FIM

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- O... o quê? - Sua voz trêmula traiu o pânico que começava a sentir.

- Eu sempre soube que você estava me enganando. E quer saber o que é mais irônico? Eu não fiz nada porque queria me ver livre de você. Pagar a pensão era o preço da minha paz. Mas não se engane... não sou o idiota que você achou.

- Você está mentindo! Isso é... isso é loucura! - Deborah balançou a cabeça, tentando se recompor.

- Loucura? - Ele deu uma risada curta. - Não, Deborah, isso se chama está a um passo a frente. Mas agora você quer destruir minha vida com essas ameaças? - Ele inclinou-se, ficando cara a cara com ela. - Se você insistir com isso, eu vou tirar tudo de você. O apartamento, o dinheiro... e até a Liah.

- Você... você não pode fazer isso. - Deborah tentou soar confiante, mas sua voz vacilava. - Eu sou a mãe dela!

- A mãe? - Ele repetiu com desprezo. - Você acha que merece esse título? Você usa Liah para conseguir dinheiro. Se eu quiser, levo essa história para os tribunais. E você vai perder. E sabe o que vai acontecer se isso tudo vier à tona? - Ele se afastou, andando em círculos ao redor dela, como um predador. - Vai perder a única pessoa que ainda te ama. E minha casa sempre estará aberta para minha filha.

- Você não faria isso com uma criança. Que tipo de monstro você é?

- Experimente me ameaçar de novo e vai descobrir. - Ele voltou a se aproximar. - Se Inês suspeitar que estive no seu apartamento naquela noite, você vai pagar caro. E não haverá lugar onde possa se esconder.

Deborah engoliu em seco, as mãos trêmulas, percebendo o quão sério ele estava.

- Você... você não seria capaz de... - Ela começou, mas ele interrompeu.

- Por ela, sou capaz de qualquer coisa. Inclusive me afastar da sua filha, por quem me afeiçoei de verdade. - A firmeza em sua voz a deixou gelada. - Se eu perder Inês, você será a primeira a sofrer as consequências.

Com um movimento brusco, ele arremessou o celular dela contra a parede, fazendo os pedaços se espalharem pelo chão, e voltou para sua cadeira, mantendo o olhar fixo nela, desafiador.

Deborah, que não esperava por isso, sentiu um frio na espinha e pegou sua bolsa, pronta para sair.

- Onde vai? - Ele a encarou, a voz mais autoritária. - Ainda não terminamos.

- O que quer? - O desafio estava em seus olhos, mas havia uma fraqueza sutil que ela não podia esconder.

- Você veio até mim, Deborah. Diga você, o que quer?

- Nada! - Ela respondeu, após um tempo tentando entender o que ele queria. Era a primeira vez que se sentia verdadeiramente intimidada por ele.

- Mesmo? - Ele arqueou uma sobrancelha, inclinando-se para frente, os olhos fixos nela, como se estivesse avaliando cada emoção que passava por seu rosto.

- Sim!

- Ok! - Ele relaxou na cadeira, um sorriso curto dançando nos lábios. - Agora, vá embora. E nunca mais tente me chantagear. Não vou avisar de novo.

Deborah, atordoada e apavorada, pegou sua bolsa e caminhou até a porta.

- Ah, e cuidado ao atravessar a rua. Nunca se sabe o que pode acontecer. - Ele sorriu de maneira ameaçadora. - Na verdade, acho melhor mandar um segurança para você.

- Não preciso.

- Mas vou mandar assim mesmo. - Ele finalizou, enquanto ela saía, batendo a porta atrás de si.

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