As portas estão mesmo se movendo? Não creio no que meus olhos estão vendo! Há encaixes perfeitos que se alinham para tranca-la. Mas por que isso está acontecendo? Será que há algo com o que devêssemos nos preocupar? Espero que não. Olho para os outros rapazes, estão espantados e incrédulos assim como eu.
Depois de alguns minutos, as portas estão completamente fechadas, mas um som começa a ecoar detrás das paredes gigantes, gritos horrendos, lamentações e sons esquisitos de facas e agulhas roçando umas nas outras - presumo eu, apesar de não saber ao certo como sei disso, já que estou sem memória. Então, percebo algo na parede que não tinha visto antes: uma janela.
Aproximo-me, com receio de saber o que está fazendo aquele barulho, mas tento manter a calma, pelos outros. Dou uma rápida olhada pelo vidro, que parece ser extremamente grosso - Pra que isso? - e, então, vejo a coisa... Uma criatura enorme, com garras, facas, agulhas e tudo o que eu imaginava. É horrenda, uma mistura de algum tipo de lesma grotesca com pernas metálicas e adereços mortais, me estremeço só de olhar... Ah, meu Deus, onde nos colocaram? Estamos presos aqui. Dou um passo pra trás e caio de costas no chão, o garoto asiático quase pula em cima de mim querendo saber o que aconteceu, sem palavras, eu apenas aponto para a janela. Ele olha e, por um instante, penso ter visto a coragem que ele demonstrou até agora ter se esvaido de seu corpo, ele fica parado e me olha, como se dissesse "estamos ferrados, não estamos?", pois é isso mesmo que eu penso.
De repente, os rapazes começam a se amontoar perto do vidro, depois de ficarem como eu, horrorizados, alguns saem correndo, tentando achar desesperadamente uma saída, outros gritam por socorro, vozes alteradas perguntam se é possível que a criatura consiga atravessar as portas ou, até mesmo, escalar os muros através da hera que se encontra nele. Estão desesperados, exceto o asiático, que começa a dar murros na parede e a gritar coisas incompreensíveis.
Fiquem calmos! - Grita o rapaz moreno, ele parece ser o mais racional entre nós, queria ser como ele, mas o terror e o desespero quase que se tornaram parte de mim. - Temos que pensar em como sair daqui, por essas portas já vimos que não será possível no momento. Me ajudem a pensar e parem de dar chilique, ou eu mesmo vou acabar com vocês. - diz ele, com autoridade.
Ouço mais e mais sons vindo por detrás dos muros... Ah, merda! Me aproximo e vejo... Mais criaturas se aproximam.... Querem nos matar.. Quem nos colocou aqui, quer nos matar! O que faremos agora?