dr.

- Depois de um trauma físico ou emocional, pode ocorrer do paciente ter essa perda de memória, ela pode acontecer de duas formas - Pete guardou o copo e voltou a conversar com Tay - Temos a perda de memoria de curto prazo, a pessoa perde a capacidade de se lembrar ali do momento do ocorrido, de algumas horas antes e depois. - Pete seguiu até o Dr. Yin e pegou a prancheta do médico analisou e prosseguiu - Mas as vezes pode ser mais retrograda e abrangente, e é oque esta acontecendo com você.

- Mas.. eu voltarei a me lembrar? oque devo fazer? - A voz baixa de Tay soou pelo quarto fazendo os dois médicos se olharem antes de responder.

- Eu acredito que sim, você precisa ter paciência, seu corpo esta bem, porém seu cérebro pode demandar de mais um pouco de tempo para se recuperar, você precisa continuar o tratamento e descansar - Pete respondeu com um sorriso entusiasmado no rosto.

Os dois médicos sorriram para Tay e se despediram dele, Dr. Yin acompanhou o Dr. Pete para fora do quarto e no corredor ambos se despediram e foram para suas respectivas salas. Pete mesmo tendo uma vida corrida na emergência daquele pequeno hospital, ele sempre parava para continuar a procura de alguma informação sobre a vida de Tay, mas como á três meses atrás, parecia que ninguém sentia o sumiço do jovem.

Porém uma angustia crescia no peito de Pete, com a melhora contínua de Tay, logo o mesmo receberia alta, e a questão que martelava na mente do médico, oque seria do jovem fora do hospital, sem nome, sem endereço para voltar e aparentemente sem família, seria certo deixa-lo a mercê do mundo estando tão vulnerável?

Pete sempre trabalhou com a razão e nunca levou um problema de um paciente para fora do seu consultório, mas por algum motivo, ele compadecia da situação do jovem e queria ajuda-lo.

- Seria loucura não? -  Pete sussurrou pra si mesmo se afastando do computador olhando a ausência de resultados de sua busca sobre o passado de Tay, ele encostou as costas da cadeira e levou as mãos ao queixo pensativo. - Não posso solta-lo no mundo desse jeito, ele terminaria como um sem teto morando na rua - Pete continuava a confabular consigo mesmo.

A ideia de levar Tay para morar em sua casa crescia na cabeça de Pete, eles estavam em um distrito longe da capital, ali não tinha nenhuma instituição que pudesse ajuda-lo, e o jovem não poderia viver no hospital para sempre, decidido que talvez aquela seria a melhor opção Pete saiu de sua sala e segui para a sala do diretor no hospital.

- Com licença Dr. - Pete bateu na porta já entrando na sala do diretor, seguindo até o mesmo levantando as mãos e prestando respeito ao mais velho - Gostaria de falar com o senhor sobre o paciente do quarto 08.

O senhor indicou a cadeira para Pete se sentar e pegou uma pasta sobre a mesa e começo a folheá-la - O jovem da ponte? - Questionou deixando a pasta na mesa voltando a olhar para Pete - Como esta evoluindo o caso dele?.

- Ele esta bem fisicamente, suas fraturas estão quase que 100% cicatrizadas - Pete respirou fundo e começou a falar - Porém ele segue com a perda de memória, e é sobre isso que gostaria de falar com o senhor - Pete se aproximou da mesa, colocando as mãos sobre a mesma.

- Em alguns dias  ele receberá alta, não podemos mantê-lo aqui por mais tempo, estamos sem leito e seu caso não demanda mais da necessidade de estar em um hospital - Continuou o médico - Porém, ele mal sabe quem é, chamamos ele de Tay porque deduzimos que esse é o nome dele, não posso deixar ele sair sem ter para onde ir.

- E você quer se tornar responsável por ele? - Interrompeu o mais velho lendo todo o comportamento do médico a sua frente.

Pete concordou com a cabeça, ele sabia que era uma loucura aquilo, não sabia quem era o Tay, se o mesmo poderia apresentar algum risco, mas estava disposto a tentar.

- Bom - Suspirou o senhor se levantando e indo até a mesa de café lhe servindo um pouco - Não é algo aconselhável, porém assim que receber alta o rapaz não é mais responsabilidade do hospital e fora daqui a sua vida lhe compete a você somente, então faça oque julgar melhor. - O senhor voltou o olhar para o médico sentado na sua mesa - Porém, eu como diretor do hospital, não posso te dar nenhum tipo de ajudar com isso.

- Eu sei, obrigado pelo conselho - Pete se colocou de pé, prestando homenagem ao mais velho e saiu da sala já convencido do que iria fazer.







---------------
Não se esqueçam de votar e deixem seus comentários 🥰


.

REMEMBER - PeteTay 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora