Capítulo 13

200 15 18
                                    

- Flynn -

— Volte para a cama! — Kayla bufou se espreguiçando.

— Está na hora de você ir — revirei os olhos.

— Toda vez me expulsa. Incrível.

— Tenho um filho menor, um ex-marido inconsequente, uma prima impulsiva e um hotel para administrar. Eu não tenho tempo.

— Quando vamos ter um tempo nosso? O seu tempo livre agora está destinado para a nova filha adotiva!

— Acabei de te dar tempo, Kayla — falei ríspida, abotoando a minha camisa.

— Não é a mesma coisa que antes...

— Está com ciúmes da minha prima?

— Claro que não. Você sabe que não.

— Eu sei que é difícil porque tem o Carlos e esse drama familiar, mas eu nunca te prometi nada. Já falei que se você quiser ir embora eu não vou pedir para ficar.

— Às vezes eu acho que você gostava mais de mim quando casada... quando eu era só a amante.

— Kayla, já conversamos sobre isso — me encarei no espelho, ajeitando meu cabelo bagunçado.

— Sim, mas não quer dizer que eu entenda — a encarei pelo reflexo e ela fitava o teto como se ali tivesse alguma resposta.

— Eu fiquei anos casada e tive um filho na adolescência. Eu nunca te prometi um relacionamento. Quantas vezes eu tenho que falar que não foi por você que eu larguei meu casamento? Por que você quer tanto acreditar em algo que eu sempre deixei claro que não?

Ela se acomodou na cabeceira.

— Você nunca pediu para que cada uma seguisse seu rumo...

— É porque para mim, dessa forma, está bom. Não quero me prender a mais uma responsabilidade.

— No fundo você é igual a sua prima. Pensa só em você.

— Eu e ela temos o mesmo sangue, afinal — dei de ombros — E eu penso no meu filho também, enquanto ele precisar de mim.

— Nunca vai dar chance para o coração?

— Você está comigo por uma escolha. Você decidiu ficar sabendo que eu não estou para relacionamentos. Não pode me cobrar o contrário.

— Não gosto quando brigamos.

Me virei em sua direção. Engoli em seco. Fui até a cama, me aproximando dela.

— Eu também — puxei seu queixo.

— Posso dormir hoje aqui? — fez um biquinho em súplica.

Ela desistiu da conversa, mas sei que o assunto com certeza viria à tona mais cedo ou mais tarde.

Alguém bateu na porta de maneira exasperada, interrompendo nosso momento.

Abri e o Reggie entrou com tudo.

— Que porra é essa, Reginaldo?

Reggie encarou a Kayla na cama e um silêncio estremeceu. Ok, talvez seja um pouco estranho ele ver ela na cama que já foi dele um dia.

— Não sabia que estava acompanhada — cruzou os braços.

— Pelo o que sei vocês não são mais casados — Kayla revirou os olhos.

— A Flynn já jogou na minha cara diversas vezes. Não precisa me lembrar.

— Reginaldo, o que você quer aqui tão cedo?

SUMMEROnde histórias criam vida. Descubra agora