ᴥ Tjueseks Ludwig ᴥ

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Saio do quarto muito revoltado, sinto minha testa suar. Sei que ela está confusa, o ambiente ainda é estranho, mas vir me enfrentar? Ela viveu a vida sendo submissa do pappa e depois do marido, sofria coisas piores e aguentava de cabeça baixa. Por tudo que faço com ela, não mereço esse tipo de comparação.
Desorientado, vou para meu escritório e me sento atrás da mesa pensando revoltado na injustiça que Gaïa está fazendo. Não estou tentando fazer ela se sentir comprada, mas se acha isso, irei mandar devolver todas essas coisas que comprei.
Penso no que Alfonso me contou quando cheguei. Pego o telefone e ligo para ele. Demora um bocado para atender. E quando enfim atende, está ofegante.
— Que hora para ligar hein cara. — Ele ofega. Não tem nem uma hora que meu irmão saiu daqui e já está na safadeza. Mas não posso dizer nada, pois minha ideia era chegar aqui em casa já arrancando a roupa e atropelando Gaïa, pelado, ali na sala mesmo.
— Está no clube? — Pergunto.
— Nei. Estou em casa. Choveu na minha horta.
— A amiga de Gaïa?
— Neu. O que quer?
— Podemos colocar o plano em prática. Vou fazer e me mandar com a Gaïa naquele cruzeiro.
— Pra amanhã?
— Ligue para Farlig e veja quando ele pode.
— Tá. Assim que eu terminar aqui, eu ligo. Não me perturbe mais. Não posso deixar as meninas amarradas para vir atender telefone. — E ele desliga.
“As meninas”? Esse cara é doente.
Bato os dedos na mesa criando um barulho oco. Esqueço-me de Alfonso e desse assunto de Farlig. Já tenho tudo planejado para desmascarar o velho, entretanto, com Gaïa tudo ainda é novo e imprevisível. Não vou atrás dela, não vou ao quarto. É por isso que muitos casais brigam demais. Se na hora de discussão uma das partes recuar como eu recuei, não haveria as constantes trocas de acusações e farpas.
Estou me controlando aqui para não subir lá, sacudir Gaïa e fazê-la enxergar que eu quero o bem dela. Que mulher cabeça dura! Quero jogar ela na cama e fazer as pazes com muito grito. Fazê- la me ver de uma vez por todas como o homem dela e que posso gastar a porra do meu dinheiro com ela quando eu desejar.
Mas em uma parte ela está certa. Gaïa nunca foi mulher de ficar parada de pernas para o ar sem fazer nada, diante de uma TV, sendo mimada. Vou cuidar disso agora mesmo.
Ligo o computador e após uma pesquisa encontro o que eu precisava. No relógio são sete e meia. A pessoa atende, eu peço as informações que preciso, anoto tudo num bloquinho, agradeço e desligo.
Cansado de enrolar, vou para a cozinha, pego suco com vodca e só de calça social, caminho para a sala. Me sento em frente a TV, já quase doido sem saber o que Gaïa vai fazer ou o que está fazendo lá em cima, o que está pensando e por que eu ainda não fui atrás dela e a fiz entender meu lado. Não sei. Minha excitação por ela se transformou em admiração que se transformou em desejo incurável que se passou a ser paixão e agora pura obsessão. Não consigo mais ficar longe de Gaïa... E olha que tem pouco tempo que nos conhecemos, que nos relacionamos de verdade.
Tomo todo o suco batizado e nesse instante, pelo canto dos olhos vejo um vulto. Gaïa senta no mesmo sofá que eu, não olho para ela. Está bem distante. Continuo calado, olhando a TV.

Abrahamsen O Norueguês -  Kapittel 21/8/2023 23:59Onde histórias criam vida. Descubra agora