SUMMER

Capítulo 24

- Luke -

Entrei no hotel de maneira exasperada, pronto para acabar com o mundo se necessário.

A Flynn e o Reggie estavam encarando algo.

— Que porra aconteceu? Onde está a Molina?

— Não sei... — ela coçou a nuca — Ela não está com você?

— N-não... — a minha voz falhou.

— Encontramos o hotel nesse estado — o Reggie apontou para as garrafas quebradas no chão.

A cena parecia que tinha tido uma briga.

— Cadê ela? — perguntei mais uma vez com a minha voz enfraquecida, mas ainda com rispidez.

— Chefinho não sabemos...

— Como ninguém sabe? — Interrompi gritando — Eu deixei ela aqui!

— Eu saí com o Reggie, a Carolynn e o Carlos...

— Ela ficou sozinha? — semicerrei os olhos.

— A Julie disse que queria te fazer uma surpresa. Achamos que estaria com ela — a prima da Julie explicou.

Engatei os dedos nos meus cabelos, tentando pensar.

Algo aconteceu.

— Caralh... — soquei a parede e apontei — Reginaldo, nem que você tenha que ir até o inferno, nem que mova montanhas ou tenha que acabar com quem for necessário, mas descubra o que aconteceu com a Julie! — esbravejei como nunca antes.

Os olhares assustados com a minha reação me fizeram perceber que quando se trata da garota — da minha garota — eu não tenho controle racional e estratégico. A Julie Molina mexe com todos os meus sentidos ao mesmo tempo, e pela primeira vez, eu não me importo que vejam ela como o meu ponto fraco porque a verdade é que essa mulher é o meu combustível.

Se não sabiam, vão saber agora do que eu sou capaz.

— Chefinho — Reggie coçou a nuca — Ela é doidinha, deve ter só saído sem avisar alguém ou está fazendo de propósito para te deixar preocupado...

Encarei as garrafas espatifadas.

— Não perguntei a sua opinião. Foi uma ordem direta...

Eu mesmo me interrompi porque algo me veio à cabeça.

— Claro! — franzi o cenho jogando as mãos para o alto, sentindo clareza na minha cabeça.

Sem mais delongas, dei as costas e saí correndo do hotel para entrar rapidamente no carro.

Eu sabia exatamente onde ir.

***

— Cadê ela? — bati na grade com força pouco me importando com a porra do meu pulso.

— Do que você está falando? — a mulher revirou os olhos.

— Me fale agora onde a Julie está ou eu acabo com isso que você chama de vida!

— Já te largou? — riu — A minha filha é bem instável. Só descobriu agora? Está triste por não ser especial?

Saquei a minha arma da cintura e atirei deixando a bala passar propositalmente na lateral da cabeça dela, o suficiente para mostrar que eu não estou com paciência. Ela gritou, ficando pálida com o susto.

— Você está viva apenas porque eu sei que ela jamais me perdoaria, mas se algo acontecer com aquela garota, eu prometo te matar de maneira mais torturada possível.