"o plano"
Uma semana depois...
Anna estava certa. É como se ela pudesse...ver o futuro, e para o meu azar, ela viu o meu.
A cada dia que se passa, me sinto mais fraca, apesar de comer muito.
Todos os dias baldes e mais baldes de sangue, são jogados fora.
Já posso sentir a respiração da morte em minha orelha.Para completar, sonho e ouço a voz do Jason, quase todos os dias, o estranho é que...eu sinto o que ele sente, e posso...assistir sua vida em tempo real. Anna me disse que o bebê nos ligou, e os sonhos que tenho, é o bebê entrando na minha cabeça, pedindo a presença do Jason. Eu nem sei o que pensar.
Queria tanto minha mãe, queria me despedir, ou...sofrer mais um pouco.
- Emily!- diz Anna, entrando pela porta da sala com uma sacola cheia de "compras"
Ela não gosta que diga "roubo"- Tudo bem com você?- Ela pergunta isso dez vezes, por dia.- Estou...indo.- digo, para não dizer que estou quase uma morta-viva. Ela coloca a sacola no chão e põe a mão em meu pescoço.
- Você está quente. Vomitou quantas vezes, hoje?- Faço um três, com os dedos.- Ótimo! Melhor que cinco.- Ela pega a sacola do chão, e vai até a cozinha.- Eu vou fazer...sopa.- Assinto.
Minha minha garganta está queimando, não posso falar muito.Levanto-me do sofá, com dificuldade, minha barriga está muito dolorida.
- O que você está fazendo?- Ela vem até mim e tenta me levar de volta para o sofá.
- Anna, pare!- Digo alto.- Estou grávida, não com...uma doença terminal.- Na verdade a gravidez, é terminal. Ela abaixa a cabeça e sorri.
- Desculpe-me.- Sussurra.- É que...você é minha primeira e unica amiga por aqui, não quero te perder.- Sofro por ela, talvez porque...agora eu seja ela, também não tenho ninguém.
- Tudo bem...-Tento falar, mas uma dor me impede de continuar, minha barriga começa a doer, parecem que milhares de agulhas estão invadindo meu útero, me ajoelho sem aguentar.
Anna me deita no chão e levanta minha blusa, de repente ela põe uma mão sobre a boca.- Meu Deus!- Grita, levantando-se. Olho para minha barriga nua, e vejo que veias grossas, sobem da minha barriga, até abaixo de meus seios.
Eu já vi isso antes; no rosto do Jason.Agora está tudo claro para mim. Eu vou morrer.
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Anna e eu, estamos jantando em silêncio, tento não expressar dor, mas é quase impossível, as pontadas ficaram mais fortes.
- Eu não posso te ver assim, Emily.- Anna fala, largando a colher em cima da mesa. Olho para ela, sem entender.
- Do...que você...está falando?- Pergunto rouca. Anna levanta-se da mesa.
- Você precisa do Jason.- Ela só pode estar maluca.
- Mas...ele está em...Big City- Falo, com dificuldade.
- Eu sei!- Ela diz, com os olhos arregalados.- Nós temos que fugir daqui.- Agora sim, ela ficou doida.
- Todos que...tentaram morreram. Você sabe.- digo. Ela assente.
- Mas eles tinham uma coisa, que nós não temos.- Essa frase, não seria ao contrário?- Anna levanta a manga de seu casaco, me mostrando seu braço deformado, minha boca cai aberta, a brutalidade das marcas, embrulham meu estômago. - A surra que o Vincent me deu, me tirou muitas coisas...inclusive meu chip.- Uma luz se forma em minha cabeça.
- Podemos...fugir.- Falo sem acreditar. - Mas e...os Terminators...que guardam os...muros?
- Matamos, alguns.- Ela dá de ombros. Olho para ela, espantada- Temos que fazer isso, se for preciso. E para nossa sorte...- Ela sai da cozinha, e vai para algum lugar, fora do meu campo de visão.
Para onde essa louca foi?Depois de alguns minutos, ela volta com uma bolsa preta, nas mãos.
- O que... é isso?- Pergunto, franzindo a testa. Ela então abre a bolsa, e retira duas armas de fogo, de dentro. Levanto-me depressa, sem me importar com a dor na barriga.
- Você...ficou louca?- pergunto apontando para as armas.- Onde conseguiu...isso?- Começo a tossir. Que droga de garganta!
- Emily, eu sempre sonhei em sair daqui. Mas nunca achei um motivo que valesse a pena, e aqui está você. Eu tinha esperanças de estar errada, quanto a você e seu bebê sobrenatural, mas não estou. Então vamos arriscar.
Afinal...o que prefere, morrer aqui? Ou tentar buscar uma chance de viver?- Ela tem razão, estou muito desmotivada, aceitando tudo de todos.
Já chega!- Quando começamos?- pergunto motivada a seguir com esse plano suicida. Eu preciso pensar em mim, pois agora algo cresse dentro de mim, algo que é bom, apesar do que faz comigo, preciso protegê-lo.
Anna sorri e retira da bolsa uma espécie de mapa, estendendo-o sobre a mesa.
Não sei muito sobre mapas, mas Anna deve saber, pelo jeito que olha para o grande papel, que mostra cada canto de Hell's City.- Não podemos perder tempo, a cada dia você se torna mais fraca, temos que ir... Hoje, pela madrugada. - Ela pega uma caneta, e marca um ponto do mapa. - Primeiro; Vamos passar pelo velho teatro municipal.- Ela liga um ponto ao outro.- Depois temos que subir no telhado de uma antiga fabrica de roupas. Está vendo isso aqui?- pergunta a pontando para uma espécie de escola, perto da barreira que separa as cidades. Assinto.- Existem muitos Terminators aqui, então talvez...- Ela olha para as armas. - Emily...não será fácil. Nó duas podemos...bom, você sabe.- Tenho que ser corajosa, não posso fraquejar agora.
- Tudo bem.- Digo firmemente.- Eu posso arriscar...minha vida, como você...disse; se é pra morrer...tenho que morrer... tentando, e não ficar... parada aqui, fadada... ao esquecimento.- Anna sorri novamente.
- É assim que se fala, garota.-Fala, recolhendo os objetos de cima da mesa e guardando-os novamente dentro da bolsa.- Vamos nos organizar. As três da madrugada, nosso futuro estará em jogo.- dito isso, ela sai da cozinha e some do meu campo de visão.
Lá vou eu, de novo!
Eu vim parar aqui, pelos meus pais desistiram de mim, não tentaram entender meu lado, e muito menos me deram chance de me explicar.Eu não vou passar a vida, presa a pessoas que não me dão o devido valor, não reconhecem meus sacrifícios. Vou sofrer muito, mas pelo menos tenho a pequena chance de sofrer a perda dos meus pais, ao lado do meu bebê.
Hoje, será o dia mais decisivo de todos.
Será, matar ou ser morta.
Viver...ou morrer.E então? Será que a Emily vai conseguir?
Vamos aguardar o próximo capítulo: "Morte"Até o próximo.
Valeu pessoal!
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O Beijo de Sangue
VampireUma vida quase normal. Uma garota quase normal. Ela nunca gostou de controle, sempre independente. Mas tudo mudou... Ela não foi vendida. Ela não foi sequestrada. Ela não se apaixonou por ele, como em muitos filmes de romance. Ela apenas, foi ao enc...