XIII

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"Descobertas"

Minha primeira reação, é acertar o rosto de Jason, com toda a minha fúria. Nunca pensei que um dia fosse ter coragem de fazer isso com ele, mas a ira me consumiu.

- Você sabe que, eu deixei você fazer isso...- Não deixo ele terminar, dou outro tapa em seu rosto.

- Eu...não posso acreditar! Não posso, não posso!- fico andando de um lado para o outro, passando as mãos pelos meus cabelos.

- Eu já disse que eles vão ficar bem.- Ele fala, tentando me acalmar. Vou em direção a ele, e coméço a socar seu peitoral duro feito pedra.

- Você disse que eles ficariam seguros! Você prometeu! Cretino filho da mãe!- Tento acertar seu rosto novamente, mas ele segura minha mão.
Não aguento mais segurar minhas lágrimas, e desabo nos pés dele. - Por que fez isso comigo?- chego a soluçar.- Por que? Me fala Jason!- Não me importo se estou me humilhando, mas estou desesperada, desiludida, destruída.

Jason segura meus braços e me levanta do chão, não consigo olhar nos olhos dele. - V-você, me prometeu, seu mentiroso, você é...um mentiroso.- Quase nem posso falar, estou tremendo, parece que fui atingida por uma carga de eletricidade.

- Confie em mim.- Ele me aperta em seus braços.- Eu só te peço um tempo.- Acaricia meus cabelos, enquanto choro, com a cabeça encostada em seu ombro.
Thain olha para mim de um jeito diferente, quase pude achar que era pena. Afasto-me de Jason brutalmente, não quero ter contato com ele agora.

- Eu vou pra Hell's City.- Falo com raiva. Jason nega com a cabeça.

- Não. Isso está fora de cogitação.- Ele tem a cara de pau de me falar uma coisa dessas.

- Eu decido meu futuro! Não você!- Estou falando coisas que nunca imaginei falar para ele.

- Suas decisões são erradas.- Agora sujou para o lado dele. 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1. Boom.

- Que moral você tem pra me falar o que é errado? Um hipócrita, que vive num país hipócrita, chantageou uma garota de vinte anos a viver com você, e ainda fez a pior merda do mundo ao perder os pais dela.- paro para respirar.- Então não me venha dar lições de moral. Porque você não tem nenhuma.- Estou chorando, mas não de tristeza e sim, de ódio.

- Olha, eu estou fazendo de tudo para resgatá-los, eu já falei! Não precisa se preocupar.

- Me preocupar? Eu estou...- Dou um grito, alto, longo e agudo, como estivesse tirando tudo de ruim que está acumulado dentro de mim.
Quem dera. - Olha...dê seu jeito de mandar pra Hell's City.- ando até a porta de saída. - Ou eu dou o meu.- Não espero respostas ou críticas, apenas vou em direção ao meu provisório quarto.

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Estou há horas aqui, esperando alguma noticia, mas até agora; nada.
Eu sinceramente pensei que Jason me ajudaria, pensei que meus pais estavam seguros. Mas é tudo uma grande e completa mentira.
Minha vida desmoronou, virou de cabeça para baixo.

Escuto alguém bater na porta,quem será? Levanto-me da cama e abro-a.

- Jason.- Falo de uma forma ríspida. Ele está tão apetitoso com roupas de dormir, que eu poderia até...foco, Emily! Foco! - E aí? Quando eu posso ir?- pergunto, tentando não babar.

- Eu posso entrar?- Ele pergunta, erguendo uma sobrancelha. Desse jeito eu não aguento.

- A casa é sua.- Digo com superioridade. Abro um pouco mais a porta, dando passagem para ele. O mesmo entra, e me dá o privilégio de admirar cada parte de seu arquitetado corpo.
Fecho a porta. - Meus Deuses.- Penso. Acho que vou morrer hoje. - Me fala, quando eu vou pra...

- Você não vai para lugar nenhum. Eu estou aqui...- Ele senta-se sobre a cama. Que calor.- Para te dizer, que consegui enviar alguns Terminators para Hell's City, e estou confiante...

- Você não está entendendo! Foi por essa confiança em pessoas erradas, que eu perdi tudo.- Sento-me ao lado dele. - Eu quero ir. Eu preciso ir.- Ele nega com a cabeça. - Jason, eu não quero brigar de novo. Você foi irresponsável, foi um cretino...

- Mas...- Ele tenta me dar força para continuar.

- Não tem "mas". É só o que eu tenho para te dizer.- Ele esboça um sorriso no canto dos lábios.

- Eu gosto de você. Você é sincera, engraçada...bonita.- Me surpreendo com sua cadeia de elogios.
Mas é claro que não vou amolecer por causa disso.

- Ta, ta bem. Agora me fala, quando eu vou poder ir?- Não quero ser chata, mas a situação me obriga a ser.
Ele pega minha mão.

- Você quer saber por que eu trouxe pra cá?- Não acredito, que ele vai fazer isso. Só para não dar a resposta que tanto quero ouvir.

- Você sabe que eu quero. - fecho os olhos. - Mas eu preciso que me responda se eu vou para Hell's City.- Jason suspira, e levanta-se da cama me levando junto com ele.

- Eu vou te mostrar uma coisa.- Por que tudo com ele, tem que ter um mistério?
Ele não podia simplesmente me falar?
Ele sai do quarto puxando minha mão, começa a subir os degraus da escada, sei para onde ele está me levando.

Paramos em frente a porta de seu quarto.

- Emily, me desculpe.- Franzo a testa, nunca o vi falando desse jeito. Arrependido, magoado.
Ele abre a porta do quarto.

No começo quando entro não vejo nada, então ele entra na minha frente e anda um pouco mais adiante, até uma outra porta e abre.
Ele fica me esperando, com a cabeça baixa.
Vou em direção a entrada do misterioso cômodo.
No inicio, não entendo.
Mas quando entro no local, tenho a surpresa, ou melhor o pavor, de me ver dentro de televisores.
Arregalo os olhos, estou em toda parte.
Tomando banho no lago, caçando animais...ponho as mãos sobre a boca.
Que loucura é essa? Eu estive sendo vigiada esse tempo todo?
Olho para uma tela, onde tenho a surpresa de ver Jason com um cervo nos braços, eu estou distraída no lago, ele fica um tempo olhando para mim, e quando percebe que vou olhar em sua direção, vira um verdadeiro borrão na tela, deixando o cervo morto, em seu lugar.
Sinto uma tontura, hoje tiraram o dia para me matar, foi muita informação para uma pessoa só.
Meu Deus...agora tudo, absolutamente tudo faz sentido.

- Eu costumo correr na floresta, para lembrar dos meus dias como humano.- Ele se aproxima de mim. - E foi numa dessas corridas, que eu te vi. Você estava tão concentrada em algum animal que nem me viu. Mas eu te vi, lembrei tanto de mim, caçando para sobreviver.- Ele ri de um jeito louco. Acho que ele não está vendo minha expressão de horror. - Depois disso, eu segui seus passos, todos dias. A cada dia te admirava mais e mais, sua beleza, sua força...- Ele olha para mim. - Eu queria algum contato com você, então tive a ideia do cervo e dos bilhetes... Mas eu queria mais. Então te dei um beijo de sangue, como você chama.- Ele raí.- E imagine a minha surpresa, quando você apareceu lá para mim. Eu tive a oportunidade de ter você por perto, de te sentir. E por isso não posso te deixar ir.- Estou pasma, estou me sentindo violada, nunca poderia imaginar isso.

- Você precisa se tratar seu maluco doente.- digo, apontando para as imagens. É muita coragem minha dizer isso para um vampiro, mas eu não quero saber dos riscos.
Estou em choque, eu preciso me afastar dele, agora!
- E eu não vou só resgatar meus pais em Hell's City. Eu vou morar lá.- Digo por fim.

Oi pessoal. Tudo bem?
E agora o que será que vai acontecer?
Aguardem as surpresas que estão por vir.

Obrigado.

O Beijo de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora