05.

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- Então como você acha que uma relação funcionam - Ela questiona, se preparando para escrever minha questão.

- Bem... Eu acredito que para uma relação funcionar bem, em outras palavras é preciso sincronizar perfeitamente a confiança, transparência, honestidade, respeito e comunicado um com outro, precisamos de força coesiva para manter esses atributos juntos.

- Você faz parecer que confiar em pessoas é fácil.

- Você faz parecer impossível. - Eu respondo, brincando com meus dedos.

- Para mim, é. - Ela simplesmente afirma.

- Por que? - Estou sendo muito curiosa? - Quero dizer, se você passa uma certa quantidade de tempo com alguém, enquanto o conhece, você meio que confia nele, certo?

- Isso não funciona comigo. Eu mal saio com pessoas.

- E qual o porquê disso?

- Porquê... - Ela está tentando achar o jeito certo de se expressar. - Todo mundo na escola pensa que sou um retardado, só porquê sou anti-social! Você devia ver sua cara quando a professora nos juntou. - Ela realmente parece ofendida com minhas ações.

- Eu... Não sabia que...

- Eu me importaria? Sim. Eu me importo. Não sou um tipo de monstro sem coração, sabe? - Responde, rindo triste.

- Não disse que era.

- Agiu como.

Eu estou realmente tocada com sua tentativa de falar sobre seus sentimentos. Especialmente comigo.
Ela provavelmente precisa de uma amiga e ninguém a deu uma chance real.

- Eu sinto muito que agi como todos os outros, eu deveria ter feito melhor. Todo mundo merece.

- Não preciso de sua pena, Keneston. Só... Vamos terminar essa coisa e seguir com nossas vidas. Podemos fazer isso?

- Você não quer ser minha amiga? - Eu pergunto.

Eu estou tão perdida. Ela queria amigos, não queria? Porquê está agindo assim agora?

- Por que eu iria querer? Você julgou rápido assim como os outros idiotas. Não estou interessada em ser amiga de alguém que tem pena de mim. Mas obrigado por se oferecer. - Ela diz, negando minha tentativa de se aproximar dela.

- Muito bem. Então vamos apenas continuar.

- Legal.

Ficamos em silêncio por um bom minuto antes de eu fechar meu livro, desistindo da minha tentativa de se concentrar.

- Acho que deveríamos deixar isso para outro dia. Não estou afim hoje. - Digo, suspirando.

- Mas acabamos de começar... Eu pensei que queria uma boa nota, senhora fraldas inteligente. - Ela diz, quase que me zoando.

Eu dou a ela um olhar cansado e coloco meu material na mochila.

- Então... - Ela começa.

Ela está realmente tentando começar uma conversa entre nós?

- Sim?

- Quais são seus planos 'pro futuro? - Fica mais confortável em minha cama.

- Eu quero ser uma arquiteta. Também gosto de literatura, mas nunca foi minha coisa eu acho. E você?

- Eu? Eu... Hm... Eu quero uma moto.

Eu pisco confusa e ela sorri.

- Tudo que você quer é uma moto? Sério?

- É um bom começo. Eu amo viajar, mas eu nunca posso. Então quando for de maior, eu vou comprar uma moto para viajar o tanto que quero.

- Soa um pouco rebelde. - Eu brinco.

- Meio que é. Eu sempre fui uma prisioneira do meu trailer.

- VOCÊ VIVE EM UM TRAILER? - Eu grito de maneira animada.

- Sim. Mas é inútil visto que nunca saímos da cidade.

- Nem mesmo nas férias? O que te impede? Os trabalhos problemáticos de seus pais? - Eu zou, porquê honestamente soa ridículo. Quem caralhos tem um trailer e nunca o usa?

- Não moro com meus pais. - Responde simplista.

Oh. Caramba.

- Tudo bem. Meus pais tiveram um divórcio três anos atrás também. Você se acostuma depois de um tempo. - Eu respondo, me sentindo um pouco culpada sobre minha piada anterior.

Meus pais não se divorciaram. Meu pai morreu num acidente de carro. Eu nem lembro dele, então... nem posso ficar triste.

Sua cara é sem emoção.
Eu acabei de ultrapassar a linha. Oh meu Deus, eu sou tão burra! Quando vou aprender a calar a boca?

- Oh... Eu sinto muito. - É tudo que consigo dizer.

Ótimo. Agora ela provavelmente pensa que sou um monstro sem coração ou algo parecido.

- Tudo bem. Vivo no trailer com meu meio-irmão.

Meio-irmão?

- E a sua mãe? - Eu questiono. Minha curiosidade crescendo.

-Ela se apaixonou por uma viciado e se casou. Depois disso, decidiu que os filhos deles eram um fardo para a vida que eles haviam planejado. Venderam a casa, compraram um trailer, e nós deixaram lá. - Ela explica casualmente, sem olhar para mim.

- Oh... E vocês se dão bem?

- Na maioria das vezes. Nik é um cara legal, poderia ser pior.

Eu me deixei levar.
Talvez ela não quisesse ser lembrada do seu passado. Fiz merda de novo.

- Desculpa por perguntar tantos detalhes. Eu não sei o que aconteceu, só estava interessada no que você tinha para dizer. É como se estivesse resolvendo um mistério, sabe?

Ela olha para mim e sorri melancólica.

- Sei.

crotchety, new, loveable - billie eilish.Onde histórias criam vida. Descubra agora