capítulo 20

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           Estefani

Eu não sabia como me sentir, sobre o fato de que agora eu sei dos sentimentos do Gustavo por mim,mais sei que o que eu também sinto por ele não é algo bobo ou um sentimento passageiro que eu posso simplesmente esquecer de uma hora pra outra.

Após tomar meu banho e me arrumar ,sai de casa rumo ao ponto de ônibus,mais foi alí na rua ,com os vizinhos que eu pude perceber olhares diferentes sobre mim ,eram tipo olhares de pena,
de tristeza como se eu fosse uma criança que tinha acabado de brigar com alguma outra criança e tivesse saído machucada .

E esse pensamento ficou martelando na minha cabeça o fia todo,seja na hora que eu estava encarrando o Gustavo na reunião que tivemos ,e ele continuara com a cara fechada e expressão magoada pra mim,ou no momento em que eu fui chamada atenção por um colega de trabalho por não está atenta ao trabalho em grupo que estávamos fazendo,ou no horário de almoço tal esse que eu não comi quase nada.

As perguntas ficavam rondando e minha cabeça,o que será que estavam acontecendo?,sei que os meus vizinhos estavam me olhando daquele jeito por alguma coisa que ficaram sabendo sobre a minha família,eu eu odiava quando estava acontecendo algo com minha família e ninguém da minha casa me contava o que tava havendo.

Isso me lembra o que aconteceu algum tempo atrás quando meu pai ficou desempregado pediu um empréstimo no banco e no final ficou com uma dívida difícil de pagar,isso acabou trazendo várias brigas entre meus pais ,e consequentemente minha irmã começou tirar notas baixas no colégio e minha mãe falando coisas desnecessárias fazendo com que ela tivesse algumas crises de ansiedade por não se achar boa o suficiente.

Na volta pra casa eu fui lendo um livro em PDF no meu celular,
confesso que não é uma das melhores coisas a fazer porque prefiro livros físicos,mais se é o que temos pra hoje tudo bem.
No momento em que eu cheguei em uma cena de sexo entre o casal principal ,minha boca se abriu em um O,mais depois voltei minha expressão ao normal até porque não é uma coisa anormal assim.
E assim continuei lendo até chegar no ponto de ônibus,mais quando o ônibus parou eu estava no capítulo em que o casal estava andando de mãos dadas e trocando sorrisos ,isso concerteza me fez dá um gritinho mudo e abrir um sorriso bem grande no rosto.

Fui caminhando até em casa,confesso que eu estava muito cansada mais é a vida, algo me tirou dos meus pensamentos quando vi um grupo de pessoas cochichando e apontando,ao se aproximar da roda de pessoas,e ir deslizando pra chegar em quem que fosse que estivesse jogando no chão cheio de sangue ,mais eu juro que eu preferiria não vê aquela cema ,que com certeza partiu meu coração em mil pedaços ,o meu pai estava jogado no chão todo ensaguentado ,sua boca tinha um corte e ele cuspia sangue,várias dúvidas passaram pela minha cabeça,queria saber o por que ele estava nessa situação,o que o levou a ficar assim?,enquanto isso todos me encaravam quando sai do meu transe ,percebi que desde o momento em que vi meu pai caído ali ,eu nao mexi um músculo ,eu estava estática de pé enfrente a ele.

Me mexi pedindo ajuda as pessoas que tavam ali ,precisava ajudar meu pai logo ,ele precisava ir ao hospital,eu não sabia o que fazer, minhas mãos tremiam ao tocar o corpo do meu pai ,esse que me olhava com dificuldade por causa do seu olho roxo e inchado, eu toquei seus bracos pra tentar o levantar ,mais ele murmurou de dor, até ouvi alguns murmúrios e cochichos vindo detrás de mim,ao me virar me deparei com alguém que eu não queria me encontrar nem tão cedo por essas bandas da cidade ,era o Gustavo ,como d porque ele estava alí eu não fazia ideia ,mais eu no momento a minha única preocupação era com o meu pai.

Gustavo se aproximou ,esse que estava apenas com as roupas do trabalho ,tirando apenas o blazer,
ele se aproximou ,passou a mão pela minha bochecha e sem falar nada,ele pegou meu pai em seus braços e saiu andando com ele nos braços rumo ao seu carro que estava estacionado mais pra  baixo na rua .
Eu não sabia o que fazer ou falar a não ser ir atrás dos dois e entrar em silêncio no carro do Gustavo,colocado a cabeça do meu pai em meu colo ,esse que só sabia gemer e fazer caretas de dor .

O caminho foi um silêncio total e vê aquela expressão seria no rosto do Gustavo com certeza me machucou já que eu consegui tirar o seu lindo sorriso que quase sempre estava estampado em seu rosto,ele estava bem concentrado na estrada ,então não falei nem uma palavra pra não acabar lhe atrapalhar.

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Eu estava aflita no corredor do hospital particular onde o Gustavo insistiu pra trazer o meu pai,que estava nesse momento sendo atendido pelo médico.

Meu chefe se aproximou de mim ,o mesmo trazia um copo com água na mão,ao sentar ao meu lado na cadeira de espera,ele estendeu o copo pra mim e eu peguei muito grata, até porque minha garganta estava bastante seca,nem deu tempo pra mim chegar em casa.

— como você tá? — ele foi o primeiro a falar,sua voz tava baixa e meio apreensiva

— um pouco...

— ele vai ficar bem logo — falou colocando a mão em meu ombro e apertando de leve o local

— obrigado por me ajudar... — falei baixo me virando pra olhar seu rosto — eu não sabia o que fazer

— de nada,mais nada mais justo , você soube fazer mais do que isso por mim ,quando ficou do meu lado no enterro do meu avô

— mesmo assim — falei baixo voltando meu olhar pra seu rosto
— eu não saberia o que fazer,
nunca vi meu pai em uma situação como essa! — falei colocando as mãos no rosto

— ei,ei calma ,tenta se acalmar tá,ele já tá sendo atendido...

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