Epílogo

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Seis anos depois.

- Julie -

Tudo parece melhor agora.

O Reggie ficou com o apartamento antigo do Lucas e mora lá até hoje. Eu também consegui devolver todo o dinheiro da Flynn.

O hotel agora é mais movimentado, sendo referência aos turistas, principalmente à pessoas importantes. Tudo nele foi reformado. Confesso que é estranho estar lá porque não sobrou nada do que era.

Acho que no fundo me acostumei com aquele muquifo e até sinto saudade.

O Lucas também se afastou bastante dos seus negócios, principalmente depois do nascimento da Summer e do nosso grandioso casamento que teve festa por uma semana inteira. Me senti a própria princesa da Disney. Fui o centro de toda a atenção. Não esperava por menos.

Claro que o meu rabugento continua por trás de tudo, porque ele adora o que faz, mas agora prefere os bastidores. A prioridade agora é sua família — palavras dele. Reggie e Alex tomaram a frente de todos os negócios. Hora ou outra eu também deixo os meus pitacos porque gosto de ser uma pessoa ativa e bem intrometida. Gosto do poder. Gosto de mandar e ele sempre deixa eu falar, mesmo que não concorde com algo.

Quando queremos brigar, transamos. Sim, brigar enquanto transa é o espaço em que conseguimos dialogar e no fim, sempre chegamos a algum acordo. Funcionamos da nossa maneira e está perfeito.

— Mamãe, o papai está emburrado — a Summer entrou no meu quarto quase me desconcentrando em finalizar o delineador — Só porque eu vou conhecer a vovó, finalmente.

— Ele não está emburrado, gatinha — sorri para ela, enquanto a garota senta em meu colo, encarando o espelho que eu estou usando para se maquiar — O seu pai está com medo.

— Do quê? — ela piscou lentamente encarando nosso reflexo do espelho.

— A sua avó ficou doente por muitos anos, e ele não achou que ela poderia melhorar. Ele está com medo de que quando ela sair de onde ela está, acabe voltando a adoecer.

— O que fez a vovó a melhorar? É só dar mais para ela se parecer que ela vai piorar outra vez.

Summer é teimosa. Gosta de ganhar a palavra final e me deixa tonta com tantas perguntas. Tem a quem puxar. É divertido quando ela tenta ganhar alguma discussão com o Lucas. A garota sempre consegue o que quer.

— Por essa razão você precisa conhecê-la agora mais do que nunca. A vovó teve que melhorar para que tivesse permissão para conhecê-la.

Minha filha ardilosa ficou com aquela expressão pensativa em que cerra os olhos e franze o cenho. Toda vez que faz isso é porque está arquitetando algo. Respirou fundo sem desviar o olhar do reflexo.

— Eu encontrei algo — disparou, mudando de assunto. Ela definitivamente vai cavar mais fundo nessa história. A garota sabe escolher as batalhas.

— O que a senhorita encontrou?

— Eu estava brincando com o primo Gabriel — o filho do Reggie e da Carolynn — E achamos um baú com muita bobagem antiga, tudo muito feio, mas tinha um caderno que eu disse que levaria para pedir para o papai ler para mim. — Summer adora quando o Lucas ensina algo novo à ela. Principalmente palavras em que ela precisa raciocinar.

A garotinha puxou de dentro da camisa o caderno escondido e me mostrou...

Me sinto congelada.

— Onde vocês encontraram isso? — perguntei lentamente.

SUMMEROnde histórias criam vida. Descubra agora