𝐒𝐈𝐗 - 𝑰𝒏𝒔𝒕𝒓𝒖𝒄̧𝒐̃𝒆𝒔 𝒆𝒎 𝒍𝒊𝒈𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐

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Depois de um tempo, Jane se levanta destemidamente, ela estava ousada e determinada a fazer aquilo, o orgulho dela não a deixava sair daqui sem vida. Ela tentou seguir as instruções da irmã quando se falaram no telefone, primeiro ela tira o fio solto da parede o que não foi muito difícil, pega os tapetes que estavam enrolados e os empilha um em cima do outro, ela tenta chegar escalando até uma pequena janela que já estava entreaberta, mas não teve sorte; acabou caindo quando estava segurando na janela fazendo o pequeno ladrilhos de vidro quebrarem em cima dela.

- QUE MERDA! - A garota gritou enquanto tentava se mexer um pouco em meio aos cacos de vidro caídos em cima dela.

Ela não tentou mais, estava ferida, por dentro e por fora, só se ouvia gemidos abafados de dor enquanto ela ia para a cama com a perna toda ensanguentada.
A cabeça da garota não conseguia mais pensar em coisas boas, só como o que aconteceria com ela, ou o que tinha acontecido com o Robin, aquilo estava martelando a cabeça dela, talvez ela esteja até desenvolvendo uma ansiedade por conta disso.

Quebra de tempo

A garota acordou com vários e vários gritos vindo lá de de cima, eram gritos abafados e estridentes, mas como ela escutava gritos se a porta tinha proteção acústica? Sim, a porta estava aberta.
E quando Jane viu que ela tinha passagem livre para sair dali a garota não pensou duas vezes, na verdade, ela pensou, mas a curiosidade de saber o que tinha depois daquela porta era maior.

- Mas aonde isso vai me levar? - Ela perguntava para si mesma.

Até que quando Jane estava quase abrindo a porta ela escuta o telefone preto de fio que estava grudado na parede tocar, o mesmo que ela falou com Gwen e o mesmo que o sequestrador disse que não funcionava.

Trin, trin, trin...
O barulho do telefone soava.

Trin, trin, trin...
E novamente.

Jane tentou não atender mais quanto mais ela tentava, mais o telefone tocava, e foi ficando mais alto, muito alto.
Ela se assustou, colocou a mão nos ouvidos tampando-os e foi em direção ao telefone, pegou ele e consequentemente atendeu.

- Quem é? - A garota pergunta com uma voz mais calma.

- Não suba. - A voz do outro lado do telefone disse secamente.

- Como assim, quem é você? - Jane pergunta novamente, agora ela já estava um pouco mais nervosa.

- Seu irmão. - A voz que estava ao telefone diz, uma voz muito familiar.

- FINNEY?

- Você não tem outro irmão, não é? Pois é, sou eu, e não sobe, Jane. - Finney responde.

- Como assim?! E o Robin? Ele tá lá em cima eu não posso deixar ele lá e-

- Olha você tem duas opções, ou você se salva, ou salva o Robin. - Finney diz como se só a primeira opção fosse válida

- E se eu quiser salvar o Robin? - A garota surpreende o irmão.

- Olha Jane, há muitas consequências em você se sacrificar pela pessoa que ama, mas se quer fazer isso eu estou aqui para te ajudar. Tem uma senha escrita na parede amarela, do lado esquerdo. - Finney tinha uma voz aveludada falando com Jane.

- E oque eu faço com isso? - Jane olhava para todos os cantos tentando encontrar essa tal senha.

- É a senha da porta dos fundos, mas você vai ter que passar por ele.

- Ok eu consigo. - Jane diz confiante.

- Tchau Jane, chega viva em casa tá? Estou com saudades. - As palavras do irmão fizeram o mesmo ter os olhos marejados por lágrimas.

- Amo você, Finney.

A ligação é terminada.

Quando ela coloca o telefone de novo no lugar a garota começa a procurar na parede amarela aquela senha de todos os jeitos, e ela encontra, a senha provavelmente foi escrita por uma das outras crianças sequestradas antes dela.
Ela imediatamente tenta gravar a senha o que não foi muito difícil e depois decidi que estava pronta para enfrentar aquele monstro.
Ela abre a porta que rangeu imediatamente, mas como foi aberta devagar quase nem deu para quem estava lá em cima escutar, ela sobe a enorme escadaria que dava pro primeiro andar, ela descobriu que onde ela estava presa era o sótão da casa, e ao chegar no andar de cima se depara com a cena mais horrível da vida dela.

O sequestrador estava sentado em uma cadeira com um cinto na mão e provavelmente cochilando. E... o Robin deitado no sofá de costas para cima também dormindo; as costas do garoto que estava sem camisa, estava sangrando e arranhadas, muito arranhadas. Jane presumiu que o sequestrador tinha espancado o garoto até ele dormir, por isso os gritos vindo de lá. Ela sabia que Robin não estava morto porque a primeira coisa que ela fez quando viu aquilo foi checar as respirações do garoto.
Nesse momento ela descobriu que não tinha mais medos de monstros irreais e sim, monstros que existem e que estão muito perto dela.

Ela passou pelo os dois sem fazer um barulho e chegou até a sala que tinha a porta que dava para a saída. A porta da senha era mais difícil do que ela pensava, o número que estava escrito na parede era "4435", mas ela se separou com o desafio de descobrir se era 44 35, ou 443 5, ou 4 4 3 5, ela estava perdida, sendo assim, tinha até testar todas. E conseguiu, era exatamente "4 435", mas ainda tinha outro problema, Robin.

Mas o que ela não tinha percebido era que ao lado da porta tinha um quartinho e dentro dele um Pitbull.
E quando ela fez um pequeno barulho por ter esbarrado em um móvel o cachorro latiu, e muito. E ela não teve nem tempo de pensar no Arellano, só saiu correndo pela porta que ela tinha acabado de conseguir abrir, ela correu sem parar. E as únicas palavras que ela dizia eram "SOCORRO!" "Alguém me ajuda!" Mas parecia que ninguém ouvia, e o sequestrador pegou a van e estava logo atrás dela.

As luzes de fora das casas da vizinhança era por movimento, e como Jane estava correndo as luzes de acenderam, e quando ela viu o sequestrador de aproximar ela acabou tropeçando.

Puta merda, Jane.

Ela ficou no chão por exatos 8 segundos, o suficiente para o sequestrador sair da van e pular em cima dela prendendo a mesma contra o chão, mas isso não impediu ela de gritar.

- SOCORRO, SOCORRO, POR FAVOR!

Os gritos também não duraram muito tempo por conta de uma faca pressionando sua garganta.

- Se você não calar essa porra dessa boca agora, eu rasgo a suanb,e gargantinha aqui mesmo, no meio da rua, bonequinha. - A voz do sequestrador soava como uma ameaça. - Vai ser um baita show, você não acha? E sabe quem morre também? Seu amiguinho, Arellano, então acho melhor você ficar caladinha.

O silêncio predomina a rua, e o sequestrador só estava esperando as luzes se apagarem, já Jane olhava par a ele com um olhar penetrante cheio de ódio.
As luzes se apagaram.

- Boa noite menina levada. - Ele apaga a menina com um só soco no olho.

Quebra de tempo

A garota acorda na cama, com uma baita dor na cabeça, e alguém em sua frente.

- Robin? - Jane pergunta, ela parecia estar vendo algo, uma silhueta de alguém.

Sempre o Robin.

- Ainda pensando nesse seu namoradinho? - O sequestrador pergunta.

Não era o Robin.

- O que? Como assim? Onde eu estou? - A garota tentava levantar mesmo estando com a cabeça trincando de dor.

- No mesmo lugar de onde você tentou fugir. - O homem responde.

- E o Robin? O que você fez com ele seu filho da puta?! - Jane pergunta novamente, agora mais grave.

- De novo garota? Supera! E eu acho que você não deveria chamar as pessoas que tem a sua vida na palma da mão assim mocinha.

Eca.

Superar? Ele morreu? Milhares de perguntas, possibilidades e pensamentos estavam na cabeça daquela garota, e realmente, a vida dela estava na palma da mão dele, ou pelo menos era o que esse babaca pensava.

𝐈𝐍𝐈𝐌𝐈𝐆𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐓𝐄𝐋𝐄𝐅𝐎𝐍𝐄 | ᵗʰᵉ ᵇˡᵃᶜᵏ ᵖʰᵒⁿᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora