Capítulo 18

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"Ah não! Assim vocês me deixam louca! Por que essa história não é um podcast que posso passar para frente e já saber o final? Para que tanto suspense? Sério, vocês aprenderam a contar histórias onde? Isso é maldade demais!" estava falando alto e rápido. Essa narrativa lenta e de suspense dos meus pais estava me matando.

"Faith" meu pai falou calmamente, tentando chamar a minha atenção. Mas eu estava presa demais em minhas teorias sobre o que poderia ter acontecido. "Faith!" Ele me chamou novamente e dessa vez a voz grave dele ecoou pelo closet. "Se você não ficasse nos interrompendo tanto, tenho certeza que esse podcast já teria terminado, aye?". Claro, era culpa minha da minha mãe agora estar rindo porque sabia que era proposital toda essa pausa dramática na história.

"Ok, já que é minha culpa mesmo e a história foi interrompida, vamos às teorias! O que era esse tal plano Alex? Ele iria se jogar na frente do Da para ser machucado propositalmente e culpar os Frasers novamente? Hm, isso parece muito óbvio, seria uma versão 2.0 do que aconteceu com o Black Jack, claro que no caso dele não foi proposital, mas sim um acidente. Oh não! Não pode ser...Da! Espera, você já se lesionou na carreira? Lembro quando era pequena e você quebrou alguns dentes, o que deixou a Ma muito brava, mas nada sério. Depois teve aquela vez do deslocamento do ombro, mas de novo, nada sério e a Ma fez questão de colocar no lugar na hora do jogo mesmo." Comecei a rir ao me lembrar de tudo. Minha mãe nem sempre conseguia assistir todos os jogos do meu pai, mas esse foi em Edimburgo, estávamos de férias da escola e porque não acompanhar nosso pai no campeonato? Só acho que meu pai se arrependeu um pouco depois, porque além da Bree dar entrevistas a todo momento falando coisas constrangedoras sobre ele, afinal ela tinha só cinco anos e gostava de uma câmera como ninguém (ainda gosta, de quem será que ela puxou?), minha mãe esquecia que não era médica do time e muito menos tinha que estar ali no banco durante o jogo. O problema é que ninguém conseguia falar não para Claire Fraser.

Mas vamos voltar à teoria. "O plano Alex era machucar você! Claro! Isso faz todo o sentido! Eles queriam acabar com a sua carreira, queriam que você se machucasse como o Black Jack e nunca mais jogasse! Bom, pelo menos já sei que não foram bem sucedidos! E isso era mais do que óbvio! Olha o seu tamanho perto daquele Alex, ele nunca conseguiria fazer muita coisa. Mas como ele iria te machucar sendo do mesmo time que você? Nada faz sentido nesse plano!"

"Acabou com a sua teoria?" Meu pai me perguntou sério, mas tinha um sorriso no rosto que me dizia que eu estava certa.

"Sim. E me agradeçam por eu ser tão paciente e esperar vocês contarem ao invés de procurar no Google o que aconteceu. Garanto que em menos de cinco minutos já saberia de tudo!"

"Deveria procurar no Google também como economizar numa viagem com as amigas pela Europa. Seria rápido e eficiente." Minha mãe falou ironicamente. Ouch, senti a indireta e resolvi me calar, pelo menos por alguns minutos.

Flashback On

Ainda não tinha conseguido falar com ninguém e o aperto no coração só aumentava. Precisava sair dali, mas para isso precisava voltar para a mesa para pegar minhas coisas, o que significava que iria ter que encarar o Frank novamente e não sei se conseguiria ser fria o suficiente e não falar tudo o que estava na minha mente sobre ele. Como ele conseguia ser tão cínico? Como conseguia sentar comigo e tomar um café enquanto um plano diabólico contra o Jamie estava sendo executado? Claro que ainda não sabia se era algo diretamente contra o Jamie, mas o que mais aquilo poderia significar? O Alex não estava em Glasgow a toa, seria muitas coincidências e já tinha aprendido que coincidência não era algo que existia para os Randalls. Tudo para eles tinha um propósito e um propósito ruim.

Respirei fundo e mesmo com a mão ainda tremendo segurando meu telefone, entrei novamente na cafeteria. Iria ser rápida, não precisava e nem queria dar muitas justificativas para o Frank do porque estava indo embora. Sei que poderia confrontá-lo sobre o que havia visto em seu celular, mas isso seria um plano totalmente suicida pois sabia do que ele era capaz. Na verdade não sabia, mas não queria arriscar, afinal ele ainda poderia ser útil para algo se eu mantivesse essa "amizade". Quando cheguei na mesa, ele já estava lá, com seu telefone em mãos e um sorriso um tanto quanto maldoso no rosto. Minhas pernas e mãos tremeram, queria muito dar um tapa nele e arrancar aquele maldito sorriso do rosto, mas não podia fazer nada.

How I Met Your MotherOnde histórias criam vida. Descubra agora