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- Vamos ser pais... de novo. – Ele ouviu ela passando mal mais algumas vezes, enquanto andava de um lado para o outro, inquieto, querendo abrir a porta para ver se ela estava bem. Mas ela já havia batido a porta na sua cara e gritado para que ele fosse embora, o afastando de qualquer tentativa de ajudar, até que o silêncio foi quebrado pelo som do chuveiro ligado.

Quando entrou no banheiro, viu que ela estava ali, debaixo da água, ainda vestida, com as mãos apoiadas na parede, chorando. Do jeito que estava, ele também entrou no box, a água encharcando suas roupas também, e a envolveu num abraço firme.

- Vai ficar tudo bem, minha morena. – Sussurrou, afastando os cabelos molhados de suas costas e beijando seus ombros. – Estou aqui. Vou cuidar de vocês.

- Você está noivo. Ela está gravida... – Ela se virou lentamente, os olhos marejados encontrando os dele.

- Eu te amo. Não vou abrir mão de você. Menos agora. - Tocou em sua barriga.

- E se não estiver?...

- Acho que essa possibilidade não existe. – Ele disse, pensativo, enquanto começava a juntar as peças. Agora que suspeitava da gravidez, tudo parecia fazer mais sentido. Inicialmente, ele acreditara que o mal-estar dela nos últimos dias fosse por causa do filho, mas já fazia duas semanas que haviam se reconciliado, e, pelo que ele podia notar, ela não tinha melhorado.

Ele a observou atentamente, e uma leve ansiedade crescia dentro dele.

- Mas, ainda que você não esteja grávida, e eu sei que está. - Continuou com um sorriso confiante.- É com você que eu quero ficar. E você disse que me ama.

...

- Pai? - Diana que tinha pulado na cama de Inês, chamou assim que o viu.

Mais tarde, quando todos já estavam nos seus quartos, Victoriano foi até o quarto de Inês. Ela, que realmente foi pega de surpresa, tentou se livrar dele, mas ele não lhe fez caso. Ignorando seu olhar irritado, ele se deitou na cama e a chamou para deitar ao seu lado, reforçando que não iria dormir no quarto de hóspedes. O que não previam era ter que se explicar para as crianças tão cedo, mas no meio da noite, Diana teve um pesadelo e foi direto para o quarto de Inês, em busca de colo.

...

No dia seguinte eles confirmaram a chegada de mais um herdeiro Santos.

Deborah, em sua tentativa desesperada de separá-los, ainda permaneceu alguns meses na fazenda, mas fracassou miseravelmente em todos os seus planos, sendo obrigada a se mudar para seu novo apartamento, deixando para trás o casal que, enfim, começava a se libertar dos fantasmas do passado.

Mesmo com alguns medos e mágoas ainda presentes, casaram no mês seguinte. Enquanto aguardavam a chegada de Emiliano, aproveitaram cada momento juntos.

Dessa vez, a gravidez foi diferente para Inês. Ela não estava sozinha. Victoriano estava ao seu lado, cuidando de cada detalhe, mimando-a e assegurando que ela soubesse que seu lugar era ao lado dele.

Com o tempo, as coisas voltavam ao normal. Aos poucos, os dois relaxavam, deixando para trás o medo de se perderem novamente.

...

Dez anos se passaram, e a vida de Inês e Victoriano havia se transformado naquilo que um dia, na juventude, eles haviam sonhado juntos.

Deborah, incapaz de reconquistar Victoriano e frustrada por não ter lhe dado o filho homem que sabia que ele queria, ainda assim, encontrou uma maneira de puni-lo através da filha, Liah. Ela exigia dinheiro, fazia chantagens e manipulava o ex-noivo usando a menina, conseguindo tirá-lo do sério em várias ocasiões. Inês, por outro lado, jamais se deixava abalar. Contanto que Liah tivesse tudo de que precisava, ela lidava com as exigências de Deborah com paciência, sempre tratando a criança com carinho e atenção, como se fosse sua própria filha.

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