Tal qual esperavam, a patrulha de reconhecimento ao redor do bairro fora infrutífera. Cidadãos olhavam com desconfiança para a dupla, se afastando quase correndo sempre que tentavam se aproximar. O bombeiro enviado para seguir os dois também não passou despercebido, que retornou frustrado para o quartel depois que SkyFalcon se virou para cumprimentá-lo.
Já passava do meio-dia quando retornaram para a sede da nova agência.
— Bem, isso foi frustrante — desabafou Akechi.
— Te garanto que não foi tão frustrante quanto aquele bombeiro tentando seguir a gente — brincou Terrence.
— Eu tenho minhas dúvidas.
Após entrarem na agência, Akechi parou bruscamente, o que chamou a atenção do parceiro.
— O que foi?
— Alguma coisa está errada.
— Como assim?
— Nós escondemos todos nossos equipamentos eletrônicos.
— Sim, junto com todas as nossas coisas.
— Mas agora estou sentindo uma vibração elétrica.
— Vibração elétrica?
— É sutil, mas sinto a eletricidade por todo lugar.
— Um super, talvez?
— Talvez, mas não sinto a presença de mais ninguém além de nós dois aqui.
— Certo, certo, vamos fazer uma varredura. Eu fico com o segundo andar, e você com o térreo.
Terrence levantou voo em direção ao andar de cima e revirou cada um dos quartos, mas nada parecia fora do comum, exceto que algumas caixas estavam abertas. Isso causou-lhe uma palpitação no coração, então correu para verificar se seus pertences haviam sido levados. Enquanto isso, Akechi usava de ecolocalização para navegar pelo primeiro piso, todavia nada estava fora do lugar. Novamente o porão chamou sua atenção, e após uma curta busca, encontrou um alçapão que levava para o subterrâneo.
— Ei, tudo em ordem lá em cima? — perguntou ele, pouco antes de Terrence entrar no corredor em que estava.
— Alguém definitivamente esteve aqui, algumas caixas foram reviradas.
— E nossas coisas?
— Não está faltando nada.
— Foi uma boa ideia colocar elas nas caixas velhas.
— Nem me fale, com certeza isso despistou nosso invasor. — Terrence então notou a porta de aço no chão. — O que é isso?
— Uma passagem para o subsolo, imagino. Há uma estrutura enorme lá embaixo.
— A entrada do nosso invasor?
— Duvido, a porta parece lacrada — ele apontou para um cadeado com o pé. — Me pergunto o que tem lá embaixo.
Sem mais delongas, Akechi, com um corte rápido de sua espada, partiu o cadeado ao meio.
— Cacete, está um verdadeiro breu lá — disse Terrence, ao abrir o alçapão. — Não dá para ver nada.
— Oh, não, que infortúnio — respondeu Akechi, sarcasticamente.
— Foi mal.
Terrence desceu primeiro, não levou mais que dois ou três segundos para chegar ao fundo. Como esperado, não conseguiu ver nada naquela escuridão, mas isso não seria um problema para o seu parceiro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
SkyFalcon e Silent Samurai - Kamagasaki
Ficção GeralIsolada do mundo há décadas, Kamagasaki criou nas suas ruas e becos uma sociedade vítima do mal e da extorsão das gangues locais: os Lâminas e os Corredores. Depois de anos sem heróis para defender o povo da cidade-prisão, SkyFalcon e Silent Samurai...