- Luke -
Quais os limites do nosso subconsciente?
Sempre treinei minha mente para usar como mecanismo de estratégia. Sentimentos nunca foram uma opção. Ser sozinho é uma segurança porque fica mais difícil para entenderem o seu ponto fraco. Você não dá munição ao outro.
Meu subconsciente me traiu, me tirou o controle. Cada vez que fecho os olhos, ela aparece.
Dormir não me parece uma opção.
Ocupava todo esse maldito tempo ocioso em me exercitar. Não tenho o saco de pancada, mas tenho um chão. Já perdi as contas de quantas flexões e abdominais eu faço por dia. Funciona. Me cansa. O problema é quando vou deitar a cabeça no travesseiro porque o cansaço desaparece e a adrenalina se acalma. É quando meu subconsciente chama pela Julie Molina.
— Lucas Patterson — o carcereiro chamou da maneira amigável de sempre — Visita.
— Não quero receber visita — falei, sem interromper minhas flexões.
— A garota está infernizando todo mundo. Isso aqui não é uma pergunta, Patterson.
— Garota? — me levantei no sobressalto.
Será?
— Se vire e coloque as mãos para trás.
Mordi o lábio. Que porra ela estaria fazendo aqui?
— Falei que eu não quero ver ninguém! Mande ela embora.
— Faça o que eu estou ordenando! — esbravejou — Ela está dizendo para Deus e o mundo que está grávida e precisa te ver nesse instante. Mulheres e seus hormônios alterados.
— Grávid...? — minha voz falhou.
— Ela está fazendo um inferno lá e vão abrir uma exceção porque ela não tem cadastro como visitante, então acalme a maluca.
— Ela disse grávid...? — não consegui completar a frase outra vez.
Meus ombros amoleceram e o mundo parece girar ao contrário.
— Patterson, eu não vou repetir.
A Julie está grávida?
Rendido ao baque, me virei e coloquei as mãos para trás.
Senti o carcereiro colocar as algemas. Me empurrou com a força de sempre para eu andar na direção do corredor.
— Ela falou grávida mesmo? — perguntei perplexo.
— É surdo ou o quê?
— E aí, Patterson! — um dos presos retornava de alguma visita, sendo guiado por outro carcereiro — Quem é a gostosona te esperando? Se não quiser, deixa que eu faço bom proveito — soltou uma risada.
— Vai se foder!
Joguei meu corpo no tranco em um súbito momento de raiva, mas o carcereiro puxou meu cabelo, evitando que eu tivesse algum contato com o filho da puta.
— Não banque o nervosinho por causa de um rabo de saia, não vai querer ir para a solitária. Sabe que eu não vou ficar bancando o bonzinho com você para sempre. Já faço muito para manter você com privilégios aqui dentro.
Respirei fundo.
Não respondi.
Continuamos o percurso.
Entramos no pátio com várias mesas espalhadas. Não havia muitos visitantes hoje.
Meu olhar parou de imediato na presença da única pessoa que tem esse dom de chamar a atenção sem precisar fazer nada. Vestia uma calça pantalona preta, junto com um body cruzado de manga comprida, inteiro rosa. A cara dela. Não evitei um pequeno sorriso.
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SUMMER
FanfictionJulie Molina é uma garota rica, festeira e apaixonada por toda a sua vida de princesa em Atlanta, na Geórgia, onde consegue tudo o que quer de maneira fácil. Os seus pais, na intenção de desintoxicá-la do luxo exacerbado, a obrigam a passar o verão...