Cap. 6 Newt...

35 6 0
                                    


- Como vc sabe sobre isso? O quanto vc andou lá dentro para ter certeza? O que viu lá? Conte -nos tudo! - digo, com um tom um pouco mais exasperado do que eu imaginava.
Ele nos conta sobre os corredores extensos e sobre uma espécie de robô-besouro que olhou diretamente para ele.... Cara, isso é viagem demais! Se bem que, até que faz sentindo ser um Labirinto. Com a explicação de Minho, consigo perceber que a coisa deve ser feia, além de existirem aqueles monstros e as portas fecharem a noite, sair dali seria extremamente complicado, por isso nos enviaram comida. Quem sabe quanto tempo levaremos para achar a saída? Espero que a extensão do Labirinto não seja tão grande quanto a altura de seus muros.
Os borburinhos e especulações vêm de todos os cantos do lugar, a sala começa a ficar barulhenta e Alby solta um grito, fazendo com que todos fiquem em silêncio. Ele se levanta e começa a falar.
- Fiquem de boca fechada todos vcs! Que merda, não posso ouvir meu próprio pensamento! Calem a boca, agora! Minho por favor, continue. - diz ele e se senta novamente.
Minho prossegue e logo termina de falar suas teorias sobre como o lugar deve ser grande, que temos que explorar e achar a saída antes que as criaturas consigam nos pegar, que temos que separar um grupo com os melhores - mais preparados física e emocionalmente, e, é claro, com memórias excepcionais para memorizar o caminho e não se perderem - e, assim, não desperdiçaremos rapazes a toa, no caso de alguém ficar preso e for morto. Essa última parte deixa os rapazes alvoroçados, alguns até se oferecem para o cargo de extrema responsabilidade, afinal, nosso futuro e liberdade estaram nas cabeças e pés deles, literalmente. Ergo a mão e me ofereço tbm.
Todos, principalmente Alby, me encaram, incrédulos. Olho nos rostos de todos sem baixar a cabeça. Vou em direção a Minho, estendo minha mão e aperto a dele, volto-me para o restante.
- Podem contar comigo para fazer o que for preciso. Acho que devemos fazer alguns testes antes de entrarmos de fato no " Labirinto ", para evitar acidentes logo de cara. Somos um número menor, o que já é desvantagem.
Todos concordam e Alby declara a reunião encerrada, com todos de acordo. Quando saímos do prédio, vejo algo em que meus olhos não conseguem acreditar... Será que estou mesmo vendo isso?
Um dos rapazes não foi a reunião pq disse estar passando mal com os suprimentos. Mas, o que vejo agora, é uma cena totalmente diferente de alguém passando mal, suponho, já que minha capacidade de julgamento do que é real ou não foi bruscamente alterada depois daquela visão assustadora das criaturas pela janela. O garoto escalou as heras presas nos muros e está em cima de uma das paredes... Como ele conseguiu? Será que ele consegue ver alguma coisa, uma saída talvez? Todos percebem o rapaz lá em cima, acho que, num ato de desespero, o garoto subiu para tentar escapar de algum jeito.
Alguém grita debaixo e pergunta se ele vê algo, ele faz que não com a cabeça, olhando para baixo, Alby pede para ele ter cuidado - Acho que nem Alby está preocupado em como o garoto vai descer, desde que ele veja algo que ajude. De repente o garoto, olha para trás num pulo, ele chega próximo da beirada e todos gritam para tomar cuidado, o garoto protege o rosto e então.... Cai de lá de cima! Ah, merda! É uma queda feia, não dá pra escapar.... O garoto grita por socorro, mas não tem nada que possamos fazer, não temos nem como nos proteger em terra, quanto mais em queda livre! Viro-me conforme vejo ele se aproximar do chão, para não olhar. E, então... ouço o estrondo do corpo se espatifando no chão! Não quero olhar, deve estar feio.... Deu para escutar até os ossos dele se partindo, sinto pena dele, mas a questão é o que o fez cair de lá. A impressão que tive foi de que alguém ou algo o empurrou, os outros começam a gritar, dizendo que vão morrer, coisas horríveis e desanimadoras uns para os outros. Alby sai de seu estado de choque e se recupera.
- Não adianta correr, não temos pra onde ir senão o Labirinto, então acalmem-se.

A Clareira - O InícioOnde histórias criam vida. Descubra agora