18.

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— Eu estou convencida de que isso é um encontro e você não pode me convencer que não é. —, Eu brinco enquanto andamos pelo parque de diversões.

— Não se lisonjeie. — Seu sorriso é irônico mas genuinamente divertido ao mesmo tempo.

A ideia principal era de passar um tempo juntos, fora dessa coisa de trabalho, então Billie sugeriu uma noite casual fora de casa, o que me surpreendeu agradavelmente. Concordamos que ela poderia escolher o lugar, então aqui estamos nós.

— Então por que esse lugar?

— É a primeira vez que eu realmente tenho uma amiga para sair com, e eu não sei... Como? — Ela responde, corando de leve. — Nós podemos ir para outro lugar se você não gostar desse tipo de coisa.

— Meu Deus, você é adorável! — Eu gargalho e belisco sua bochecha.

Ela afasta minha mão em um movimento rápido.
— Mas que porra? Quem você acha que eu sou? — Ela balança a cabeça em descrença.

— Relaxa, arco-íris. Você só tava sendo muito fofa, eu não consegui resistir.

Ela rola seus olhos e pega minha mão, me puxando com ela. Meu suspiro surpreso foi alto o suficiente, mas ela provavelmente decidiu ignorar isso. Estar de mãos atadas de forma amigável com Billie Eilish é algo que nunca pensei experienciar. Ela não é muito afetiva, e isso é um fato, mas seus movimentos ao meu redor estão ficando cada vez mais fáceis. Esse progresso de eu-não-sei-bem-o-que  realmente a faz um pouco mais confortável comigo agora.

— Você acha que consegue lidar com a montanha russa, Keneston? — Ela olha para cima e vê as pessoas gritando histericamente.

— Não... Eu nunca tentei essa merda e nunca vou.

Ela sorri e deixa claro que isso é algum tipo de diversão pra ela.
— Ah, qual é, não dá pra saber se gosta de algo se você nunca tentou.

— Eu vou odiar, tenho certeza disso.

Não adianta, eu não vou concordar em ir nessa.

Bem, vamos descobrir logo logo. — Ela está no caminho para comprar ingressos para a maldita coisa.

— Oh meu Deus... não...

Minha reação a faz sorrir ainda mais e ela volta imediatamente, segurando dois ingressos para a criação do capeta.

— Vem logo, chata, vai ser divertido!

Eu suspiro de maneira alta e a sigo até o assento.
— Você vai pagar por isso.

— Huhum, sei. Segura forte quando essa coisa começar.

Eu já odiei isso. Eu sempre vou para atividades seguras desde que não sou uma pessoa que toma muito riscos, mas eu não posso evitar esse, porquê, bem... É ela.
E de alguma forma essa é a única desculpa que meu cérebro precisa para seguir ela para essa, perigosa, assustadora e horrorosa coisa.

Quando a corrida começa, eu me arrependo de minha decisão estúpida, a altura é aterrorizante e meus olhos mal conseguem se manter abertos.

Depois que acaba, cinco minutos ou mais, eu imediatamente saio e começo a andar na direção contrária, me sentindo enjoada.

— Isso foi ótimo! Deveríamos ir de novo! — Sua voz animada me traz de volta a realidade.

— Você tá louca? Minha garganta está destruída depois de tanto gritar! — Eu tusso dramaticamente.

Ela rola os olhos e me dá um empurrão suave.
— Pare de ser tão dramática. Foi bom, você só é muito teimosa pra admitir.

— Não sou não.

— Bem, foi minha primeira vez também, e eu amei, de verdade.

Meus olhos se arregalam em surpresa.
— Foi sua primeira vez?

— Sim, é minha primeira vez num parque de diversões em geral, mas eu descobri que amei.

Todos os meus pensamentos negativos sobre a montanha russa desapareceram. Ela só queria ter certeza de que eu teria um tempo bom. Bem, agora eu estou sendo uma vadia egoísta mais uma vez.

— Obrigado por me trazer aqui. Eu gostei muito do parque de diversões, só não gosto de altura.— Eu coro, envergonhada.

Ela ri de leve.
— Tudo bem. Eu meio que queria demais tentar a montanha russa. O que você quer fazer agora?

— Talvez a gente pode achar a pista de dança, você sabe, eles fazem aquelas competições e essas merdas. — Eu olho ao redor, procurando uma tenda com música alta.
As pistas de dança sempre foram meus lugares prediletos nos parques de diversões.

— Dançar? Você tem um monte de brinquedos para ir e escolhe dançar? Sério? — Sua expressão é de completo terror.

— Ei! Qual o problema com dançar?

— Bem, primeiramente, não sei como dançar, segundamente, odeio dançar. — ela afirma.

— Ugh, arco-íris, certa vez, alguém me disse que odiar algo que você não conhece é impossível.

Ela bufa e nega com a cabeça incomodada.
— Eu tenho uma boca grande, não tenho?

Eu sorrio, sabendo que ganhei dessa vez.
— Você tem. Agora vamos, vou te ensinar a dançar!

Dessa vez, eu sou aquela que agarra sua mão e a guia entre as tendas com atividades diferentes, até achar a de dança.

A música é alta, como esperado, e Billie parece ainda mais nervosa enquanto se aproximamos.

— Eu não consigo. — Ela sussurra, enquanto o homem que controla a música sorri para nós.

— Claro que consegue. Só deixa a melodia te guiar. É a coisa mais fácil do mundo, só finge que ninguém tá vendo a gente, e siga meus passos.

Ela hesita, mas mexe seu corpo em ritmo, enquanto segue meus movimentos e passos.
A música não é muito dançante, então tento meu melhor para guiar seus movimentos suavemente.

Depois de uns minutos ela está tentando seus próprios movimentos e é uma das coisas mais animada que já vi.

Ela está ficando confortável ao meu redor.

crotchety, new, loveable - billie eilish.Onde histórias criam vida. Descubra agora