V

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"Mistérios"

- Perguntarei outra vez; a senhorita confirma, que alegou que se entregaria a mim, como uma oferta de paz?- Alguns Terminators, riem da minha cara, me sinto uma prostituta, tendo que me vender, para manter a mim, e as pessoas que amo. Mas eu não vou deixar, ninguém me olhar por cima.

Ergo a cabeça.

- Sim senhor, eu confirmo.- No fundo, (não tão fundo, assim) eu queria dizer: Vai pro inferno, cretino, filho de uma... É melhor eu não continuar.

- Não!- Ouço o grito da minha mãe. Não tenho coragem de olhar em seus olhos, nem nos do meu pai. As lágrimas, que tanto tentei esconder, transbordam dos meus olhos. Eu perdi muitas coisas, mas isso foi diferente. Eu não perdi meus pais, eles foram arrancados de mim. Meus piores medos se realizaram, não tenho mais nada. A não ser o ódio.

Por que a vida têm que ser tão injusta?

- E com isso, eu fecho oficialmente, o caso Oz.- Ele diz, com seu ar superior. Acho que a luz, se apagou dos meus olhos. Tudo o que me fazia forte, se foi. Meu ponto de apoio, se desfez.

Os Terminators levam meus pais, para fora da sala, deixando Jason e Eu, à sós.

Ele não fala nada, apenas mexe em alguns papéis em sua mesa.

- Não espere que eu seja, algum tipo de escrava sexual, não farei parte dos seus joguinhos sujos e doentes. Terá que me matar primeiro.- Ele começa a rir, descontrolado, louco.

- Cuidado...eu sou necrófilo, adoro mortas como você.- Por um momento quase acreditei. Quase.

- Por que você fez isso? Poderia ter nos deixado juntos!- Suas razões, são um mistério para mim.

- Os Terminators te odeiam, você matou dois deles.- Fico sem ar. Como ele sabe disso? - Eles te matariam na primeira chance. Eu te salvei.

- Por que?- Pergunto alto. - Me fala, o que te levou a tentar me proteger?- Ele fixa seu olhar intenso, no meu.

- Não sou obrigado a explicar, meus motivos, ou minhas razões. Um obrigado já vai servir.-Eu vou ficar louca, com tanto mistério. Eu os odeio.

- Obrigada!- Digo com um aparente sarcasmo. - Por ter me separado da minha família. Por ter destruído a minha vida, e a vida de milhões de pessoas, que sofrem todos os dias, naquela cidade. Você é um ótimo juiz.- Ele sai rapidamente, de cima do palanque, e vem até mim.

- Eu não sou um ótimo juiz, sou um ótimo prefeito. E se quer morrer, por mim tudo bem. Eu te mato agora.- Ele pressiona a mão sobre meu esterno. - Eu posso fazer isso. Não preciso nem de uma faca, eu mesmo arranco o seu coração.- Vejo uma sombra em seus olhos. Ele então, para de me tocar.

- Minha única objeção, é do porque de você me..."proteger."- Sua expressão, é de completa e absoluta loucura.

- Você me lembra, alguém do passado.

- Meu Deus! você é um doente! Você nem sabe quem eu sou!- A cada passo que dou, aproximo-me, mais e mais nesse poço de escuridão sem fim.

- Você é quem não sabe. Eu queria tanto, poder te contar. Mas não posso.

- Não pode ou não quer?- Ele abaixa a cabeça.

- Ambas as opções, você não pode saber, agora. Tudo o que você precisa fazer, é vir comigo.- Ele se afasta. - Vou deixar que você escolha.- Como escolher algo, que eu nem ao menos sei onde vai me levar?

- Bom...de todo jeito, vou estar ferrada, então...que seja com você.- Só para constar, eu não falei brincando.

- Eu não vou te...ferrar. Eu vou te proteger.-E eu ainda descubro porque. Mas por hora, vamos bancar a Bela e a Fera (no caso, o Prefeito).

- Você pode garantir, que meus pais ficarão bem?

- Sim, eu garanto.- Diz, não há nada mais, que eu possa fazer, junto minhas forças, preparando-me.

- Venha.- Ele diz, estendendo sua mão para mim. Eu não a seguro, apenas espero ele me mostrar o caminho para a forca.

Saímos da sala, de julgamentos, chegamos em outro lugar, completamente diferente do "corredor da morte" ou da 'sala de chantagens"

O local onde nos encontramos, é enorme, a estrutura é algo tão futurístico, (Claro Emy, você está no futuro) grandes colunas de inox, com as paredes, o chão e o resto dos cômodos brancos.

Esse pessoal têm uma certa obsessão pela cor branca. Vou ter que mudar isso, assim que eu estiver menos ocupada.

Descemos num...acho que ainda se chama...elevador, ou eles mudaram o nome. Descemos tanto, que cheguei a pensar que estávamos indo para Hell's City.

Então as portas de vidro, se abrem, revelando um local, cheio de máquinas, com rodas (Sim, eu sei o que é um carro)

- Os carros já voam?- Pergunto curiosa, Jason sorri sem mostrar seus lindos dentes.

- Não. Durante muito tempo, esperei por isso, também. Mas a única inovação, é que eles podem andar sozinhos.- Ah, se é assim... - Você está bem?- ele pergunta. Sim nunca estive melhor, eu odiava meu pai, e minha mãe. Então pode ficar tranquilo, porque está tudo uma bela porcaria.

- Não, não estou bem.- Ele abre a porta do carro para mim. Sento-me, e sinto a coisa mais gostosa do mundo; o frio do carro, penetra em minha pele, o conforto do banco me faz suspirar, e por alguns segundos, esqueço-me dos problemas.

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Não vou dizer que a casa dele é grande, porque todos sabem, que é. Confesso que fiquei encantada com tamanha beleza.

- Não vai entrar?- Ele questiona. Olho para ele.

- Deixe-me, me acostumar com a sensação.- Digo, entrando naquele castelo de contos de...hm...ficção cientifica. - Uau! Aqui é tão, maravilhoso.- falo sem perceber. Escuto a risada de Jason.

- Você ainda não observou nada, ainda há muito mais.

- Por que você...fala assim?- Pergunto, ele franze o cenho.

- Assim como? Defina suas palavras, por favor.- acho que ele faz isso de propósito.

- Assim! Como uma pessoa culta, ou alguém...do século passado.- Ele me olha de uma forma, estranha.

- E eu sou...culto.- Diz. Balanço a cabeça, negativamente.

- Eu já li livros de mais para saber que uma pessoa culta, nunca assume ser. Então eu aposto em, século passado.- Ele me dá as costas.

- Siga-me, quero te mostrar algo.- Já falei que odeio mistérios? Sigo-o, ele passa por tantas portas, tantos salões, acho que vou me perder por aqui.

Enfim ele para, diante de uma gigantesca porta, da cor...(Quem advinha, ganha um Terminator fofo.)

Branca.

- O que tem aqui?- Pergunto, tocando nos detalhes da porta.

- Abra, descubra.- Isso me lembrou, de um livro que li escondida, quando tinha quase catorze anos. Não lembro-me, muito do nome. Mas eu espero não encontrar aqui, as coisas, que a mocinha encontrou, naquele quarto vermelho.

Suspiro e abro a porta.

Tamanha é minha surpresa, quando percebo o que há no cômodo.

O Beijo de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora