Capítulo 21

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- Julie -

— Tem certeza, Julinha?

— Eu já combinei com o Betinho.

— Como vai viajar assim em plena virada de ano?

— É o único momento em que tenho certeza que os meus pais não estão em casa. Volto rápido. É só o tempo de pegar algo.

— Certo.

— Alguma novidade sobre quem atirou no Alex e na Emma?

— Nada — coçou a nuca — Nada explica a situação. Por que ele foi ver a Emma sem a gente saber? O chefinho pediu algo?

É estranho demais tudo isso. Do nada Alex e Emma foram baleados no mesmo lugar?

— Como eles estão?

— Sem novidades. O Willie e a Kayla atualizaram que estão em cirurgia.

— Gaste o que for preciso para que eles tenham o melhor atendimento! — exclamei.

— O chefinho vai matar todo mundo! Tudo desandando!

— Pare de surtar! Aumentamos o lucro dele, Reggie — revirei os olhos — Alex e Emma vão ficar bons. Qualquer coisa chamamos o DK, ele faz milagres.

— DK fazendo milagre? Não viaja, Julinha.

— Ele dopou o Lucas e foi uma das cenas mais engraçadas do seu chefe. Sou grata ao DK por ter me proporcionado tanto entretenimento.

Causou uma confusão no meu coração também, mas isso o Reggie não precisa saber.

— Você não perde o humor, né?

— Está tudo no controle — forcei o meu melhor sorriso.

— Tem mais algum motivo em que queira viajar tão rápido assim?

— Que outro motivo eu teria?

— Aniversário dele — constatou o óbvio — Eu vi o lindo círculo gigante de cor rosa cheio de glitter que você fez no calendário do galpão.

— Não queria esquecer... — respirei fundo, pressionando a ponta do meu nariz — Reggie, por que eu estaria com pressa de voltar se ele não vai estar aqui?

— Você não vai visitá-lo, né? — me olhou nervoso. Mais do que o normal.

— Que ele chame a advogadinha irritante na visita íntima para comemorar — cruzei os braços.

Só de pensar nisso, me faz lembrar da sensação daqueles dias que não achamos nada bonito para vestir.

— Está com ciúmes, Julinha?

Mordi meu lábio inferior com tanta força que senti o gosto de sangue.

— Eu sei do meu valor, não vou me comparar com essas aí que são sem sal — desviei o olhar.

— Rainha, tudo certo! — Betinho chegou animado — Vamos?

— Sim! — exclamei batendo uma salva de palma.

— Então é isso, né? — soltou um suspiro pesado — Bom, feliz Ano Novo, Julinha.

— Feliz Ano Novo, Regginho — o abracei forte.

— Obrigado por fazer tudo isso. Você ganhou um espaço enorme dentro de cada um. Espero que saiba disso.

— Eu sou boa, né? — Me afastei fazendo o possível para não derramar nenhuma lágrima.

— A melhor! — riu com um sorriso gentil.

Menos para ele, mas isso não importa.

***

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