𝐈𝐍𝐈𝐌𝐈𝐆𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐓𝐄𝐋𝐄𝐅𝐎𝐍𝐄 | ᵗʰᵉ ᵇˡᵃᶜᵏ ᵖʰᵒⁿᵉ

𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓 - 𝑾𝒂𝒕𝒄𝒉 𝒎𝒆 𝒃𝒖𝒓𝒏

"Você só vai ficar aí parado me assistindo queimar?
Mas tudo bem, porque gosto do jeito que dói
Você só vai ficar aí parado me ouvindo chorar?
Mas tudo bem, porque eu amo o jeito que você mente
Eu amo o jeito que você mente"

- Eminem

Visão da casa do sequestrador:

Jane já tinha excluído, ou tentado excluir todas as memórias ruins de sua cabeça, estava deitada, de barriga para cima olhando pro teto mas pensando em nada. já tinha praticamente se conformado que ela não iria sair dali.
Mudando de posição, olhando para o telefone, de cabeça para baixo, virada de lado, ajoelhada. Ela ficou mudando de posição dessa maneira por no mínimo uns quinze minutos.

- Não vai tocar de novo não é? - Ela olhava para o telefone. - Eu só posso estar ficando maluca, isso nunca vai me responder! Preciso pensar em algo... - Ela se levanta da cama,cruza os braços e olha fixamente para o telefone com a cabeça inclinada. -Quais foram as últimas ligações? Gwendolyn, Finney... É, eu estou ficando maluca mesmo. - Ela dá as costas para o telefone.

Ela fica pensando por uns 2 minutos de costas para o telefone.

- O que a Gwen e o Finney tem em comum?.. - Jane coloca a mão no queixo. - Só que... eu amo eles, só isso... Mas não pode ser isso, ou pode? Duas ligações de duas pessoas que eu amo?

- Olá, eu trouxe comida, querida. - O sequestrador diz abrindo a grande porta com um chute, estava com uma bandeja na mão.

- Eu não estou com fome. - A garota resmunga.

- Se você diz... - Ele joga a bandeja que tinha um prato de comida e um refrigerante em um copo de vidro no chão, quebrando o copo. - Pode parar de tentar segurar o choro mocinha, dá pra ver pela sua cara que você está com saudade dele.

- Não estou. - Disse Jane com os olhos marejados de lágrimas, mas se recusando a chorar.

Sempre o Robin.

- Eu sei que está. - Ele limpa as mãos.- Mas não se preocupe, logo logo você verá seu amado, os dois estarão mortos. - O sequestrador solta uma risada maligna e saí pela grande porta batendo a mesma.

Foi só uma frase dele que conseguiu fazer ela desabar. Os olhos de Jane estavam brilhando, mas eram lágrimas, não conseguiu segurar mais, não se conformava que iria morrer alí, não se conformava que Robin já tinha morrido sem ela poder se despedir, não se conformava que ela iria morrer alí também.

O telefone toca, alto.

- Alô? - A garota corre para atender, mas não obtém respostas. - Tem alguém aí?

- Oi, Jane. - Uma voz familiar diz do outro lado do telefone.

Jane reconhece a voz em questão de segundos.

- Não é possível! VOCÊ É A TERCEIRA PESSOA? - A menina diz indignada.

- Sou sim, não chora, eu estou com você. - Robin a acalma.

- Eu não estou chorando. - Jane diz com uma voz completamente chorosa.

- Tá sim, dá pra ouvir pela sua voz. - Robin retruca.

- Você morreu?! Onde você tá garoto?

- Eu estou com você, Jane Blake, sempre estive com você, e você vai sair daí, por mim, tá me ouvindo?

- Eu já tentei de tudo, não tem como sair daqui! - Jane exclama.

- É claro que tem, lembra o grampo que estava na sua cabeça e que você arranhou o sequestrador na primeira noite? Você vai fazer a mesma coisa. - Robin exige.

- Tá maluco? Eu dei sorte de ter conseguido arranhar ele naquele dia, não vou conseguir!

- Deixa de falar que não vai conseguir, você vai, nem que você tenha que matar esse Hijo de puta. - O garoto grita.

A ligação termina.

Ela tentou seguir as instruções do garoto, ela realmente tentou, mas tinha alguma coisa, alguma coisa incomodando muito ela. Ela estava com um pressentimento péssimo, de alguma coisa que iria acontecer, não com ela, mas com...

A porta bateu fortemente.

- Com quem você estava falando? - O sequestrador pergunta, parado em frente a porta com as mãos para trás.

- Ninguém, até por que "o telefone não funciona" - Jane responde, dando um passo para trás, se afastando o máximo possível dele.

- E por quê eu ouvi vozes? - Ele novamente pergunta.

- E eu não posso falar sozinha? - Ela diz.

- Escuta aqui garota- - Ele é interrompido pela frase de Jane.

-A garota aqui tem nome, e se você não quer me ouvir falando "sozinha", é só subir pra merda do seu quarto e ficar lá, porque diferente de mim você está em casa. - Ela responde com severidade, gesticulando com as mãos.

Ele bufa.

- Acho que antes de falar essas coisas pra quem tem a sua vida na palma da mão, deveria pensar um pouquinho mais, Jane Blake. - Ele sorri.

Ela esperou ele sair para dar início ao seu plano. Arrancou o celular do fio e encheu o mesmo com uma terra que tinha no canto do banheiro para ficar pesado. Pegou o fio soltou tô telefone e deixou separado para usar em.. enfim, estrangulamento. Afiou um grampo que estava na cabeça dela na parede, e ficou esperando ansiosamente pela sua vingança, já estava praticamente tudo pronto, ela estava decidida de que iria sair dali com vida.