capítulo II : Pijama de nuvens

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"Eu morri ou apenas estou nas nuvens com tamanha beleza desse deus? Acho que a morte é mais fácil de aceitar"

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Edmundo sonhou que corria por entre as nuvens brancas do céu, eram tão brancas como a neve, tão confortáveis que o fez sorrir e se sentir livre como nunca, infelizmente acordou antes que pudesse desfrutar mais daquela sensação confortável, mas ele não teve a coragem para abrir seus olhos, Edmundo se virou em meio aos lençóis da cama ainda de olhos fechados, ele estranhou o fato que a cama parece mais confortável que o normal mas não ligou, sua mente estava tão limpa que o impediu de se levantar, fora que seu corpo estava tão confortável que ele não se atreveu a abrir os olhos mas sentiu que faltava algo, aconteceu alguma coisa estranha e ele sente que precisa abrir os olhos para descobrir o que pode ser.

"Tem algo estranho acontecendo", pensou ele.

Então mesmo que a contra gosto Edmundo abriu o primeiro olho, gemeu frustado por ter que sair de seu conforto e enfim abriu os dois olhos, a luz que saía da janela o impediu de ver direito mas bastou piscar algumas vezes que se acostumou. Como de costume ele esperou alguns segundos para poder se acostumar com a sensação de estar acordado, se sentou na cama e se espreguiçou, Edmundo sentiu que poderia descansar em paz depois disso, ele quase gemeu de prazer ao sentir essa sensação de paz, pela primeira vez em anos ele acordou com um imenso sorriso de felicidade.

Faz anos que Edmundo não acorda tão feliz assim, o sorriso presente em seu rosto talvez se deve a essa sensação de leveza, sua mente parece em paz com sua alma e ele adorou isso.

Infelizmente a paz não durou para sempre, Edmundo sabia que tinha algo estranho a ele se lembrou disso segundos após ficar um tempo sentado. A alma mal voltou ao corpo quando ele processou o acontecimento.

- Eu estou atrasado para o trabalho - Gemeu ele jogando o cobertor para longe.

Edmundo olhou em seu relógio e viu que já eram nove e meia, céus, por que ele dormiu tanto? Seu chefe o mataria ou até mesmo o demitiria, ele já queria fazer isso antes mas Edmundo nunca deu um motivo plausível, agora certamente ele terá um.

Edmundo correu para seu guarda-roupas, mas antes mesmo que pudesse vestir algo ele sentiu um cheiro gostoso que fez sua barriga roncar. Nunca sentiu tanta fome como agora, o cheiro continuou o tentando até que ele teve uma idéia de onde vinha, não era de nenhum apartamento de fora e sim da sua cozinha, será que Pedro resolveu visitá-lo? Ah, mas Pedro não sabe cozinhar tão bem assim para a comida ter um cheiro tão gostoso, se fosse Pedro com certeza ele sentiria o cheiro de queimado ou estaria morto nas cinzas porque seu apartamento pegou fogo. Talvez Susana resolveu fazer uma visita de última hora, ou talvez Lúcia que gosta tanto de visitá-lo, sim, talvez seja isso já que elas duas tem total acesso ao seu apartamento.

Edmundo saiu do quarto sendo puxado por aquele cheiro gostoso, ele nem se importou em tirar sua roupa de dormir que aliás estão mais confortável que o normal, tudo hoje parece melhor, talvez Edmundo só precisasse entender a situação. Não se importou em chegar a tempo no trabalho mais, ele já se atrasou para o emprego e mais um pequeno atraso não faria mal, ainda mais se for para comer, sério, sua barriga está roncando desde o momento em que ele levantou da cama.

- Susana? Lúcia? Seja quem for, o cheiro dessa comida está ótimo - Edmundo comentou ao abrir a porta do quarto, seu nariz apreciando a aquele cheiro tão gostoso.

A sala de estar é separada da cozinha apenas por uma parede, Edmundo caminhou até a metade do caminho e parou ao ver um casaco preto jogado em seu sofá, estranho, normalmente suas irmãs não usam roupas pretas, mas imaginou que talvez elas estivessem fazendo uma troca de estilo. Ao chegar em frente a parede, Edmundo se deparou com a visão de alguém alto, de ombros largos e que usava roupa social, essa pessoa não é nenhuma de suas irmãs.

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