XIV

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"Prova de fogo"

Jason segura meus braços com tanta força, que chego a pensar que seus dedos vão penetrar meus ossos.
Dou um chute em suas partes intimas.
Não há mais barreiras entre nós, ele acabou de eliminar todo o vestígio de respeito que eu ainda tinha por ele.
Ele se curva com dor. - É, isso deve doer mesmo- penso.

- Você estava me machucando.- Digo esfregando meus braços doloridos.- Você não tem ideia, de sua força não é?- Pergunto, enquanto ele geme.

- Você poderia...ter falado.- Ele diz, com a voz rouca. Dou de ombros.

- Isso nunca funciona. Não que eu tenha tido muita experiêcia, mas é que eu leio pra caramba.- Ele se recompõe, ficando frente a frente comigo.

- Não vá para Hell's City.- Fala de repente. Reviro os olhos. Por que ele ainda insiste?

- Você acha mesmo, que eu vou ficar mais um dia, nesta casa com você? Um maluco, doente.- Falo, pouco ligando para o que ele sente ao ouvir minhas palavras.

- Eu só queria te conhecer.- Ele práticamente sussurra. Ergo os braços.

- E aqui estou! E agora?- Pergunto dasafiando-o. Ele se aproxima de mim, não recuo. Não quero parecer medrósa. Mas estou me borrando.

- Agora?- Ele pergunta.- Eu...acho que... te amo.- Diz, me deixando estática.
Pelo amor dos deuses! Isso não está acontecendo comigo. - Não, faz essa cara. Você já deveria saber. Nós nos beijamos.

- Sim! Mas foram apenas beijos. Não significáram nada pra mim.- Após ter dito isso, eu senti um peso na minha cabeça, e um buraco no meu estômago. -Culpa.
Jason desvia o olhar do meu. Posso ver sua tristeza.

- É. Tem razão.- Diz, com a voz carregada.
Eu sou um monstro? "Não Emily, você pode ser considerada no máximo realista."

- Quando posso ir para Hell's City?- pergunto, tentando ser mais fria possivel.
E que droga de peso é esse no meu peito? Eu não tenho silicône, e eles também não são tão grandes, então que peso é esse?

- Hoje mesmo, se quiser.- Fala me surpreendendo. Fico eufórica, decepcionada, é tudo uma mistura de sentimentos confusos. Ele aceitou assim, tão facil.

- Sim.- Digo sorrindo. - Obrigada.- vou em direção a ele, para abraçá-lo. Mas ele me empurra, quase caio no chão, com sua força. Que filho da p...

- Não force a barra. Não chegue perto de mim. As cinco da manhã, o plano de abdução será ativado no jardim, quando estiver pronta. Pode ir.- Ele fala, saindo do pequeno quarto. Me deixando atormentada e sozinha com meus demonios.

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Estou no meu (nem tão meu) quarto. Lembrando-me das poucas, (que pareceram muitas) aventuras que viví aqui.
Não há muitas coisas para rir, há apenas para lembrar.
O pouco tempo aqui, me serviu para saber quem eu realmente sou, e quem eu posso ser.
Graças a Thain, eu sei que posso ser...boa atriz, manipuladora, perigósa.
Já o Jason...bom...ele me fez sentir e descobrir coisas novas. Graças a ele, me senti...mulher, ele despertou um fogo dentro de mim, que nem eu sabia que existia.
Ele me fez chorar de tristeza, confusão, alegria.
Ele me feriu, me reconstruiu.
Ele acabou comigo, me refêz.
Ele é um vampiro, eu sou humana.
Ele me ama, eu...eu...não sei.
Ele despertou tantas coisas dentro de mim, eu gosto dele, o odeio.
Passo as mãos pelos cabelos, sem saber o que fazer, eu vou para Hell's City, mas e quanto ao Jason? Como ele vai ficar sem mim. "Do mesmo jeito que estava antes"
Não! Sei que sou egoísta, mas não posso ser tanto assim.

Abro a porta do meu quarto, não sei o que estou fazendo, só estou sendo guiada pelas batidas do meu coração, uma frequência que me leva para o último lugar que eu poderia querer ir.

- Jason.- Chamo-o na porta de seu quarto, minha respiração está pesada, estou com um frio na barriga. Por que?
Ele demora a abrir, mas quando abre, vejo-o de um jeito diferente. Sinto...não sei explicar.
Seus olhos me convidam a fazer algo maluco. Algo que está além dos meus limítes, além de tudo o que eu penso ser errado.
Não espéro que diga palavra alguma.
Faço a coisa mais maluca da minha vida, avanço em seus lábios com toda minha fome, acho até, que lhe dei um beijo de sangue, ao contrário.
Ele agarra minha cintura, e me leva para dentro de sua toca, fechando a porta atrás de nós.
Não paro de beijá-lo um minuto sequér.
Meus lábios ansêiam mais e mais, pelos dele.
Ele me deita sobre a cama, e desconécta nosso beijo brutal.

- O que está fazendo?- pergunta baixinho, me deixando com um calor extrêmo.

- Cale a boca, não fala nada.- Beijo-o novamente, ele deita-se por cima do meu pequeno corpo.
A partir daí, os beijos não são apenas beijos.
São toques e ações intimas. Ele é tão perigoso, passando suas mãos por áreas proibidas, deixo-o me levar a beira do penhásco da luxúria, e me jogar do alto, como um pássaro sem asas para voar.
Ele coméça a me despir, nunca imaginei que um dia, poderia deixar alguém fazer isso, mas acho que estou bêbada de desejo, estou inconciênte quanto a realidade. Agora tudo o que quero é aproveitar a doce tortura, que ele me proporciona.
Ele faz tudo com calma, menos o momento em que coméça a se despir, ele faz isso numa velocidade sobrenatural.
Não tenho medo, só sinto uma leve insegurança.
Quando ele me possui, a dor dentro de mim é enórme, chego até a chorar e gritar, mas de um jeito masôquista, desejo que ele continue.
Ele se movimenta lenta e carinhósamente, beijando minha boca no procésso.
Meu corpo irradia, paréce que a força da gravidade faz minha alma levitar, essa gravidade se chama; Jason.
Depois de um tempo, ainda sinto dor, mas também uma sensação boa.
Continuamos assim, a madrugada inteira, em movimentos e ações deliciósas e torturantes.

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Meu Deus, o que eu fiz? Me entreguei para um homem que nunca mais verei na vida. Se meu pai estivésse aqui, eu provavelmente estaria morta.
"Calma Emily, isso não é hora de pensar no seu velho."
Jason dorme como um bebê, -Meu Deus, e que bebê!-
Levanto-me com cuidado de sua cama, enrrólo-me num lençou de seda, e saio correndo do quarto, parecendo uma fugitiva dos Terminators.
Entro em meu quarto, ainda pensando na besteira que acabei de fazer, sento-me na cama meio sem jeito, até minhas pernas estão doloridas, que coisa!
De repente algo amarelado, brilha em meu rosto. Repáro que vem do jardim.
Vou até a janela e me deparo com uma espécie de tubo luminoso que vem do ceu até o chão.
Sei o que signica; "meu portal para o inferno".
Depois do que aconteceu entre Jason e eu, acho que não terei corágem de me despedir, sei que estou sendo fresca e imatura, mas não dá para olhar no rosto dele.
Visto as mesmas roupas que estavam comigo, logo que cheguei aqui.
Eu estou tão triste, não sei porque. Vou encontrar meus pais, era para a felicidade estar estampada em meu rosto. Mas tudo o que sinto é dor, psicológica e fisica.

Desço as escadas, e vou em direção a saída, está quase amanhecendo, posso ouvir os pássaros cantarem, clamando pela claridade do sol.

Eu não sei qual será meu destino, só espéro não me arrepender, minhas decisões podem me destruir ou me libertar, de novo.

Estou préstes a tocar na luz amarelada quando ouço a coisa mais perturbadora do mundo.

- Não vai se despedir, não é?

O Beijo de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora