Capítulo 11

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Os dias seguintes ao meu último encontro com a Claire foram intermináveis. Não conseguia me concentrar nas aulas e ao mesmo tempo que tinha a esperança de encontrá-la nos corredores da universidade, morria de medo disso acontecer e eu implorar de joelhos por uma segunda chance e ser ignorado. Para a minha sorte ou azar, nenhuma dessas opções aconteceram. Parecia que ela tinha desaparecido daquele lugar e eu sabia que ela só iria para Oxford no mês seguinte, informação que obtive muito contra vontade de Geillis, que fazia questão de me informar como sua amiga estava sofrendo e como éramos dois teimosos.

Resolvi focar toda a pouca energia que me restava nos treinos de rugby. E realmente me joguei de cabeça, tanto que Dougal precisou chamar minha atenção por estar quase matando o time com o ritmo alucinado de treino que estava fazendo. Era claro que todos sabiam o que tinha acontecido, mesmo se eu não contasse, a ausência de Claire e a boca grande de Rupert fizeram com que todos me olhassem como se tivesse morrido alguém. E será que não era isso que havia acontecido? Claro que não literalmente, mas para mim o vazio que sentia todos os dias é como se tivesse perdido alguém da minha vida para sempre.

O mês passou devagar, mas ao mesmo tempo parecia que vivia dia após dia numa rapidez que não sabia de nada que estava acontecendo. Claro que ficava pensando na Claire sempre, mesmo tentando ignorar com cada flexão, chute ou corrida. E foi saindo de um treino que dei de cara com Geillis. Ela estava conversando com Rupert e os dois pararam de falar assim que me viram. Era claro que eu era o assunto daquela conversa, os olhares de dó entregaram tudo. Aquele era o dia da partida de Claire e mesmo tentando ignorar as palavras de sua melhor amiga, as informações ficaram grudadas em minha mente.

Ela iria embarcar às 7 da noite, mas Geillis a levaria no aeroporto umas horas antes. Tempo suficiente para eu aparecer lá e me despedir dela. Mas eu não queria fazer isso, não queria me despedir e guardar com tristeza esse nosso último momento. Não que nossa outra "despedida" não tenha sido triste e dolorosa. O problema é que Geillis não queria que eu fosse no aeroporto me despedir, ela queria que eu colocasse algum sendo em sua amiga teimosa que passou o último mês se arrastando pelos cantos e nem um pouco feliz ou empolgada para essa nova jornada em sua vida.

Mas sabia que seria algo inútil. Claire já havia se decidido, ela não queria me "prender" em um relacionamento à distância, ela queria que eu aproveitasse a vida universitária sem compromisso. Ok, sabia que estava sendo teimoso também e orgulhoso. Estava machucado, irritado com tudo que tinha escutado e não conseguia ver nela a vontade de continuar esse relacionamento como eu. Caramba, eu tinha me declarado pra ela e o que recebi em troca? Estava mais do que claro que não estávamos na mesma página. Mesmo Geillis afirmando que Claire sentia o mesmo, que ela apenas não sabia lidar com tudo, que sempre achou que precisava se proteger do amor, de ser amada. Se ela sentia tudo isso por mim, por que não me procurou nesse mês que passamos separados?

Enfim, fui para casa ignorando os pedidos do meu amigo e de Geillis e terminei a noite desmaiado na minha cama após beber uma garrafa toda de whisky como se fosse água. E esse foi o último dia que ouvi algo sobre a Claire. Pelo menos por um bom tempo todas as pessoas à minha volta passaram a ignorar a Sassenach que havia me deixado totalmente devastado. E como falei, me dediquei totalmente aos jogos e treinos, afinal estávamos no começo do campeonato regional universitário e não poderia ignorar minhas obrigações. Além disso, havia chegado um integrante novo ao nosso time. Um inglês. Adivinhem de onde? Claro que a vida estava me pregando algumas peças. Seu nome era Alex Randall e por um momento achei que já tinha o visto em algum lugar, mas definitivamente me lembraria de um inglês como aquele.

Flashback Off

"Há! Randall! Só pode ter alguma coisa com esse tal de Frank que a Ma conheceu! Sério, isso tá parecendo um roteiro de filme! E vocês estão me matando com todo esse drama e suspense! Podemos ignorar todo esse momento de sofrimento e pular para a parte de ação? Porque tenho certeza que o Da não se deu por vencido, certeza que ele fez alguma coisa quando soube desse Frank e que ele tinha alguma relação com o tal Alex. Acertei, aye?" Falei totalmente empolgada com as últimas informações que descobri, claro que estava triste por tudo o que meu pai passou e que tenho certeza que também não foi bom pra minha mãe. Mas adorava resolver mistérios e enigmas, o que essa história estava começando a ter.

How I Met Your MotherOnde histórias criam vida. Descubra agora