Prólogo - Parte I

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Sobrevoando a estravagante e tradicional capital nascente, o helicóptero da imprensa rumava em direção as montanhas, seguindo as barulhentas sirenes das viaturas de polícia.

— Bom dia, Tóquio! — saudou a repórter para o cinegrafista. — Eu sou Haru Kisa para o noticiário matutino com uma notícia urgente! Esta manhã foi decretada a prisão preventiva de Sao Fugisaki, acusado de chefiar uma das maiores organizações mafiosas do país. Após o anúncio da Agência Nacional de Polícia, diversas viaturas se dirigem neste momento para sua residência. É uma ação histórica contra o homem que há trinta anos vem driblando a justiça!

— Cuidado! — alertou o piloto, desviando bruscamente de um drone que vinha na direção da aeronave.

O pequeno dispositivo remoto pouco se distanciou e deu meia volta para um segundo ataque. A expressão apavorada do piloto denunciava que uma outra manobra emergencial não seria possível, então, repentinamente, um vulto preto e branco cruzou os céus e destruiu o drone com apenas um soco.

— Está filmando? Está filmando isso? — indagou a repórter, extasiada.

— Aquele é SkyFalcon? — perguntou o cinegrafista.

— Filma! Filma!

Aproveitando a porta aberta de onde o cinegrafista registrava tudo, SkyFalcon se aproximou dos tripulantes do helicóptero.

— Estão todos bem? — perguntou, tendo apenas um aceno positivo com a cabeça como resposta. — Ótimo, mas terei de pedir que não se aproximem. Toda a mansão de Fugisaki está cercada por drones, e não conseguimos abater todos ainda.

— Está brincando? Essa é a maior exclusiva do ano! — respondeu a repórter.

— Pessoas mortas não contam histórias — disse o herói antes de se jogar para trás e sair voando. — Pensem nisso!

Se afastando da aeronave, SkyFalcon mergulhou em direção a propriedade Fugisaki, destruindo uma série de drones pelo caminho. Para cada um que derrubava, outros dois surgiam. Todo o combate aéreo demandava grande destreza e agilidade do Herói Voador, não podendo ficar parado nem por um segundo. Enquanto que o conflito no alto se intensificava, mais viaturas subiam a estrada serpenteante colina acima, em direção a mansão que mais parecia uma fortaleza cercada por uma grande muralha do período imperial japonês.

— SkyFalcon para a equipe de terra — disse no comunicador. — Vou me atrasar para a festa. Vão ter que começar sem mim.

— Oh, que problemão! — respondeu Dust Hunter sarcasticamente.

O Herói de Areia estava nas ameias dos muros ao redor da mansão, derrubando incontáveis capangas de Fugisaki que atiravam contra a polícia. Com socos precisos e chutes poderosos, os golpes eram praticamente imperceptíveis aos olhos dos bandidos, derrubados um após o outro. Alguns tentaram eliminá-lo usando armas de fogo, mas não passou de uma tentativa inútil, pois uma espessa parede de areia surgiu quando o herói tocou o chão, bloqueando cada projétil.

Quando a parede se desfez, Dust Hunter estava ileso.

— Então... — disse, estalando os dedos da mão ameaçadoramente. — Quem vai me responder onde está o Fugisaki?

...

Logo abaixo dos muros, num pátio rodeado por um jardim de estátuas mitológicas, diversos capangas trajados em ternos pretos estavam caídos no chão. Todos nocauteados, vítimas da lâmina cega de Silent Samurai. Usavam armas brancas, das mais diferentes classes: de sais a katanas e machados a shurikens, mas o resultado era o mesmo, todos derrubados. Um mais ousado tentou atirar uma lança de bambu, contudo o Herói Cego somente deu uma pirueta para trás e desviou da arma, que passou a milímetros de seu rosto, sem causar-lhe mal algum.

SkyFalcon e Silent Samurai - KamagasakiOnde histórias criam vida. Descubra agora