𝐎𝐍𝐄 - 𝗲𝗻𝗲𝗺𝗶𝗲𝘀

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Tudo parecia calmo e tranquilo, Jane Blake estava tendo uma ótima noite de sono, até seu irmão entrar desesperadamente no quarto fazendo a porta ranger, e acordando a garota.

— Bom dia, irmãzinha! – diz Finney Blake, acendendo a luz, forçando Jane a se levantar. — Já está tarde, anda logo.

Jane abriu os olhos e esfregou os dedos sobre eles, ainda atordoada, se sentou sobre a cama.

— O que você quer, Finney? – a garota resmungou, parecia irritada.

— Nossa, você está horripilante. – Finney exclamou com sarcasmo, vendo que Jane estava completamente descabelada e com olheiras enormes.

Jane, sem pensar duas vezes, mostrou o dedo do meio para seu irmão, fez uma careta e afundou a cabeça inteira no travesseiro de fronha preta.

— Tem alguém esperando para te ver. – o garoto a avisou, com um sorriso se formando entre os lábios.

— O que? – Jane se levantou rapidamente, vendo que realmente tinha alguém atrás de seu irmão.

— Já aviso, não quero brigas. – disse Finney, com a voz mansa.

Quando o garoto que estava atrás de Finney entrou, a expressão de Jane era difícil de se compreender, mas pode se dizer que ela estava boquiaberta.

— O que ele tá fazendo aqui? – a garota perguntou, olhando para o irmão.

— Muito bom te ver novamente também, estressadinha. – o garoto disse, cruzando os braços, fazendo Jane ficar vermelha, semelhante a um pimentão.

— Uma pena eu não poder dizer o mesmo, Arellano. – a garota nem se esforçou para esboçar um sorriso.

— Foi o destino que nos juntou novamente.

Jane revirou os olhos.

Robin Arellano e Jane Blake nunca tiveram uma convivência muito boa. De um jeito mais prático, eles se odiavam.

E sempre eram motivos bobos. Implicâncias, brigas, xingamentos, até irem parar na detenção, juntos.

O Finney sempre estava no meio dos dois, tentando amenizar a situação péssima, mesmo quando praticamente todas as vezes não davam certo.

— Tem como vocês pelo menos tentarem ter uma convivência saudável? – disse Finney.

Jane se levantou, e foi até Robin. Com um sorriso perverso ela o encarou.

— Ótimo, convivência saudável. Agora já pode ir embora e nunca mais aparecer na minha frente, Arellano.

— Jane. – Finn a chamou resmungando.

Robin não moveu um músculo, e continuou olhando para Jane de cima a baixo, fazendo a garota se arrepiar, e até esquecer de respirar por alguns segundos.

— Ouviu seu irmão... – Arellano começou. — Seja simpática, estressadinha.

Jane revirou os olhos, quebrando a troca de olhares reluzentes com o Robin.

— Eu odeio você. – ela acusou, aleatoriamente.

— Eu sei disso, e meio que não me importo. – o garoto arqueou as sombrancelhas. — Você me odeia atoa, Jane Blake.

— Nunca foi atoa.

— É mesmo? Me dê um único motivo para você me odiar.

A garota se calou, bufou, tentou achar algum motivo concreto para responder Robin, mas falhou. Realmente não tinha porquê odiar ele.

— Viu? Não tem. Para de bancar a durona, Jane. – disse Robin, se afastando da garota.

O silêncio predominou por alguns segundos, até uma garota de cabelos longos e castanhos entrar pela porta do quarto de Jane que já se encontrava entreaberta.

— Jane, você viu aquele meu... – a garota nem reparou que tinha mais pessoas além de sua irmã, Jane, no quarto. — Ah... – ela olhou ao redor. — Eai gente? – a mesma disse, sem graça.

Os garotos acenaram com a cabeça, enquanto Jane se olhou no espelho apressada e ajeitou seu cabelo ainda afoita.

— Finney, avisa ao papai que eu vou sair, tá legal? – Jane foi até a porta do quarto, imediatamente pronta para sair, contudo foi praticamente empurrada novamente para dentro do quarto.

— Esqueceu que você está de castigo, garota? – Finney quase murmurou.

Jane franziu o rosto, voltou para seu quarto e se afundou na cama, novamente.

— Nena! – Robin a chamou, sabendo que Jane odiava esse apelido. — Anda se machucando muito? O que é isso no seu joelho?

— Não me chame assim, idiota. – ela resmungou, o som de sua voz foi abafado por ela estar coberta com o lençol da cama. — E isso não é da sua conta.

— É sério, o que é isso? Tá sangrando, tipo, muito. – Robin continuou.

— Eu me machuquei, dançando, só isso.

— Dançando? – o garoto repetiu. — Você ainda dança, tipo? Desde criança?

— É uma surpresa para você? – um sorrisinho de canto de formou nos lábios de Jane.

— Não, você sempre foi uma ótima bailarina.

Robin, sem pensar duas vezes, olhou em volta e avistou um pedaço de pano, uma faixa que estava em cima da escrivaninha de Jane, pegou essa faixa e se aproximou da garota, fazendo ela estremecer.

Robin se ajoelhou diante Jane, segurou seu joelho machucado, e sem tempo de ela reagir, ele enfaixou o joelho dela.

— O que você está... – a garota tentou dizer, mas Robin tampou sua boca com a sua mão livre.

— Está doendo, não está? – ele perguntou, mesmo não demostrando, ele estava severamente preocupado. — Por que já não fez isso?

— Chega, Arellano. – disse Jane. — Não precisa disso tudo, desde quando você é médico? – ela tinha um tom sarcástico.

— Não preciso ser médico para ver que esse corte está feio. – ele retrucou. — Por um acaso você anda sofrendo abuso físico em casa, Jane? – Robin disse com o mesmo tom de ironia.

— Ok... Então. – Finney começou. — Já que estamos todos juntos que tal sairmos, descontrair? – ele sugeriu.

— Eu estou de castigo, infelizmente não vai ter como.

— Eu aviso o papai Jane, não se preocupe. – Gwen disse, sorrindo.

Jane franziu a testa, com raiva.

— Vamos Jane? Não tem problema para você, não é? – Robin a provocou.

Jane bufou, mas como não tinha outra opção além de aceitar, fez isso.

— Sem problema algum, Robin. – ela esboçou um sorriso tão falso, que era possível ver o ódio em seu olhar.

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𝐈𝐍𝐈𝐌𝐈𝐆𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐓𝐄𝐋𝐄𝐅𝐎𝐍𝐄 | ᵗʰᵉ ᵇˡᵃᶜᵏ ᵖʰᵒⁿᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora