crotchety, new, loveable - billie eilish.

26.

Sua testa toca a minha e de repente eu estou com medo. Medo pra caralho, porquê não sei o que sinto e não sei o que quero e não sei o que estava pensando quando eu pedi para que me beijasse.

Ela está tão perto. Ela cheira como lavanda, shampoo e cigarro. Seus olhos não estão fechados, ela está me examinando. Eu tomo uma respiração longa e pressiono a ponta do meu nariz na ponta do seu suavemente. Ela suspira meio surpresa, meio espantada, mas não tenta me parar.

É isso. Essa é sua chance de se afastar. É a chance dela de se afastar.

Mas, surpreendentemente, nenhuma das duas tenta parar com essa loucura. Apenas esperamos o próximo movimento.

— Eu vou te beijar agora. — Ela finalmente sussurra, movendo levemente sua cabeça para se encaixar perfeitamente em meus lábios.

Eu quero isso.

E então, tem um par de lábios delicados prendendo o meu lábio inferior, fazendo com que fechasse meus olhos de imediato.
Eu hesitantemente alcanço sua mão, mas antes que tenha a chance de entrelaçar nossos dedos, ela os leva até meu cabelo, acariciando meus fios de maneira gentil.

Seus lábios são suaves e gentis, se movendo lentamente e firme contra mim, fazendo todos os meus sentimentos de preocupação desaparecerem.

Eu finalmente encontro a coragem para me mover, mesmo que cada pedaço de sanidade tenha saído de meu cérebro. Eu levo minha mão esquerda até sua cintura, a puxando para o mais próximo possível.

Ela engasga com um gemido e muda o ângulo do beijo, reposicionando-se no meu colo e me empurrando de volta para a cama atrás de nós.

Eu estou realmente beijando Billie Eilish agora?
E gostando disso?

— O que estamos fazendo? — Eu murmuro entre nosso beijo.

Ela nem se importa. Meu subconsciente mais uma vez me traz a memória amarga.

Ela está por cima de mim, enrolando seus dedos em meus cabelos.
— Praticando. — Ela murmura antes de atacar meus lábios mais uma vez.

Eu não protesto. Minha cabeça está tonta, minhas mãos estão trêmulas em sua cintura.

Billie se move para cima e arranca sua camisa, deixando minha respiração mais rápida embaixo dela.

Bem quando ela está prestes a deitar em cima de mim novamente, deixa vez sem camisa, a porta abre do nada e minha mãe solta um grito horrorizado.

Billie pula da minha perna e se cobre rapidamente.

— Jade Keneston, você pode, por favor, me explicar o que está acontecendo aqui? Eu pensei que havíamos sido claras sobre deixar a porta aberta!

Engulo a seco, incerta do que dizer a seguir. Eu sinto a mão de Billie acariciando a minha e uma onda de alívio me leva.

— Eu não vou te dizer que não é o que parece porquê é. — Eu respondo, me sentindo confidente. 

— Dá pra ver. — Ela olha para Billie, que não está exatamente vestida. Sua expressão é de desaprovação, ou até de nojo.

— Eu te disse pra bater, não foi?

— E eu te disse pra deixar a porta aberta quando tivesse... Certas pessoas aqui.— Ela nem olha para Billie.

— Garotos, mãe, você disse que não posso fechar a porta quando garotos estão aqui.

— É a mesma coisa. Ela está tentando tirar vantagem de você, não vê? — Ela levanta a voz dramaticamente.

— Mãe! — Eu grito de volta, levantando da cama furiosamente.

— Tudo bem, Jade. Eu vou embora agora. — Billie passa rapidamente por mim, com sua cabeça baixa e veste sua camisa o mais rápido que pode antes de sair do meu quarto.

Minha mãe olha para ela, balançando sua cabeça como se não acreditasse que isso realmente aconteceu.

E eu não acredito também.

O beijo não significou o mesmo para ela. Ela provavelmente não sentiu nada, afinal, era só prática.

Eu entendi tudo errado...