crotchety, new, loveable - billie eilish.

27.

Minha caneta é uma boa distração enquanto eu a bato contra minha mesa, torcendo para que essa maldita aula acabe.

Literatura é um dos meus assuntos favoritos, mas hoje, eu não posso me concentrar no que o professor está dizendo.

E se ela estiver furiosa comigo?

Esse não pode ser o caso, ela sabe que não tenho a mesma opinião que minha mãe. Mas de novo, eu a convidei para ficar comigo e sugeri a estúpida sessão de beijos.

Ela não reclamou disso.

Talvez eu não estivesse tão decepcionada quando eu deitei na minha cama aquela noite, pensando sobre o beijo que compartilhamos. Mais como algo que ansiei.

Talvez porque você seja uma estúpida vadia indecisa e você nem consegue se admitir que tem sentimentos por ela.

Meu subconsciente precisa se calar antes que eu perca a sanidade.

Eu suspiro em alívio enquanto o sino toca altamente do corredor da escola. Eu posso finalmente achar Billie e me desculpar pelo comportamento estúpido da minha mãe.
Ela normalmente estuda sozinha na livraria depois do primeiro período, então esse é meu primeiro destino.

Eu estou quase fora da segunda construção quando um cara alto que nunca vi antes me para.

— Me desculpe por te incomodar, mas eu acabei de me mudar e estou tentando achar a livraria, e eu acho que já estou atrasada.

Ele é loiro, musculoso, mas magro, e meio que parece o tipo de garoto que lê quadrinhos no seu tempo livre.
Ele está ansioso, e certamente com medo.

— Sem problemas, na verdade, eu estava seguindo para a livraria, então me deixe te mostrar o caminho.— Eu sorrio politicamente e ele relaxa instantaneamente.

Eu começo a caminhar novamente e dessa vez e me segue.

— Muito obrigado, eu sou Damien. — Sua felicidade é visível, um sorriso estampado em todo seu rosto.

— Eu sou Jade. Bem vindo a nossa nova escola, você é do segundo ano? — Eu pergunto.
Ele parece um pouco mais velho, mas talvez seja só sua aparência.

— Na verdade, estou na faculdade, último ano. — Seus livros são de fato diferentes dos outros que eu estou atualmente segurando.

— Então o que faz aqui?

— Meu pais me expulsaram de casa, então eu precisava achar um jeito de fazer dinheiro. Eu sou o novo bibliotecário. — Ele diz como se não fosse um grande problema. — Só nas segundas e terças. Tô aqui só pra assinar meus papéis.

— Sinto muito por isso. Pais tem o péssimo hábito de destruir nossas vidas, não tem? — Eu murmuro seca.

— Quero dizer, talvez eles não queiram, mas eles fazem, sim. — Ele ri sem diversão.

— Não me leve a mal , mas por que você quer trabalhar aqui? Esta escola não é exatamente o melhor lugar para esse propósito. Você poderia trabalhar em uma biblioteca pública, ou talvez um refeitório

— Uau, ok. O que há de tão desagradável sobre este lugar de qualquer maneira?—  ele curiosamente me olha para cima. 

— Tudo. Eu nunca gostei de ir à escola aqui para ser honesto. As pessoas são apenas...— Não tenho certeza de como chegamos tão rápido na frente da biblioteca, decido largar o assunto. — Esqueça. Estamos aqui.

Eu silenciosamente abro a porta, apenas para meus olhos se arregalarem de surpresa.  E não no bom sentido. Billie é a primeira coisa que noto sentada em seu lugar habitual logo atrás da mesa da bibliotecária. E ela não está sozinha

— Você está bem? — Damien sussurra atrás de mim. — Parece que você viu um fantasma.

Eu abro minha boca, mas nada sai.  Eu apenas encaro a visão na minha frente. 

— Preciso fazer uma coisa. Vá assinar seus papéis, te encontro lá fora em um minuto. — murmuro e começo a andar para frente, sem nem ter certeza do que vou dizer na frente da companheira de Billie.

Quando os alcanço, Billie é a primeira a erguer os olhos e olhar para mim. Sua expressão é ilegível e sem emoção.

— Arco-íris. Eu estive procurando por você.

Isso saiu muito doce. Junte sua merda. Certo. 

— Por que você não me ligou? Eu tenho tentado falar com você durante todo o fim de semana.

Ela balança a cabeça em descrença.
— Eu estava ocupada Keneston. Agora, para onde foram todas as suas maneiras? Lily está bem aqui. — ela aponta para a garota ao seu lado.

Lily me olha com espanto, antes de sorrir timidamente.

— Oi. — Oi? Ela estava agindo toda homofóbica com Billie e agora a única coisa que ela tem a dizer para mim é oi? 

— Olá. Eu preciso falar com Billie sobre uma coisa. Você pode, por favor, nos deixar as só um pouco?

Ela franze a testa, levantando-se rapidamente de seu assento.
— Claro, estávamos apenas estudando para uma prova de química. Vejo você mais tarde. — Ela imediatamente se vira e desaparece no minuto seguinte, deixando-nos sozinhos. 

— Então, o que você quer?

— Eu queria me desculpar pelo jeito que minha mãe falou sobre você. Eu sei que foi cruel e inaceitável, por favor, perdoe ela.

Ela me encara um pouco. 

Eu não estou brava com você só porque sua mãe disse alguma coisa. — A expressão dela é divertida.  — Você precisa seriamente parar de assumir a responsabilidade por coisas que não fez. Está tudo bem. — Ela tranquiliza.

Um peso enorme sai do meu peito.

Você não vai se desculpar pelo beijo?

— Eu também queria-

— Ah, e mais uma coisa. Da próxima vez que nos beijarmos, tem que ser em um armário de suprimentos ou algo assim. Eu posso não estar com raiva de sua mãe, mas foi definitivamente estranho.