- Luke -
Me espreguicei esquecendo que eu estava com a costela fodida.
A dor invadiu me obrigando a lembrar de tudo ontem. A minha cabeça latejava como sempre quando algo dava errado.
Olhei para o lado e eu estava sozinho.
Ela dormiu aqui mesmo? Comigo? Lembro de borrões no momento em que a anestesia fez efeito.
Não sei direito o que falei e o que poderia ter sido um sonho. O banheiro... isso eu lembro muito bem. Cada mísero detalhe.
— O folgado acordou! — ela entrou com uma bandeja na mão. Ergui uma sobrancelha, desconfiado, para a cena — Não fale nada, ok? Isso aqui é um surto coletivo.
Colocou a bandeja no meu colo e cruzou os braços, me encarando com uma certa ansiedade que eu não consegui distinguir com a minha cabeça girando a milhões.
— Que porr...
— Cale a boca — interrompeu — Coma tudo.
Encarei o ovo frito com casca, não contendo a careta. Peguei o pedaço do bacon queimado e levantei para ela arqueando uma sobrancelha.
— Eu tive que pesquisar como ligar o fogão, ok? Deveria ser grato por ter o que comer. Agora engula e não reclame.
— Você quer terminar de me matar, Molina? Eu te dou uma arma e você termina o serviço. Não precisa me intoxicar antes.
— Engraçadinho.
Tomei o suco e voltou no mesmo instante. Tossi, tentando expelir o gosto horrível impregnado na garganta, consequentemente forçando os pontos na costela. Em defesa automática do meu corpo, travei, segurei a respiração e me contive para não doer mais ainda.
— Que porra é essa? — semicerrei os meus olhos.
— Ingrato — revirou os olhos — Foi o que eu achei na geladeira, deve ser suco.
— Isso com certeza não é suco — tirei a bandeja de cima e olhei o curativo — Cadê o meu celular?
— Não sei — respondeu com a voz travessa. Ela aprontou algo.
— Molina, não me faça repetir.
— Vai fazer o quê? — sorriu em deboche.
Apertei os lábios, sentindo a dor insuportável.
— Garota...
— Embaixo do seu travesseiro — respondeu revirando os olhos, indo em direção a porta — Seu humor matinal é péssimo.
-Julie -
Me escondi no hall.
Não necessariamente me escondi, mas tendo em vista que ele vai dar chilique por eu ter tirado várias fotos com o celular dele. Confesso que tentei ver as suas mensagens, mas é bloqueado por senha e não por identificação facial. É melhor esperar passar um tempo para ver se a fera vai estar mansa.
A porta do hotel se abriu e em um sobressalto olhei na direção do barulho.
— O que é você? Digo... quem é você...?
— Não lembra de mim, majestade? — o garoto fez uma reverência, segurando uma sacola grande — Sou o Betinho, eu trouxe a encomenda para o Chefinho naquele dia.
— Ah claro! Então esse é o seu nome! O que está fazendo aqui?
— Eu chamei — a voz rouca do Pinscher ecoou atrás de mim e eu senti um arrepio involuntário.
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SUMMER
FanfictionJulie Molina é uma garota rica, festeira e apaixonada por toda a sua vida de princesa em Atlanta, na Geórgia, onde consegue tudo o que quer de maneira fácil. Os seus pais, na intenção de desintoxicá-la do luxo exacerbado, a obrigam a passar o verão...