15.

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— Por que eu deveria ir? — Seus olhos azuis estão preenchidos de curiosidade e surpresa.

— Porque... Bem, meus amigos me prometeram ser sensíveis e... Eu meio que quero que você vá, também. —Por algum motivo, minhas próprias palavras me fazem corar. — Vai ser divertido. Nós não fizemos algo assim antes e parece uma boa ideia pra relaxar e se divertir. A escola pode ser muito estressante.

Sua expressão ainda é ilegível, confusa, e eu assumo que ela está considerando isso.
— Não tenho nenhum amigo pra convidar, e nem uma barraca de acampamento. — Ela diz.

Talvez, seja a primeira fez que Billie Eilish está sendo tão nervosa de frente para mim.
Na verdade, eu não a vi puramente nervosa antes.

— Isso só desculpas. Primeiro, devo me sentir ofendida por não ser considerada sua amiga? — Eu sorrio suavemente. — Segundamente, você não precisa de uma barraca, Tanner e Lily vão pegar uma barraca grande pra todos. Só precisa levar umas roupas pro final de semana.

Ela tem um biquinho em sua boca, e eu posso a ver lentamente hesitando.
— Eu não sei. Talvez Nik não me deixe ficar longe do trailer por dois dias seguidos. —
Sua última desculpa faz sentindo.
Somos todos menores de idade e eu havia esquecido de pedir permissão pra minha própria mãe.

— Você está certa. Precisamos de permissão. — Eu reconheço. — Mas me promete que você vai pedir.— Eu imploro.

— Não te prometo nada. —Ela sorri e eu sei que ela está brincando comigo. — E não somos amigas.

— Não somos? — Eu brinco junto, colocando uma expressão machucada.

— Não. Exceto se você realmente quiser ser. — Murmura, ainda sorrindo.

— Eu já disse que quero ser sua amiga. Não me faça dizer novamente! — Eu faço biquinho.

— Não quero que diga. Quero que prove. — Ela soa desafiadora.

— Que?! Como?!

— Isso você precisa descobrir. — Ela misteriosamente responde.

Eu bufo e dou um soco leve em seu braço.
— E você diz que não é misteriosa.

— Não sou. — Gargalha.

— Huhum, sei.

Esse maldito projeto precisa ser pronto em algum momento, mas nenhuma de nós duas ainda se importa com isso.

— Você está tão laranja hoje, sabia? — Ela diz de repente.

— O que?

— Você está brincalhão, mas rabugento também. É laranja. — Ela explica o que diz como se fosse a coisa mais lógica no mundo.

— Você divide minhas emoções por cores?

— Não só as suas. É mais fácil expressar sentimentos azul. — Ela diz.

— Hum... Você é a primeira pessoa que eu conheço que faz isso.

— É bom ouvir isso. — Murmura.

— Que cor eu estava quando nos conhecemos pela primeira vez? — Minha questão a pega de surpresa.

— Sinceramente, um roxo bagunçado.

— Roxo? Bagunçado? — Eu brinco.

— Você veio até mim e me perguntou sobre o projeto. Estava tão nervosa com a nota. Você era tão roxo.

— Então tudo bem. Você quer saber que cor eu pensei que você era? — Eu penso nisso por um tempo.

— Com certeza. — É um desafio.

— Azul.

Nós duas morremos de rir e estamos um pouco histéricas rindo, incapaz de parar.

— Bem, eu acho que é óbvio o porquê. — Eu consigo, dentre o sorriso, apontar seu cabelo azul.

— Eu também tenho olhos azuis, sabia?

— Eu notei. — Sorri.

— Notou?

Nosso olhar se encontra e sua risada completamente morre.

Devemos estar nós encarando por, no mínimo, vinte segundos, porque ela de repente quebra o contato visual de maneira estranha e abaixa sua cabeça, limpando sua garganta.

— Eu vou perguntar pro meu irmão sobre a semana de acampamento. — Ela murmura.

— Boa.

Ela me olha mais uma vez, evitando o encarar mais uma vez.

— Tenho que ir agora. Acho que me distrai. — Ela diz e se levanta, levando seu caderno com ela.

— Okay. — É a única coisa que saí da minha boca.

Ela estranhamente acena para mim e fecha a porta do meu quarto.

Bem... Parece que finalmente somos... Amigas?

crotchety, new, loveable - billie eilish.Onde histórias criam vida. Descubra agora