Cap. 8 Minho...

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No momento em que Alby termina a frase ouvimos o estrondo ensurdecedor das portas se fechando. Os rapazes se apavoraram e alguns se amontoam nas janelas podres de mofo para olhar melhor o que acontece, decido falar:
- Acho que ele está certo, temos que entrar lá e achar uma saída! Eu não quero passar o resto de meus dias entre a vida durante o dia e a incerteza da morte durante a noite. - tento falar mais alto que o barulho e tenho a atenção voltada pra mim. - Se eu tiver que morrer, que seja tentando! E esses malditos que nos colocaram aqui vão ter que me engolir lá dentro ou irão me enfrentar quando sair! Quem está comigo? - olho em volta e vejo as mãos se erguerem em concordância.
As portas terminam de se fechar e as equipes que vão ficar de guarda ficam à postos. Saímos da sede - que decidimos chamar assim - e vamos para a área do refeitório para jantar, não é grande coisa, mas eis o que teremos: sanduíches de maionese, queijo e presunto. Até que o gosto nao está tão ruim! Faz me lembrar um pouco de casa.... Fizemos as contas, e o que temos de suprimentos para 11 rapazes, em três refeições diárias nos garante uma semana. O que faremos quando esse estoque escasso acabar? Isso eu ainda não sei....
Terminamos o "jantar" e voltamos para a sede para escolher a equipe que vai ser preparada para entrar lá dentro amanhã bem cedinho, Alby escolhe os mais fortes -fisicamente falando- e os instrui a dormir bem a noite, inclusive eu, que fui um dos escolhidos para enfrentar aquelas criaturas horrendas - o que é óbvio, considerando que fui o único a ter coragem de entrar lá e descobrir em quê nos meteram. "Malditos sejam...". No momento em que penso isso, ouvimos os gritos pavorosos das bestas, olho e vejo carinhas aqui e ali se arrepiando e arregalando os olhos de terror.
- Eles não vão atravessar as portas, seus trolhos! - digo, e fico me perguntando de onde tirei essa palavra. Todos me olham sem entender o que eu quis dizer ao certo, mas eles têm a certeza de que não foi um elogio. - O que estão olhando? Perderam alguma coisa na minha cara? - encaro-os e volto a observar Alby em sua tentativa de organização. Newt está em pé, observando também, ele está com uma cara abatida, de cansaço. Não o culpo, todos nós estamos passando por situações que jamais imaginaríamos serem possíveis e, acima de tudo, a falta de memória! Isso é o que mais me frustra, não saber quem sou. No entanto, minha única preocupação neste momento é encontrar uma saída deste inferno e acabar com a raça de quem quer que esteja do outro lado dela! "Estou exausto". Vou para o andar de cima e deito em uma das camas, já que hoje não é meu dia de vigia, tento dormir e demoro a pegar no sono, acabo me envolvendo em pensamentos e devaneios " E se... nós tentássemos descer pelo túnel da caixa?", " Poderia funcionar.. ", " Mas, e se a caixa subir de novo? ".... No meio desses pensamentos eu acabo pegando no sono profundo.

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